quarta-feira, 29 de julho de 2015

Ferro velho reciclado para a passarada

Há pequenas coisas que podemos fazer, e que podem fazer toda a diferença, para atrair passarada para os nossos jardins. Na verdade no meu caso, nem preciso fazer muito, visto que vivo num meio rural, e a minha casa está rodeada de algumas árvores, que providenciam abrigo e até alimento. E diversas aves por ali gostam de andar, principalmente os piscos-de-peito-ruivo (no inverno) e os melros e os chamarizes durante todo o ano. Mas como dizia há pequenas coisas que podemos fazer para os atrair, como a colocação de caixas-ninho, bebedouros e comedouros com comida.

Já há algum tempo que tinha em mente improvisar qualquer coisa, para proporcionar à passarada a possibilidade de se banharem e beberem água. Mais incentivado fiquei, quando a minha mãe me contou, que um melro fêmea visitava diariamente numa grande taça que ela tem com papiros, para ali se banhar nos poucos centímetros de água que a taça tem. 

Até que recentemente tive a oportunidade de comprar, a um preço bastante acessível, um semeador bastante antigo (terá uns sessenta anos) peça que gostei particularmente para depois servir de decoração, conjuntamente com um lavatório antigo. E como já tinha pensado que um destes lavatórios antigos poderiam ser uma peça bem interessante para servir de bebedouro/banho para a passarada, nem hesitei, e com comprei as duas peças. 

O lavatório estava completamente ferrugento e em bastante mau estado como se pode ver:



Além de ferrugento, ao remover a ferrugem encrostada deu para perceber que já tinha levado vários tons de tinta ao longo dos tempos, uma por cima da outra, sem terem retirado a que estava por baixo. Removeu-se as camadas de tinta antigas, e ainda com ferrugem aplicou-se uma tinta própria e já ficou com outro aspeto. 



Mas como vêem, não é preciso gastar muito dinheiro naqueles Bird Bath para jardim todos artilhados. Com 5€ no ferro velho, e alguma paciência é possível reciclar uma peça tão usada em casa há umas décadas atrás, e dar-lhe uma nova utilidade.

Resta-me agora tentar colocar o lavatório-bebedouro num sítio que seja mais apropriado - mais ao sol ou à sombra? - para ver se a passarada o usa ou não. E se usarem, e se conseguir tirar algumas fotografias ou até vídeos, depois certamente aqui partilharei. 

domingo, 26 de julho de 2015

Festival de Jardins Ponte de Lima 2015

É já quase uma visita obrigatória passar todos os anos no Festival de Jardins de Ponte de Lima.  Este ano o tema a concurso é: A água no Jardim.


São onze jardins a concurso, de várias nacionalidades e o vencedor de cada ano mantém-se exposto no ano seguinte. 




a)  Água Domesticada 

Bem-vindos a esta bela paisagem!
Alterámo-la para a adaptar um pouco melhor às nossas necessidades. Por isso, domesticámos a água, encurralando-a em tubos para tornar a nossa vida mais cómoda. Infelizmente, não há plantas a crescer nem pássaros a cantar.
Atenção, que se está a passar?
Um acidente!
Rebentou um tubo e a água, em virtude da fuga, escapa-se e integra-se na paisagem! Brinca connosco e flui para onde quer. De repente, o verde brota por todos os lados e a vida regressa: o deserto rochoso transforma-se em bosque, existem prados floridos nos vales e muitos animais em toda a parte.
No projecto, simbolicamente, apresentamos uma questão para reflectir: como devemos tratar a água numa paisagem?
No início, o caminho leva o visitante ao deserto seco, industrializado, domi­nado pelo tronco duma árvore seca e morta. Ao longo do percurso surgem fotografias da paisagem degradada pelo homem na República Checa.
De seguida, o local do acidente: o tubo está partido, a água sai, o prado flo­resce e uma árvore domina toda a envolvente. Em contrapartida, nesta área, apresenta-se um caminho ladeado por fotografias de valiosos biótipos checos.
Existem dois bancos no jardim, um junto ao tronco no deserto rochoso e o outro junto à árvore robusta.
Em qual se quer sentar?





