quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Cabeça-de-Medusa Salpicada de Amarelo

Já por aqui tinha mostrado uma Cabeça-de-Medusa (suculenta) em flor, mas nada que se compare com esta abundante floração:


segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Como propagar Jasmim de forma fácil

O jasmim (Jasminum officinalis) é uma trepadeira de crescimento rápido, sempre verde, e que tem uma floração perfumada abundante na Primavera e Verão. Podemos usá-la em pérgolas, varandas, escadarias, ou até como sebe. 


Não é uma planta propriamente barata. Uma pequena planta pode custar entre 3/5€ e uma planta grande porte entre 10/15€. Mas apesar de ser uma planta relativamente cara, podemos propagá-la de forma extremamente simples e muito rapidamente podemos fazer quantas plantas quisermos. Para tal, e este é o processo que eu uso, basta cortar uma liana comprida, e em cada elo onde tem as folhas, cortar e enterrar na terra. Não demorará muito tempo até que na zona do elo comece a ganhar raiz e comecem a crescer novos rebentos.



sábado, 26 de agosto de 2017

Eucaliptos: um ano depois do incêndio

Há um ano, como aqui mostrei, ocorreu um incêndio junto da barragem de Lever e tudo ficou queimado e preto, mas poucas semanas depois, já milhares de sementes tinham germinado. Um ano depois, o cenário é este:


Atente-se na diferença, dois meses depois as sementes germinaram e já estavam com um tamanho entre 5 e 10 centímetros:


E um ano depois do incêndio, as pequenas plantas estão agora com cerca metro e meio de altura:



E é este o cenário um ano depois de um incêndio. Corta-se alguma madeira queimada para fazer algum dinheiro, as sementes do eucalipto dispersam-se e novos eucaliptos tomarão conta de tudo, e ficam assim os terrenos ao abandono. Nada se limpa, tudo fica na paz do Senhor. Até ao próximo incêndio.

# Eucalipto: resistência e disseminação pós incêndio



sexta-feira, 25 de agosto de 2017

A Resposta da AGROBIO à Reportagem da Visão "A Fraude nos Biológicos"

Em 2017, a Agricultura Biológica (AB) em Portugal, está em franco crescimento baseado no interesse crescente do consumidor em ter acesso a produtos biológicos. Como reflexo temos a aposta crescente da grande distribuição neste mercado, de que é exemplo a aquisição da única cadeia de supermercados biológicos (BRIO) pelo grupo SONAE.

O grande desafio atual é o aumento da oferta de produtos biológicos portugueses, este é um objectivo primordial para o desenvolvimento da AB em Portugal. Por outro lado, a informação e o reforço da confiança sobre o Biológico é outra peça fundamental.

A Estratégia e o Plano de Acção Nacional para o Desenvolvimento da Agricultura Biológica foi aprovado no dia 7 de Junho de 2017 e publicado em Diário da Republica no dia 27 de Julho. Este documento representa um compromisso fundamental entre o sector e o Governo para o incremento da AB em Portugal.

Assim, não será de estranhar que em simultâneo haja quem veja neste sector uma ameaça ao status quo da Agricultura Portuguesa.


O artigo da revista Visão do passado dia 29 de Junho, que deixou a sociedade portuguesa surpreendida ao colocar em causa a qualidade dos produtos biológicos em Portugal, era para ter saído logo após a aprovação da estratégia, não aconteceu devido à tragédia dos incêndios.

A Agrobio, num compasso de espera, levou a cabo um conjunto de procedimentos, nomeadamente o do direito de resposta, que foi recusado. Fizemos também queixa à ASAE, solicitando uma investigação sobre o caso de contaminação das couves com glifosato de forma a ser apurado e responsabilizado o prevaricador. Quanto a este assunto aguardamos ainda resposta. Procedemos também a uma investigação sobre a acreditação do laboratório Labiagro para analisar as substâncias em causa, concluindo que este laboratório não estava habilitado para fazer análises certificadas a algumas das substâncias encontradas como é o caso do glifosato. Finalmente, reunimos também com diferentes atores do movimento da Agricultura Biológica e recolhemos diferentes pontos de vista sobre a reportagem.

