domingo, 29 de abril de 2018

PR3 Fisgas de Ermelo

Ontem desloquei-me mais uma vez com a AMUT, associação que entre muitas outras coisas organiza diversas caminhadas ao longo do ano, para fazer uma caminhada em plena serra do Alvão, concelho de Mondim de Basto. O nosso destino era a aldeia de Ermelo (que outrora foi sede de concelho e ainda exibe junto da Junta de Freguesia o seu pelourinho) para fazermos o trilho PR3 Fisgas de Ermelo e nos deslumbrar-nos com a sua cascata, uma das maiores de Portugal.

Varzigueto

O percurso tem cerca de doze quilómetros e meio e é circular. Nós iniciamos o percurso junto da Igreja de Ermelo, percorremos algumas centenas de metros por entre as casas típicas da aldeia até entrarmos então no trilho propriamente dito e na companhia de grandes carvalhos e muros cobertos de musgo.




A primeira parte do percurso, pouco mais de um quilómetro, é bastante simpática, sempre a descer até à Ponte da Abelheira (construída em madeira) que atravessa o rio Olo.




A partir desta ponte inicia-se uma longa subida de cerca de 5Km, bastante exigente e que poderá deixar marcas para o resto do percurso. Será conveniente estar bem preparado fisicamente, pois ouvi vários relatos, de pessoas que até fazem muitos quilómetros (como os caminhos de Santiago e de Fátima) e que, por exemplo, até acharam este percurso de 12Km mais difícil que o de 24Km que fizemos na Via Romana da Geira




Neste local encontramos por ali um grupo de escuteiros, bastante animado e vestidos com t-shirts vermelhas bem visíveis ao longe. E eles ainda não sabiam, mas haveriam de regressar de boleia connosco! 


A carqueja em flor salpicava a montanha de amarelo... (sim, tenho de plantar carqueja no meu jardim!)


E toca a subir que o caminho é sempre para cima!...



Em verdadeiros caminhos de cabras...



E eis-nos chegados ao Alto da Cabeça Grande, podendo observar agora bem mais de perto a Cascata:






Lavadas as vistas, continuar a subir, porque o dia era para caminhar, não era para estender uma mantinha e descansar (como apeteceria a muito boa gente)!



Os escuteiros faziam o mesmo percurso que nós, e podíamos vê-los agora lá ao longe observando a Cascata...



Chegados lá acima ao alto, houve uma pequena incerteza momentânea, sem que as pessoas que comigo iam na frente do grupo (que se estendia montanha abaixo) não sabiam ao certo se o trilho era para a esquerda ou para a direita, e foi o momento oportuno para eu me esgueirar um pouco e caminhar em direção ao rio para tirar algumas fotografias. Caminhei mais umas centenas de metros junto à água (não lhe pus a mão mas tenho a certeza que estaria gélida!) e apanhei as minhas camaradas de caminhada no trilho certo. Ah, e lá em cima era para virar à direita, e só tínhamos de ignorar umas fitas brancas, marcas de uma associação de atletismo de Mondim de Basto.






E ao longe já se avistava a povoação de Varzigueto onde acabamos por ficar um pouco à conversa com a dona Odete que nos contou que de manhã tinham ido buscar madeira a Mondim de Basto e estava agora a preparar o almoço (batatas cozidas com peixe). Falou-nos também, com alguma tristeza, da senhora Aurora, "que Deus a tenha no céu", que vivia uns metros numa casa mais adiante, e que como acolhia muitos gatos, os caminheiros que por ali passavam gostavam muito de falar com ela... E ainda deixou umas dicas sobre uma casa lá na terra em que uma senhora prepara uns bons  almoços e petiscos, tudo com animais que cria em casa... mas o nosso destino era Ermelo. Quem sabe numa próxima vez alguns de nós vá iremos tirar a prova dos nove!



Chegados a Varzigueto era tempo de dar meia volta, atravessar e caminhar agora pela margem direita do rio Olo. Ao longe víamos muitas pessoas do nosso grupo que faziam a caminhada ao seu ritmo, ainda do outro lado do rio.


Por estas bandas vi muitos ninhos de lagarta do pinheiro...


E pinheiros que dão umas pinhas muito pequeninas:


A paisagem de Varzigueto ficava cada vez mais para trás....


E a 1,6Km tínhamos novo miradouro...


Ao longe avistava-se o Monte Farinha e a conhecida (muito por causa do ciclismo) Senhora da Graça:


Rebanhos de cabras sempre presentes ao longo do percurso...


E depois de se começar, finalmente a descer, aos poucos aproximavamo-nos, de novo, da Ponte da Abelheira, o que significava que só faltava cerca de 1Km para o final do percurso. 






Depois da ponte ainda consegui vislumbrar uma joaninha por entre  as ervas do chão...


E se do início do percurso até aqui foi, simpaticamente sempre a descer, agora, já cansados e com mais de dez quilómetros nas pernas, tínhamos ainda uma bela e desagradável subida para terminar em beleza!

Mapa do percurso:


De um modo geral posso dizer que este é um trilho de dificuldade acima da média, mas vale a pena o esforço. Eu vou encarar isto como uma descoberta que serviu de aperitivo. Para lá regressar por minha conta um dia destes, com a máquina fotográfica melhorzita, quem sabe também os binóculos, e certamente uma mantinha para deitar junto ao rio!

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