b)  H2O

Podia aparecer de diversas formas, compor a paisagem e mostrar a sua importância. Mas, na sua forma mais simples, a molécula, não só mostra a respectiva relevância como permite uma reflexão por estar presente, possibilitando o toque, de maneira lúdica, dentro de um ambiente de interacção, diversão e criatividade. 
A proposta deste projecto é de um espaço livre para ser usado conforme a imaginação de cada visitante, com diversas moléculas de água coloridas em variadas dimensões, que permitem brincadeiras, integração das pessoas e, ainda, despertam a consciência para a utilização do recurso natural mais importante para a vida. 
O foco do ambiente está no centro e destaca-se a principal molécula de água que, emoldurada, ganha o devido valor e salienta a competente valia. 
A água emoldurada pode ser apreciada a partir de qualquer ângulo do jardim e ao caminhar em seu redor. 
O caminho, em placas de seixos do rio, está delimitado por área relvada, disponível para brincadeiras e que, em simultâneo, também define os espaços. 
Árvores mais altas ao fundo complementam a perspectiva de uma paisagem visualmente limpa, a qual pretende sempre valorizar o elemento central – a molécula H2O. 






c)  Jardim do Ciclo da Água

A água cobre 71% da superfície da Terra. É vital para todas as formas de vida conhecidas e sem ela todo o crescimento de plantas e animais seria impossível. Transforma o nosso planeta numa jóia azul, que brilha no universo e abriga uma rica diversidade de espécies de plantas e animais. 
Da chuva ao arroio, ao ribeiro, ao rio, ao mar e, posteriormente, de volta à chuva, é um ciclo constante que controla, forma, cria e mantém a vida neste frágil planeta. 
A acção gravitacional da nossa vizinha lua actua para nos dar as marés, sem as quais de certeza nunca teríamos visto a vida como a conhecemos hoje. 
Por sua vez, o sol vaporiza a água dos nossos oceanos, criando assim a precipitação que alimenta o ‘Jardim’ que é o nosso planeta. 
A forma da Terra representa o crescimento das plantas e, enquanto a chuva cai, o sol brilha e cria os arcos-íris que nos lembram a beleza do nosso mundo natural. 
Tudo isto é representado neste jardim do ciclo sem fim – O Ciclo da Água –, 
interminável, através dos quatro elementos principais: a Escultura da Lua, 
o Elemento Sol, a Forma da Terra e as Cadeias de Gotas de Chuva. 






d)  Jardim dos Vendavais

“A Água no Jardim” é o protagonista da cena e assume o aspecto duma força da natureza que esculpe e dá forma à matéria. 
O objectivo do projecto é criar um “jardim dos vendavais” — um fragmento de paisagem à deriva, emergindo da superfície da água, esculpido numa geome­tria imóvel e banhado por um “vendaval” em movimento de ondas e salpicos. 
A primeira impressão poderá ser a de estar no topo duma falésia, composta de elementos geométricos que evocam a analogia entre formas criadas pela natureza e formas arquitectónicas criadas pelo homem. 
Aqui a Natureza torna-se Arquitectura: as “rochas” são elementos modulares em cores diferentes e de alturas distintas. Cada elemento pode ser um banco ou um vaso de flores e ajuda a criar uma paisagem vertical e mutável, a qual permite ao visitante interagir, subindo as escadas e olhando para o espaço de diferentes pontos de vista. 
Herbáceas emergem das rochas lembrando o movimento das ondas. O efeito de folhos e os verdes azulados das suas finas folhas pretendem lembrar a cor do mar. 
À entrada do jardim está o início do “mar” de gravilha, que representa o leito de um rio e o caminho irregular oferece outra percepção da falésia, dependen­do da localização do visitante. 
O recife que surge do mar é constituído por elementos de madeira em cores diferentes, dependendo da respectiva altura. Alguns são vasos para plantas, outros degraus em que o visitante pode sentar-se ou subir para observar o espaço. Pretende-se criar uma envolvência de céu com nuvens de tempestade, feitas de rede de malha suspensa com cabos de aço à estrutura periférica, a partir da qual um ambiente de nevoeiro cobre toda a superfície do jardim. 