Não tendo sido possível publicá-lo na revista em causa, publicamos então o nosso direito de resposta, disponibilizando também outros dois documentos, um da Plataforma Transgénicos Fora e outro do fundador da Agrobio, Jean Claude Rodet.

Como nos parece que o artigo da revista da Visão foi altamente tendencioso, no sentido de denegrir um setor inteiro, deixamos também alguns estudos para que possam ser descarregados e para que se possa perceber a verdadeira importância da agricultura e alimentação biológica.

Lost in Translation

O livro A Vida Secreta das Palavras de Peter Wohlleben, revelou-se como um dos meus livros preferidos dos últimos tempos, e acho mesmo que todas as pessoas o deveriam ler. Contudo, a páginas tantas, o tradutor cometeu uma gaffe de tal ordem, que qualquer português comum, mesmo não sendo muito entendido em árvores percebia que há algo de errado na tradução.

Na página 170 do livro pode-se ler:

"O azevinho dispensa o moroso processo do crescimento ascendente, preferindo começar logo já lá em cima. É com esse objetivo que as suas sementes pegajosas se agarram aos ramos das copas, onde os pássaros vêm afiar os seus bicos. Mas como é que chegam lá a cima sem qualquer de contacto com o solo que lhe forneça água e nutrientes? Estes são recursos que se encontram em abundância nas zonas superiores, mais concretamente nas próprias árvores. Para isso, o azevinho estabelece as suas raízes no ramo onde se encontra, limitando-se depois a absorver aquilo que precisa."


Certamente que o autor não se poderia referir ao azevinho, pois como todas as pessoas sabem, o azevinho, árvore espontânea em Portugal (apesar de ameaçada de extinção) nasce no solo, à sombra dos carvalhos ou sobreiros. Creio que o autor se quereria referir ao visco, essa sim, uma planta parasita, que nasce na copa das árvores.  

Suculentas em Flor - Echeveria Chocolate

E dois meses e meio depois de ter trazido de uma grande superfície um vasinho de Echeveria agavoides "black prince", que separei e fiz duas plantas, eis que uma delas está agora em flor:


segunda-feira, 21 de agosto de 2017

De passagem pela Serra da Estrela

A verdade é que nunca tinha ido à Serra da Estrela, a maior montanha de Portugal continental com os seus 1993 metros. Já estive para lá ter ido no Inverno, em que a encontraria pintada de branco, mas talvez por não me dar muito bem com o frio, e até com o receio de ficar barrado nos acesso à Torre sem cadeados nas rodas ou carro com tração às quatro rodas, acabei sempre por não ir. 

Estive por lá quatro dias na semana passada, e sem dúvida que gostei, tal como qualquer pessoa que gosta de estar em contacto com a Natureza. Só que o Verão é mesmo a pior altura para se estar de férias e passear. O Verão é muito bom para quem gosta de estar como um lagarto ao sol, ou a passar o dia dentro de água, mas no que à Natureza diz respeito, ela está mesmo no seu pior. Os rios secam, as plantas e árvores sofrem com o calor tórrido e tudo se apresenta castanho e desertificado, excluindo, se calhar, a relva, sempre muito regada e verde em torno das piscinas dos Hotéis. 

E se a caminho de Seia, o primeiro dia começou com uma caminhada no Trilho Medieval de Cambra, nos dias seguintes passei por:


Vale de Rossim






Covão d'Ametade:






Praia Fluvial Loriga












Sem dúvida um local a regressar, com mais tempo por minha conta, quem sabe para fazer tranquilamente um ou outro trilho, mas numa outra estação qualquer que não o Verão, onde tudo esteja bem mais verde e os rios não estejam secos.

