domingo, 28 de setembro de 2014

Parasita em suculenta - Linho-de-Cuco

Recentemente apercebi-me de uma espécie de fios, que estavam a crescer no meio de uma enorme taça de barro que tenho com uma suculenta Echeveria. Não é que era uma planta parasita muito comum aqui pelos montes? Não sei bem como lá terá ido parar, mas como eu uso composto proveniente da compostagem como substrato para as suculentas, terá sido por essa via que ali nasceu presumo.


A planta parasita chama-se linho-de-cuco (Cuscuta epithymum Murr.). É uma planta anual, desprovida de clorofila, que depois de nascer, procura um suporte através das suas gavinhas, e busca uma vítima para parasitar, alimentado-se diretamente do hospedeiro, sugando-lhe os nutrientes necessários. A partir daí o seu desenvolvimento é muito rápido, daí que entre o aperceber-me dos "fios" por entre a suculenta, até ver já uma imensa "cabeleira" (cabelos é outro dos nomes desta planta parasita) não passaram muitos dias! 


Ainda dei uma volta pelo monte para ver se encontrava esta planta, que por vezes forma verdadeiros tapetes avermelhados, mas não encontrei nada. Por norma aparece na primavera, talvez venha daí o seu nome, associado ao canto da ave, também ela oportunista, que coloca os seus ovos em ninhos alheios, e que o seu canto anuncia a primavera. 


Tratei de arrancar todos os fios ou "enleios" (outro dos seus nomes) mas como está em flor não sei se não tratou já de espalhar as suas sementes para garantir a sua prole de futuras parasitas. Veremos, estarei certamente atento para o ano, e se e lembrar, fotografarei esta planta na natureza e aqui darei notícias dela.  

Apesar de parasita, é uma planta com propriedades medicinais, útil para tratar feridas, meteorismo (gases) e obstipação.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Invasora aquática em flor: Jacinto-de-água

Quem conhece o meu outro blogue onde escrevo sobre as minhas tartarugas, sabe que que tenho um pequeno lago de 500L de capacidade, e que não tem qualquer sistema de filtragem o que pode originar vários problemas. Desde logo a sujidade da água, e o aparecimento de algas à superfície da água, que dá aquele aspeto verde. Esse problema pode ser facilmente resolvido com recurso a plantas aquáticas oxigenadoras e que absorvam os nutrientes da água. 


Uma das plantas de que sou adepto é o Aguapé ou Jacinto-de-água (Eichhornia crassipes) como é conhecido por cá, planta proibida em Portugal já do tempo da ditadura. Trata-se de uma planta brasileira oriunda do rio Amazonas, esponjosa e flutuante, que já no primeiro século depois da descoberta do Brasil, foi levada casualmente na areia que servia de lastro aos navios da época, para a Índia e Flórida, onde se estabeleceu como praga, a ponto de cobrir rios e estuários tornando difícil a navegação. 


Em países como Portugal, a planta não tendo predadores naturais, e sob condições favoráveis pode reproduzir-se muito rapidamente, e colocar em perigo flora e fauna aquática. Daí ter surgido a lei, cujo objetivo será levar as pessoas a não contribuir para aumentar o problema. De qualquer forma, é só mais uma lei que se fez e que ficou no papel, porque apesar de ser proibida a sua venda, esta planta vende-se em espaços comerciais sem qualquer problema. Ainda assim também não estou a ver as pessoas a comprar a planta para depois a irem atirar ao rio. Acho que a infestação muitas vezes pode acontecer sim, mas de forma acidental ou involuntária, por desconhecimento, daí que investir na informação seria bem mais positivo que ter uma lei que nem é conhecida muito menos cumprida.


A planta é invasora, com possíveis consequências que já mencionei, mas pode ser extremamente útil. Existe aliás uma corrente de opinião em sua defesa, pois a planta tem inclusive a capacidade de absorver metais pesados, ou despoluir águas poluídas. E é por esta planta ser extremamente útil, que nos últimos anos a tenho trazido da natureza, onde se pode encontrar, e coloco no meu pequeno lago, para de imediato começar a filtrar a água suja e a acabar com as algas. 


Este ano pude constatar de facto o seu poder impressionante de rápida propagação. Nos anos anteriores nunca a vi propagar-se desta forma, este ano, pelo contrário, tenho de estar sempre a retirar plantas do lago, e então até resolvi tapar os buracos de algumas taças de barro e floreiras e lá os coloquei para enfeitar, pois esta planta também é conhecida pela sua bonita flor. E terá sido também este motivo, a introdução para fins ornamentais, que a terá levado a diferentes paragens. 




Reparei que as plantas que coloquei em vasos na frente da casa, o sol queimou algumas folhas. A flor, essa é bem bonita, mas só dura dois dias. E por aqui, a norte do rio Douro, a planta não sobrevive ao inverno mesmo estando abrigada das possíveis geadas. Também não preciso dela de inverno, pois as tartarugas hibernam, logo não sujam a água, e não preciso deste excelente filtro natural gratuito. O excesso de plantas vai para a compostagem e está o problema resolvido.

domingo, 21 de setembro de 2014

Aranha-de-Cruz II

Olhava hoje para os frutos da minha camélia, lembrando como já várias pessoas me disseram que nem sabiam ou nunca tinham reparado nos frutos que as camélias dão, e de repente vejo outra aranha-de-cruz por baixo da árvore e em frente da sebe, exatamente igual à que havia visto em casa dos meus pais. Sei perfeitamente que é animal que causa repugnância a muitas pessoas, mas eu além de as admirar, acho que esta em particular é bem bonita.












