quarta-feira, 29 de abril de 2015

Lilás: arrancar rebentos e propagar

Abril é o mês do lilás, um arbusto de folha caduca, que se planta nos jardins pela sua sua floração abundante e extremamente perfumada. E eu até confesso, que sou completamente viciado em cheirar as suas flores!

Flor do Lilás (Syringa vulgaris)

Só que excluindo as semanas em que temos a floração, temos um arbusto mais ou menos ereto, e eu até nem lhe acho particular graça e ainda por cima é extremamente invasivo, pois das raízes em volta do tronco nascem novos rebentos a uma distância considerável. Hoje, ao passar por ele, vi que as últimas flores já estão a secar, e no solo, dezenas de novos rebentos irrompem.



Novos rebentos que invadem todo o espaço em volta da planta-mãe


E lá temos de pegar no sacho e arrancá-los. E devemos fazê-lo por dois motivos, o primeiro é o óbvio, se não fizermos, corremos o risco de o lilás tomar conta do espaço todo, e por outro lado, devemos também arrancar todos estes rebentos que crescem das raízes da planta, para que o tronco principal se conserve sempre bem pujante. 

Já que estamos com a mão na massa, podemos aproveitar vários destes rebentos que brotam das raízes e aproveitar para fazer quantas novas plantas quisermos. Basta unicamente meter estes novos rebentos ainda com o pau velho e meter num vaso, rega-se e já está, temos uma nova planta de forma gratuita.

Rebentos de lilás que surgem das raízes da planta

No espaço de um ano temos uma nova planta com perto de um metro! 

sábado, 25 de abril de 2015

Jardins da Quinta da Aveleda

Há já algum tempo que tinha ideia de passar pela Quinta da Aveleda em Penafiel, para visitar os seus jardins românticos, mas como santos da casa não fazem milagres - afinal até vivo a meia hora de carro de lá - mas só há semanas atrás é que passei por lá, pela primeira vez, para fazer uma visita guiada. 

E a única forma de visitar o espaço é mesmo essa, fazer uma marcação prévia para uma visita guiada, com a duração de cerca de uma hora, com prova de vinhos e queijos produzidos pela quinta no final.

O ponto de encontro é na loja da quinta, onde se adquire o bilhete, e onde quem quiser, pode comprar produtos da quinta, e daí parte-se então, à hora marcada, para a visita guiada em grupo.

Loja da Quinta da Aveleda





Para mim, o problema da visita ser guiada é que tem ser tudo muito rápido, e quase não há tempo para nos perdermos a observar as coisas tranquilamente. Pelo contrário, neste tipo de visita, enquanto ainda estou fascinado a observar algo, já a guia nos está a levar para outro local.

Eu estava ali muito mais interessado em desfrutar deste espaço mágico, muito mais do que absorver informações históricas, e das duas uma, ou ouvia atentamente as explicações sempre pormenorizadas da guia, ou então, como fiz, deixava-me ficar para trás para ir vendo as coisas com mais calma, e aproveitando para tirar algumas fotografias sem as pessoas do grupo de visitantes, que no caso eram maioritariamente espanhóis. 

Mas vamos então iniciar a visita guiada aos jardins da Quinta da Aveleda: 



Logo no início, chamaram-me a atenção os vários fetos arboreos, planta que me atrai particularmente, e que não excluo mesmo a possibilidade de vir a plantar em casa.


Fetos arboreos










Passado o Vale dos Fetos, damos de caras com um imenso eucalipto, que a guia referiu que seria dos mais antigos em Portugal. Na imagem em baixo, vemos uma antiga fotografia da família junto do mesmo eucalipto em 1913, já há mais de cem anos portanto, e já naquela altura apresentava um imenso tronco. 





A seguir passamos pela casa do porteiro, que não tendo já essa utilidade, manteve-se ali pela óbvia decoração que dá ao espaço envolvente. 


Casa do Porteiro



Logo a seguir a Casa Romântica, sítio onde é costume acolher os casais da família em lua de mel, ou, onde antigamente as senhoras passavam aqui as tardes de calor a bordar. 


Casa Romântica

Ao longo do percurso vamos encontrando diversas estruturas decorativas, como é o caso da Torre das Cabras, uma construção de três andares, com a escada em caracol, para albergar cabras anãs.






Torre das Cabras




E eis-nos chegados a um dos pontos de maior interesse: o lago. O lago é constituído por três ilhas.Na primeira destaca-se uma janela quinhentista - a Janela da Reboleira - declarado monumento nacional em 1910, e que se diz que fazia parte da casa onde nasceu o Infante D. Henrique. 
A janela pertencia a um dos prédios que foi demolido, quando se abriu no Porto, a rua nova da Alfândega, e que posteriormente foi trazida para aqui para servir de decoração.






Janela da Reboleira - Monumento Nacional








A segunda ilha é composta por um rochedo com um grande repuxo de água que refresca a zona envolvente. Por último, na maior ilha de todas, ligada a terra por uma ponte, podemos encontrar uma Casa de Chá, com telhado revestido de colmo e varandas de madeira onde se pode desfrutar da belíssima paisagem. 


Terceira ilha do lago: Casa de Chá


Segunda ilha: Rochedo com repuxo


Vista da ponte que liga à Casa de Chá






Portão Monumental Brasonado


Camélia em flor

Rodrodendro








Acer palmatum


Outro elemento decorativo e também religioso que encontramos mais adiante, é a Fonte de Nossa Senhora da Vandoma, uma fonte de granito dedicada à padroeira da cidade do Porto. Este local, segundo consegui ouvir, é também o local eleito para os casamentos da família.







E estamos a chegar à avenida que nos leva à Casa Senhorial, obra seiscentista e que foi restaurada e ampliada nos finais do século XIX. Antes, encontramos um lago rodeado de fetos arboreos e de árvores de grande porte como araucárias.


Outro dos ricos elementos decorativos, em frente da Casa Senhorial, é a Fonte das quatro irmãs, erguida na década de 1920, onde se colocaram os perfis em mármore das quatro irmãs Guedes, filhas do proprietário da Quinta. Cada perfil simboliza também cada uma das quatro estações do ano.


Fonte das Quatro Irmãs e Casa Senhorial







Fonte das Quatro Irmãs










Paredes cobertas por trepadeiras


Rodrodendro em flor


Por trás da casa mais um elemento decorativo e romântico no Lago dos Gansos: 










O abraço da glicínea





E está feita a visita. No fim são servidos vinhos, que não provei pois não bebo bebidas alcoólicas (mas o grupo de espanhóis parece que gostou!) e são servidos também queijos, que esses sim provei até para repor algumas energias. 

Ainda perguntei se era permitido dar uma voltazinha pelos jardins por minha conta, mas a guia disse-me que não, que não há permissão, porque "existiam muitos abusos por parte das pessoas" e assim através da visita guiada é uma forma de controlar as pessoas. 

De qualquer modo, apesar de me sentir sempre muito apressado, pois quereria observar e fotografar as coisas com calma e não em modo sempre-a-despachar, devo confessar que este foi dos jardins românticos que visitei e que mais me impressionaram. 

As visitas guiadas fazem-se às 11, 15 e 16h30, têm a duração de uma hora, e a entrada tem o preço de 5€.