Guia Percursos Pedestres e BTT distrito de Leiria

Comprei por estes dias um guia dos percursos pedestres do distrito de Leiria e do concelho de Ourém (Santarém). É uma edição em estilo revista com 194 páginas. Cada percurso está bem ilustrado com fotografias, e encontramos todos os dados que é preciso saber como: a distância, o tempo que demora a percorrer, o grau de dificuldade e a época mais aconselhada. Encontramos ainda dicas para o caminheiro e ciclista (vestuário, equipamento e acessórios) e informações sobre a sinalização dos percursos. 

Neste guia podemos ficar a conhecer 16 municípios e 1360Km de circuitos de Natureza que vale a pena conhecer. Podemos encontrar este guia nas bancas pelo preço de um gelado (2€); acho que vale a pena comprar e faz melhor à saúde!


domingo, 20 de agosto de 2017

Até uma Gaivota Sabe...

... que não se atira lixo para o chão.





Os Dias Calmos no Campo

No campo, os dias passam com outra tranquilidade. Um gato pode até, tranquilamente, deitar-se no empedrado de uma estrada, espreguiçar-se e vir pedir festinhas.



As Plantas não têm Olhos mas Vêem

As pessoas em geral, muitas vezes fruto de uma educação dogmática que todos tivemos, rejeitam a evolução e menosprezam as capacidades tanto de animais mas principalmente de árvores e plantas. Mas só mesmo quem não lida de perto com a natureza das plantas pode pensar que elas não estão convenientemente apetrechadas. As plantas já cá estão há muitos milhões de anos, e foi graças a elas que se reuniram condições para que, posteriormente, aparecessem os animais e muitos milhões de anos mais tarde, aparecêssemos nós. 

E não é por as plantas serem diferentes de nós, que deixam de resolver os seus problemas. E a inteligência é isso: a capacidade de resolver problemas. E as plantas conseguem-nos resolver.


Aconteceu-me uma coisa curiosa. 
Como no início do blogue mostrei, quando preciso de terra, vou muitas vezes ao monte e trago alguma em sacos. Acontece que trouxe três sacos, usei dois, e um ficou arrumado debaixo de uma árvore à espera de poder vir a ser usada. 

E o que é que eu fui encontrar por estes dias? 
Uma trepadeira, que nasceu dentro do saco - que estava amarrado! - mas que não foi o suficiente para conseguir travá-la! As trepadeiras, como sabem, estão programadas para trepar, e à partida esta trepadeira nasceu no sítio errado, estaria, pensariam muitos, condenada a morrer. 

Mas qual quê?! A trepadeira que não tem olhos, mas conseguiu muito facilmente, encontrar o pequeníssimo orifício deixado pelo fio que atava o saco, atravessou-o e continuou a crescer como se nada fosse. 

As plantas não têm cérebro mas têm memória. Não têm coração mas sentem. E não têm olhos mas vêem.

Por que é que ardem casas em Portugal? II

A notícia hoje no Diário de Notícias explica muito bem o porquê de situações como a que relatei anteriormente. Quando a multa por não limpar os terrenos é inferior ao gasto que se tem de pagar para fazer a limpeza, e quando em 40% dos casos as multas nem sequer são pagas, é lógico que o crime compensa. 

Os incêndios são um negócio. Não interessa limpar. Não interessa punir os incendiários. Não interessa fazer prevenção, limpar e ordenar a floresta. Não interessa acabar com o eucalipto, espécie invasora, que destrói os solos e é um perigo quando arde. O que unicamente interessa é que a floresta arda, para que se possam fazer negócios de milhões no combate às chamas. E é por isso que , infelizmente, continuarão a arder casas em Portugal. 