e)  Make a Wish

A água é o elemento vital da nossa existência. Ao confiar-lhe os seus sonhos, a mesma pode concretizar o que deseja. 
Surge assim a ideia de evocar a tradição de pedir um desejo na presença de um elemento de água, aliada ao acto de soprar um dente-de-leão, na esperança que o desejo se concretize. Este conceito apresenta-se como impulsio­nador de uma relação entre o visitante e o espaço, ou seja, “pedir o desejo” (“Make a Wish”) materializa neste lugar as ideias e os sonhos daqueles que o visitam, sendo à partida um local de deleite que não será esquecido. 
Os dentes-de-leão estão destinados à colocação de cartões, disponíveis à entra­da do jardim, onde pode escrever os seus desejos e, simultaneamente, marcar a sua presença, deixando um pouco de si e levando consigo um pouco do espaço. 
Com o intuito de criar uma perfeita harmonia com o tema, o espaço apresenta um traçado biomórfico e naturalista que retrata da melhor forma as linhas sinuosas da natureza e evoca o movimento da água, inspirado nas ondas do mar. 
O próprio local, pela sua beleza natural e interactividade, convida o utilizador a en­trar e permanecer, tirando partido do mesmo para sentir as mais diversas emoções. 
Todo o espaço visa um passeio contemplativo e agradável, permitindo que a barreira entre o espaço natural e o ser humano seja quebrada através da marca que fica de cada visitante no jardim e da recordação que este leva para casa. 
Esperamos que aceite o convite e que este jardim deixe em si uma marca ao concretizar todos os seus desejos. 










f)  Aquário - Pedaço de Vida Subaquática

O tema do concurso deste ano – “A Água no Jardim” – inspirou a proposta para criar um aquário no jardim. 
A ideia alicerçadora do projecto é dar uma perspectiva do interior para ver o que normalmente não é visível, o subaquático. 
O jardim cria a ilusão de que o espectador participa na realidade subaquática, onde os anfitriões são peixes e outras criaturas aquáticas e em que tudo flui e mexe com o ritmo das ondas. 
Os elementos em movimento, peixes e plantas, imitam a vida num ambiente subaquático, dando ao projecto a aparência de movimento e natação. 
O aquário é acabado com diferentes tipos de gramíneas, que parecem típicas plantas aquáticas e algas, propondo-se a sensação de autêntica vida aquática. 
As matérias-primas usadas neste projecto, como blocos de betão, seixos brancos e aço corten, dão um aspecto moderno e minimalista. 
As plantas foram igualmente seleccionadas para complementar e harmonizar com o estilo moderno do jardim. 






g)  Água, Um Ano no Jardim

A Água e o Jardim que história partilham? Que experiências proporcionam? Como interagem com a 4.ª dimensão, o tempo? 
“E o Senhor plantou um jardim, do lado oriental (…) E saia do Paraíso um rio para regar o jardim; e dali se dividia e se tornava em quatro braços (…) Pison; (…) Geon; (…) Tigre; (…) Eufrates.” (Génesis 2:8-14). 
No século V a. C. na região do Médio Oriente e, em particular na Pérsia, surgem as primeiras concepções de jardins. Num contexto desértico, a existência de jardins apenas era possível através da presença da água e do desenvolvimento de técnicas agrícolas de captação e distribuição (rios, poços, canais...) e de armazenamento (tanques e poços). O deserto era um mundo morto, árido e agreste, quente e ausente de água e, por isso, o jardim representa o seu opos­to, o lugar da vida, da cor, do diverso, da densidade vegetal e do frescor pela presença da água. 
Os jardins continham um elemento de água, por vezes no centro e de onde par­tiam quatro canais de irrigação. Todo o jardim ou “pairidaeza” era um espaço encerrado pela barreira física e simbólica de um muro. A palavra “pairidaeza”, em latim “paradisus”, significa belezas do jardim Persa e, genericamente, evoluiu para “Paraíso” – O Paraíso é um jardim! A água apresenta-se no jardim como um elemento vital e cíclico, diverso em experiências sensoriais, demonstrando diferentes repercussões no seu espaço físico. Propõe-se viver a experiência do efeito da água num ciclo de vida de um ano num jardim. Subdivide-se esse ano em quatro estações e recriam-se quatro intensidades de água; quatro sonoridades de água; quatro cenários de vegetação; quatro ambientes texturais e cromáticos; quatro experiências da água no jardim. 
Quatro muros desenham um quadrado posicionado no centro do lote negro e árido; o espaço interior coberto é fechado/contido entre muros, numa alusão histórica dos “pairidaeza”; nas suas paredes as quatro estações do ano surgem em imagens de água, que ganha vida pela tridimensionalidade de bolhas. 
No centro geométrico do espaço interior posiciona-se uma estrutura em forma de paralelepípedo, simbolicamente um poço de água, outra alusão histórica, de onde irradiam ortogonalmente quatro canaletes de luz no sentido de cada mural, em que a espessura de cada canalete é determinada pela intensidade de água da estação correspondente. 
Na parte exterior das estruturas dos muros, mantendo-se a correspondência com a estação do ano, surgem quatro jardins com o desenho metafórico de ta­petes Persa – alusão histórica e civilizacional dos primeiros jardins conhecidos; os tapetes/jardim desenrolam-se e cobrem o espaço, recriando a presença da água através do cenário de cada estação. 