Azevinho bonsai sob ataque de conchonilha do algodão

O meu azevinho que tenho vindo a tornar em bonsai, tem sido violentamente atacado por cochonilhas.




Já tinha sido atacado por umas que estava mais habituado a ver nos citrinos, que são uma espécie de pequeníssimas lapas que se colam às folhas, rebentos ou ramos, mas recentemente estão a ser atacadas por uma outra espécie, conhecida por cochonilha algodão (Planoccocus Citri). 


Estas, contrariamente às que se colam e se alimentam completamente imóveis, mexem-se e caminham. A infestação foi tão grande que até as descobri nas raízes do azevinho, e geralmente onde há cochonilhas há também formigas, que aparecem atraídas pelas segregações açucaradas que estes insetos libertam, e que podem trazer outros problemas, como aparecimento de fungos ou fumagina por exemplo.

O problema é que as próprias formigas resolveram fazer casa ali, nas raízes do azevinho, e pode-se ver como a terra está toda cheia de túneis, e trabalham com as conchonilhas em parceria. As conchonilhas alimentam-se da planta sugando-a, e as formigas oportunistas aproveitam as tais substâncias que as cochonilhas libertam, e em troca dão-lhes proteção contra predadores. 




Estou um pouco apreensivo com esta situação, veremos se insistir com o sabão será suficiente. Não queria perder esta pequena árvore, que bem ou mal, foi o primeiro bonsai que criei. 

sábado, 20 de setembro de 2014

Sementes nauseabundas

No fim-de-semana passado andei pelo Jardim das Virtudes e reparei em alguns frutos caídos da maior Ginkgo bilova de Portugal. Ótima oportunidade de recolher algumas sementes pensei. O problema veio a seguir. Mal apanhei o primeiro fruto, senti logo um cheiro horrível, investiguei logo as solas dos sapatos e não estava bem a perceber de onde vinha o cheiro, até que me apercebo que vinha mesmo dos frutos! 

Recolhi só quatro sementes, passei numa casa de banho e lavei bem as mãos, mas o cheiro continuava entranhado! Acho que o mais aconselhável, será da próxima vez recolhê-las com sacos plásticos, como quem recolhe os dejetos dos cães!

Sementes de Ginkgo bilova


As sementes ficaram a secar e irei colocá-las num vaso com identificação (sim tenho de começar a ser mais organizado) e vou deixá-las lá até que germinem naturalmente. Seria sempre interessante ter filhotes da maior Ginkgo bilova do país.

Larvas na Arquiduquesa

A roseira que me ofereceram de raiz nua há quase um ano, e que floriu em maio, transplantei-a por estes dias para a terra, porque o vaso de 20L onde estava já não tinha mais espaço para as suas raízes.


Está a crescer bem, mas foi infestada por umas larvas, que podem ser confundidas com lagartas, de um pequeno inseto que se pode assemelhar a uma vespa, e que como é lógico nada tem a ver com borboletas.


Escondem-se debaixo das folhas, e como são da mesma cor quando ainda são pequenas, geralmente só damos por elas quando começamos a ver as folhas murchas, daí que seja muito importante irmos fazendo uma inspeção visual frequentemente, porque as roseiras são muito suscetíveis a pragas e doenças.

Larva de Arge ochropus


Eu já conhecia estas criaturinhas devoradoras de as ver nas roseiras da minha mãe. Comem que se fartam, e se não atacarmos o problema rapidamente, podem devorar as folhas de uma roseira inteira! Sempre com a cauda em riste bem levantada (não sei se poderá ter a ver com uma postura defensiva) e cabeça baixa sempre a comer. 



Entretanto depois de remover estas comilonas está de novo bonita e cheia de botões que abrirão brevemente.


Suculentas em flor - Cabeça de Medusa

Mais uma suculenta que tenho e que está agora a florir. Comprei-a há poucos meses, ainda muito pequenina, mas já cresceu bastante. As suculentas podem ser atraente por diferentes motivos, neste caso não será tanto pelas pequenas flores amarelas, mas mais pela diferente forma que assume. De um eixo central saem hastes que vão crescendo e girando sobre si.

Cabeça de medusa (Euphorbia caput-medusae)

Originária da América do Sul e da grande família Euphorbiaceae, chama-se "cabeça-de-medusa" precisamente por lembrar a cabeça de Medusa, que na mitologia, em vez de cabelo, tinha a cabeça coberta de cobras. 


A minha ainda é uma pequena planta, veremos se continuará a crescer bem.



domingo, 14 de setembro de 2014

Teia de aranha de cruz com gotas de orvalho

Manhã cedo em casa dos meus pais, e ao longe, vislumbro uma enorme teia de aranha que brilhava debaixo do limoeiro. Após uma pequena inspeção, encontrei a autora do laborioso trabalho, dentro de casa, escondida atrás de uma folha de limoeiro, à espera que um incauto petisco caísse na armadilha.