GNR diz que proprietários preferem pagar multas de 140 euros a mandar limpar terrenos, o que custa entre 500 a mil euros


Até ao dia 18 de agosto, a GNR já tinha levantado 782 processos de contraordenação por incumprimento da legislação que estabelece o Sistema Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios. São multas por comportamentos negligentes dos donos das terras, como a falta de gestão das faixas combustíveis, as fogueiras ou queimas, ou a falta de limpeza dos terrenos ou da limpeza junto às estradas, refere a Guarda Nacional Republicana. Mas até ao momento apenas foram pagos 74.040 euros em coimas (65.240,00 euros por singulares e 8.800,00 por empresas)."A maior parte dos proprietários prefere pagar a coima, no valor de 140 euros, do que mandar limpar o terreno, o que custa 500 a mil euros", diz o major Ricardo Alves, do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR.


sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Suculentas em Flor: Aloe ‘Christmas Carol’

E o Aloe ‘Christmas Carol’ que trouxe de Ponte de Lima em Junho está agora em flor.Não é nada exuberante, é uma singela flor vermelha, típica deste género.



quarta-feira, 16 de agosto de 2017

PR6 - Trilho Medieval - Cambra

Primeiro fim-de-semana de férias que começou com uma caminhada de 8Km em Cambra no concelho de Vouzela. 



Tomou-se o pequeno-almoço junto ao Solar de Cambra, construído no século XVIII e restaurado recentemente...



E são vários os pontos de interesse que vamos encontrando ao longo do percurso. Na imagem abaixo podemos ver um antigo aqueduto em granito destinado a fins agrícolas:


Passamos por caminhos estreitos, ladeados por pedras, por onde só uma pessoa passa...



.. e por carreiros de pedras por onde se atravessam cursos de água, que nesta altura do ano, infelizmente, se encontram secos:





Mais adiante vamos encontrar a Torre de Cambra, uma torre medieval já em ruínas, que terá sido construída no final do século XIII.







A torre fica situada muito perto da junção dos rios Alfusqueiro e Couto, onde temos o agradável Parque do Espírito Santo:



Neste local podemos encontrar a seguinte fauna:


Continuando com o percurso circular, vamos passar junto da Cova do Lobisomem:


Lenda do Lobisomem

Reza a lenda que nas noites de lua cheia o lobisomem percorre as ruelas graníticas da povoação de Cambra, caçando quem apanhar desprevenido. As portadas das janelas fecham-se e as crianças escondem-se debaixo das mantas quando ouvem o tropel das suas patas na calçada. Mas que monstro é este que assim apavora as noites enluaradas?
Acontece que nas famílias da região, nas mais numerosas, era costume haver 7, 8, 9 e mais filhos... Se, ao chegar ao sétimo filho, nascesse uma menina havia que chamar-lhe Custódia ou Benta, e se fosse menino pôr-lhe o nome de Bento ou Custódio. Mas, nem todos se lembravam ou então não acreditavam na maldição e assim lá lhe davam outro nome. Então, em todas as noites de lua cheia, essa criança, ao chegar à idade adolescente sofria uma terrível transformação: cresciam-lhe os dentes e as orelhas, as unhas transformavam-se em garras, e o corpo ficava coberto de pelo negro e hirsuto...  os olhos chamejantes vasculhavam o escuro, saltava de casa para fora, procurava vítimas indefesas,caçava-as e depois arrastava-as para o seu esconderijo: uma gruta, na margem do rio Couto, perto da velha torre onde as devorava sofregamente! Testemunho disso são os ossos que por ali se iam encontrando e as paredes enfarruscadas da cova onde, nas noites mais frias, o monstro acendia uma fogueira para se aquecer. 



Prosseguindo a caminhada, passamos depois pela antiga Fábrica do Queijo, de construção do início do século XX e que produzia queijo e manteiga. E ali foi construída por se tratar de um local muito fresco e de abundância de água. Com o advento das câmaras frigoríficos e graças aos maus acessos para lá chegar, acabou em declínio e deixou de funcionar.  



Já perto do final passamos pela Ponte de Confulcos, uma ponte em pedra do século XVIII que serve para atravessar o rio Alfusqueiro, que também se encontrava quase seco.




Ao longo do percurso ainda ajudei uma das minhas camaradas de percurso a apanhar muitas das amoras que se exibiam ao longo do caminho!