h)  A Casa da Água

Bem-vindos à Casa da Água. 
Em qualquer jardim, a água representa um elemento muito singular, transformando sobremaneira a sua envolvente e adiciona-lhe uma dimensão diferente, originando um efeito muito preponderante sobre a forma como lemos e enten­demos um jardim, uma vez que estimula os nossos sentidos e possibilita uma abertura mental para tudo que nos circunda. 
A visão da água dá-nos serenidade. Quando corre, a limpidez da sua sonoridade adiciona ao ambiente um carácter alegre e de frescura. Se nos salpica, a nossa pele estremece… Pouco a pouco, quase sem nos apercebermos, a água vai despertando os nossos sentidos e torna-nos mais receptivos ao espaço (lugar, paisagem…) em que nos encontramos. 
A Casa da Água é um lugar que nos envolve suavemente, pois é a água que nos convida para o seu refúgio tranquilo de onde podemos apreender os seus efeitos de diversificadas maneiras. 
Um muro de madeira cria uma espiral que isola a Casa da Água de todo o exterior e, em simultâneo, permite que seja rodeada pelo caminho que dá acesso ao interior. 
Ao longo do mesmo caminho, encontramos em primeiro lugar pequenos jardins de aspecto desértico; contudo, as suas plantas suculentas estão já a anunciar a presença de água, uma vez que as mesmas guardam grandes quantidades no seu interior, tal como acontece com esta casa. 
No interior, devidamente acolhidos pela Casa da Água, podemos passar um momento bem tranquilo ou tentar identificar de quantas maneiras a águas nos deleita com os seus efeitos: a calma do lago, as cores e as fragrâncias das plantas aquáticas, os brilhos do jorro que cai da cobertura, o respectivo som, as gotas frias com que somos eventualmente salpicados… e até o abrigo de uma chuva ocasional, deixando-nos envolver pela sua musicalidade ao bater na estrutura metálica e na superfície da água do lago. 
Para que exista o isolamento do exterior, foi criado um muro de madeira em forma, mais ou menos, de espiral que, apreciado de fora, entende-se como um elemento fechado mas, na aproximação ao jardim, surge a visão de um caminho que convida a rodear o muro, o qual, em determinado ponto, abre a passagem para o interior. 
Dentro, descobrimos um espaço coberto que rodeia um lago redondo, quase como se de um claustro se tratasse, convidando-nos a disfrutar da oportunidade e a passar um momento de lazer e serenidade. 
Basta seguir o caminho de troncos que tens aos teus pés e deixar que a água te conduza à sua casa. 






j)  Jardim Sensorial

Pretende-se aqui representar os diferentes ambientes aquáticos do Rio Lima em dois momentos distintos: a nascente e a foz. O rio segue o percurso pelo pátio central interior, espaço onde as pessoas podem reflectir sobre a relação que ele cria, quer pelas emoções que desperta, quer pelos sentidos que activa, compreendendo a sua importância na paisagem do Minho e na identidade cul­tural e paisagística que estabelece com a Vila de Ponte de Lima. 
A instalação foi pensada como um invólucro fechado para o espaço exterior e aberto sobre um pátio interior de forma orgânica. Optámos por preencher a totalidade da área para que a peça assumisse um carácter de permanência e de escala com a envolvente, despertando no visitante a permanente desco­berta interior. 
Como se dota o real de magia? A construção, o material, o facto pode lá estar mas é através do imaginário que se constrói a magia. Os sentidos são a plata­forma mediadora entre o real e a nossa imaginação. Quanto mais se “provar” o físico com o olhar, o tacto, a audição ou o cheiro mais se imprime essa experiên­cia no nosso banco de memórias e mais facilmente estas serão relembradas. Nas inter-relações entre o interior e o exterior destes espaços surgem as diversas dimensões do construído e da paisagem. O pátio central interior aberto pre­tende criar momentos de reflexão e introspecção. Nele podemos ler um livro, conversar, observar as plantas, ouvir diferentes sonoridades. A “pele” exterior assume um carácter mais fechado para não se expor demasiado o interior. A “pele” interior que delimita o pátio funciona de forma mais aberta para confron­tar a dualidade dos dois ambientes de rio e define planos visuais de distância ou de proximidade.
A nascente do Rio Lima é criada por intermédio de vegetação ripícola presente na zona montanhosa do curso de água. São utilizadas gravilhas com tonalidade cinzenta. O ecossistema dunar é desenvolvido com base na vegetação de foz do rio. O revestimento do solo é efectuado com recurso a areia da praia. Os dois ecossistemas ocupam locais opostos e no pátio central optou-se por revestir o solo com saibro compactado de tonalidade bege atravessado, em toda a sua extensão, pelo curso de água. 
Ao longo da instalação, e de forma a intensificar os sentidos e os ecossistemas recriados, serão utilizados alguns sons próprios dos locais de nascente e da foz do rio. 





k)  Le Jardin FA D'EAU

O título deste jardim, que associa a nota musical fá ao termo francês d’eau, pretende fazer a ligação entre o jardim e a música, mais precisamente, no que respeita a fonética, ao Fado (FA D’EAU). 
Contudo, o jardim Fa d’eau não é apenas um piscar de olho à música tradicional portuguesa, pois trata-se também de um jardim de águas musicais. Relembra, ao teatralizar, os jardins de água do Renascimento italiano e os jogos de água de Versalhes. Aqui, a água, elemento emblemático, fonte de vida, torna-se fonte de prazer para os nossos sentidos. O visitante transforma-se em músico, até mes­mo em chefe de orquestra. Pode escolher qual o som que deseja fazer ecoar: um som agudo e fino com a ajuda dos xilofones aquáticos ou um som grave e potente através do gongo. 
Na origem, os Jardineiros Nómadas são um grupo de jovens diplomados do Mestrado em Arquitectura Paisagista, de Gembloux, na Bélgica. Ao sabor das suas aventuras, a equipa sabe também rodear-se de novas competências, ao associar-se a novos membros que partilham o mesmo gosto pela concepção de espaços. 
Sempre na procura de novas paisagens para investir, os Jardineiros Nómadas gostam de trazer um novo olhar sobre os lugares que lhes são confiados. O problema da prática, do desenvolvimento de um projecto desenhado e a in­teractividade com o público, levado a apropriar-se dos projectos, está na base da reflexão da equipa. 






l)  Reflexos Infinitos

Perto do Rio Lima – o Rio de Esquecimento, o jardim de reflexos infinitos procura ajudar os visitantes a recordar as suas memórias. 
Os reflexos nítidos dos espelhos representam o presente e os reflexos desfocados pela água tipificam as memórias do passado e os pensamentos sobre o futuro. 
Para alcançar o que poderíamos designar por plenitude, deve ser possível ao visitante experimentar a combinação das recordações do passado, das vivências do presente e dos anseios e esperanças do futuro. 
A superfície horizontal da água e os seus reflexos são colocados no eixo vertical para estarem mais presentes e de fácil acessibilidade para os visitantes. 
Entre os espelhos instalados, os reflexos infinitos dão a sensação de espaço interminável. Há água que corre alternadamente pela superfície dos espelhos de maneira a criar reflexos desfocados e para tornar o espaço diversificado e apaixonante. 
A parede espelhada tem a forma do sinal do infinito para realçar a ideia do espaço, situação que acontece também ao nível do solo no interior da estrutura que suporta os espelhos.






O Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima pode ser visitado ate 31 de outubro e a entrada custa 1€.

(O jardim vencedor da edição de 2015 foi "A casa da água", jardim que poderá assim também ser visto no festival de 2016)

Edições anteriores: