quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Natal com as Mãos na Terra

Véspera de Natal com tarde livre do emprego. Como o tempo tem sido muito pouco aproveitei para chegar a casa e dedicar-me à jardinagem. O vento da tempestade tombou-me ligeiramente a budleia e eu aproveitei para a podar e endireitar. E de repente olho para duas grandes piracantas que tinha em vasos de trinta litros e como já não sabia o que lhes fazer com aquele porte (até estiveram à venda mas a coisa não se concretizou) e então resolvi cortá-las para tentar transformar em bonsai. Uma só a cortei e não lhe mexi ainda nas raízes mas a outra sim, removi grande parte das raízes (e espero não ter exagerado) e coloquei numa taça de barro que a minha mãe tinha livre e não iria usar brevemente. 

O arbusto, que teria um metro e meio estava assim, com fotos em flor e com os frutos:
As pessoas mais sensíveis não se assustem, mas passou agora a estar assim:



E já que estava com as mãos na terra e a pensar em bonsais, decidi tirar uma hera do vaso, que já estava a puxar novos rebentos, e dei uma pequena aparadela nas raízes e coloquei depois noutra taça de barro. Sempre quis ter um bonsai de hera, creio que finalmente estou no caminho certo para ter um. Veremos, mas até nem acho que esteja a ficar muito mal...



Uma visão geral de ambos, com a minha laje de xisto com Sedum hirsutum que eu adoro!


Opiniões e sugestões são sempre bem-vindas!

domingo, 22 de dezembro de 2019

Jacinto Aquático - História de uma Invasão por Culpa do Homem

"A Planta Mais Prolífera do Mundo"

O jacinto de água multiplica-se com uma incrível rapidez; numa só temporada, dez pequenos jacintos podem converter-se em mais de seiscentas mil plantas estreitamente entrelaçadas. Estas formam um tapete com a extensão de meio hectare, tão espesso que pesa 180 toneladas e com tal flutuabilidade - devida a uma série de ampolas de ar com quatro ou cinco centímetros de espessura, situadas na base de cada planta - que pode suportar o peso de um homem. 

Jacinto-de-água em flor (Eichhornia crassipes) em minha casa

O homem é o único culpado desta propagação monstruosa. A planta só atravessou as fronteiras da América do Sul, de onde é originária, em 1884, data em que foi levada à Exposição Comemorativa do Centenário de Nova Orleães, fugurando na secção de horticultura.

Atraídos pelas suas belas flores, alguns jardineiros levaram várias estacas para os seus tanques e fontes. Ao verem que se multiplicavam rapidamente, atiraram o resto para os arroios próximos. Um visitante da Florida levou para a sua cidade um caixote cheio de jacintos, tencionando embelezar com eles o rio St. John: as inundações, os temporais e as correntes encarregaram-se do resto. Seis anos depois,  jacinto tinha-se espalhado desde a Florida ao Texas, avançando em seguida para o norte até à Virgínia e para o oeste até à Califórnia.

Invasão de Jacinto-de-água na Pateira de Fermentelos
A Planta chegou à Austrália em 1895, provavelmente levada por alguma pessoa que se deixou seduzir pela sua beleza. Na Índia era já conhecida em 1902, enquanto que a África só começou a ser invadida por ela em 1950. Neste continente foi vista pela primeira vez no rio Zaire, perto de Brazzaville, onde, segundo se diz, fora introduzida por um missionário. Seis anos mais tarde, estendia-se, ao longo de mil e quinhentos quilómetros, pelo rio Zaire e afluentes penetrando também no Sudão, Uganda Etiópia, Rodésia e Malawi. 

Excertos do livro "O Assombroso Mundo da Natureza" / Seleções do Reader's Digest (1970)

domingo, 15 de dezembro de 2019

Transplante de Pré-Bonsais de Piracanta e Tronco Duplo de Abelia

Ontem aproveitei umas tréguas na chuva para fazer uns transplantes de dois pré-bonsai que estavam com nova brotação. Ainda me lembrei e tirei umas fotografias ao que eu julgo ser uma Abelia de tronco duplo. Estas duas árvores nasceram de semente, juntas no jardim e então aproveitei para as meter num recipiente plástico e ir podando já com ideia de as poder tentar transformar em bonsai. E como se vê, depois de ter cortado todo o recipiente plástico era esta a altura que o torrão de raízes tinha. 



Seguidamente o que comecei por fazer foi soltar todas as raízes e ir retirando a terra, e reduzi substancialmente o torrão para uma altura já aceitável para depois ser colocado num vaso de bonsai.


Entretanto aproveitei umas taças de barro que a minha mãe tinha e não quer, e decidi ali colocar este pré-bonsai para se estabilizar e ir tentando moldar até posteriormente ser passado para um vaso de bonsai mais pequeno. Fui de novo buscar musgo e umas pedras ao monte que coloquei em  volta. E entretanto deixei à chuva:



Da piracanta não tenho fotos do mesmo processo, só mesmo o resultado final que ficou assim:


Aeonium: Pulgões e Cochonilha

No fim-de-semana passado esqueci umas rosetas que arranquei dumas botas que estavam já repletas de suculentas, para depois colocar em vasos. Bastou uma semana esquecidas em cima do relvado para que fossem atacadas por pulgões nas folhas e cochonilha de algodão nas raízes. Cada bicharoco tem a sua preferência! 




domingo, 8 de dezembro de 2019

Desafio: Alguém Quer Tentar Adivinhar Que Árvore é Esta?


Ajuda: não é preciso inventar muito. É bem conhecida de toda a gente!

Arranjo de Suculentas com Flores de Aloe Arborecens e Aeonium



Não pude deixar de fotografar mais um arranjo de suculentas feito pela minha mãe para enfeitar no cemitério. Aproveitou as flores do Aloe Arborecens, e dos Aeonium e colocou uma Echeveria, raminhos de Senecio e Portulacaria e Opuntia. Acho que resultou muito bem, mas qual é a vossa opinião?

As Câmaras Municipais Sabem Contar Dez Metros?

Desde 2006 que existe uma lei em Portugal que obriga a limpar o mato e as árvores, como pinheiros e eucaliptos em volta das casas, em volta das aldeias e junto das estradas. A lei ficou mais visível, e parece que até então ninguém a conhecia pela forma como tanta gente se manifestou contra a limpeza (é melhor as casas arderem e sermos todos nós a ter que as pagar!), mas esta lei ficou muito conhecida a seguir ao grave incêndio de Pedrógão que vitimou sessenta e quatro pessoas porque a estrada não estava limpa como devia e os carros acabaram incinerados e, porque depois de casa arrombada trancas na porta, o anterior governo de António Costa, decidiu aplicar prazos a cumprir e coimas para os infratores que não limpassem. 

Entretanto a limpeza dos terrenos, com mais ou menos queixas, lá entrou na ordem do dia mas tudo entrou na normalidade do país, que é como quem diz, depois da gritaria inicial tudo acaba por ficar igual ao que estava antes, porque basta prestar um pouco de atenção para perceber que muito pouco foi feito. E vou só dar dois exemplos de proximidade aqui na minha freguesia do concelho de Gondomar. Primeiro, na estrada que liga as duas freguesias vizinhas, junto ao antigo campo de futebol da terra:



O segundo exemplo numa outra estrada que vai na direção da Serra das Flores:



Perante este cenário a minha pergunta é: a obrigatoriedade de abate das árvores é só para alguns ou as autarquias não sabem contar até dez metros?

domingo, 1 de dezembro de 2019

Recolher Sedum hirsutum

Na estrada nacional aqui perto, que serpenteia paralelamente o rio Douro até à Régua, há zonas onde uma minúscula planta de nome Sedum hirsutum nasce em cima dos pequeninos restos de terra que caem sobre as rochas. No Verão, que é quando dá mais nas vistas, nunca me canso de a ver a florir nas encostas da estrada. Mas recolhê-la no Verão não é altura ideal pois pode secar. 

Hoje, no regresso de mais um treino, e com o sol a reluzir sobre as encostas molhadas, lá estava ela, conjuntamente com o musgo, a colorir de vários tons de verde a encosta. Então, depois de almoço resolvi ir lá e recolher alguns tufos de plantas. 




 

Depois lembrei-me que ali não muito longe havia um sítio com muitas lajes de xisto, e resolvi passar por lá. A zona, junto a um reservatório de água já tinha sido revolvida por máquinas, mas, mesmo assim ainda encontrei algumas que achei terem o formato apropriado a serem usadas para bonsai. Meti algumas na mala do carro e regressei a casa. 

Olhei para uma das lajes e gostei particularmente, então, vai daí, depois de a lavar, fui buscar um pouco de terra argilosa, que gruda bem na pedra e comecei a fazer um mini arranjo com esta mini-suculenta e finalizei colocando musgo em volta. E depois, depois borrifei muito bem. Veremos como estas plantas minúsculas se aguentam. 



sábado, 30 de novembro de 2019

Mini Bonsai - Hera em Concha

Uma pequenina brincadeira. Tinha uma pequeníssima hera que nasceu de semente debaixo de uma árvore e tinha colocado em vaso já a pensar nisto. Transplantei-a para uma vulgar  concha do mar, e enfeitei com musgo que entretanto apanhei para os bonsais e pus ainda duas pequeninas pedras. Até acho que nem  ficou mal.  



Colocar Musgo nos Bonsais


Bonsais com musgo em volta da árvore dá sempre um aspeto natural e bonito. Os bonsais que temos no exterior, muito naturalmente, e visto que a árvore tem que ser regada com frequência e abrigada do sol direto, irão ganhar musgo, contudo se quisermos acelerar o processo, basta irmos recolher algum musgo e colocar em volta, tendo sempre o cuidado de não ocultar totalmente as raízes, que é das partes mais bonitas da árvore e que deve estar à vista e não oculto. Tal como também devemos retirar o musgo que cresça no tronco da árvore. Mas este é um processo como referi para bonsais que estejam no exterior. Dentro de casa o musgo nem aparecerá nem sobreviverá se lá o colocarmos.

E esta é uma altura ideal para recolhermos musgo para as nossas pequenas árvores. Foi o que acabei de fazer hoje. No muro em volta da casa dos meus pais recolhi vários bocados, que depois coloquei nos meus vasos. Podemos ainda recolher a mais e colocar num tabuleiro que ele irá proliferar e, quando quisermos ali o temos para ser usado. 

O que eu fiz foi pegar num canivete velho e levantar pedacinhos de musgo. Depois é uma questão de gosto pessoal. Eu prefiro o musgo mais miudinho.


 Levantei vários bocados e coloquei dentro de um tabuleiro:


E seguidamente coloquei em volta dos vasos:



O que sobrou coloquei ainda num vaso de bonsai que estava vazio. Rega-se bem e coloca-se à sombra. Mais fácil não há!

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Plantar Portugal 2019



Estimados Amigos e Parceiros,

Vimos anunciar o lançamento da 10ª Edição da SEMANA DA REFLORESTAÇÃO NACIONAL, uma iniciativa que se realiza todos anos por altura da celebração do Dia da Floresta Autóctone.

A presente edição irá decorrer entre 15 e 30 de Novembro e durante este período cidadãos, escolas, freguesias e municípios das diferentes regiões unem-se para PLANTAR PORTUGAL, dedicando um dia à reflorestação nacional e à defesa e promoção das espécies autóctones.

Convidamos todas as pessoas que se preocupam com o meio ambiente e sintam que é importante reflorestar o nosso país, a dar o seu contributo em prol da defesa da biodiversidade e promoção da floresta autóctone portuguesa.


domingo, 10 de novembro de 2019

Onde Antes só Existiam Orquídeas... Existem Agora Suculentas!

Na varanda onde antes a minha mãe só tinha dezenas de orquídeas que aos poucos eu fui vendendo....




Encontram-se agora dezenas de suculentas que aos poucos fui trazendo de minha casa, muitas comprei aos poucos, outras chegaram de trocas, minhas via net outras que a minha mãe trocou com pessoas cá da aldeia, e, mais recentemente, muitas oferecidas, porque nisto das suculentas por vezes vendemos uma planta e ganhamos um amigo, e tenho-me apercebido agora melhor, fruto de estar nas redes sociais, que há uma verdadeira comunidade amante de suculentas, que compram avidamente, trocam, oferecem... Há toda uma verdadeira economia a funcionar com milhares de amantes de suculentas no país. E se calhar, digo eu, aqui estaria um belo tema para uma reportagem de fim-de-semana.




terça-feira, 5 de novembro de 2019

Gaiola-de-Bruxa

Coincidências curiosas. No mesmo fim-de-semana prolongado de Dia-de-Todos-os-Santos em que agora muita gente brinca ao Halloween, deparei-me com um cogumelo bastante estranho (Clathrus ruber) que, segundo a Wikipedia, fiquei a saber que tem o nome comum de gaiola-de-bruxa, lanterna-das-bruxas ou clatro-vermelho.

Independentemente dos nomes, uma coisa é certa, este fungo não passa despercebido! E o seu cheiro também não! E com este cheiro nauseabundo (a fazer-me lembrar a epopeia das sementes de Ginkgo bilova!) duvido muito que as pessoas queiram mesmo saber se é comestível ou não!

Esta gaiola-de-bruxa, ou coroa-de-rainha como a mim me parecia!, emerge duma espécie de ovo branco que parece ter explodido para ficar naquela forma de arte contemporânea. 





domingo, 3 de novembro de 2019

O Outono Escarlate da Vinha Virgem



Apesar da instabilidade do tempo, que nas últimas semanas nos presenteou com um Outubro bastante chuvoso, ontem, aproveitando umas tréguas na chuva, fui pela mão de uma amiga dar um pequeno passeio pelo Europarque, sítio bastante interessante para dar uma caminhada, correr, andar de bicicleta, ou simplesmente desfrutar do silêncio (apesar de ali perto passar a auto-estrada, esta torna-se despercebida) e sentar ou deitar para ler um livro ou fazer um piquenique no verão. 

Estamos no Outono, e não terá sido por acaso que o que mais me chamou a atenção foi uma vinha virgem (Parthenocissus tricuspidata) que trepava por um dos edifícios. Os dias não têm estado muito propícios a grandes fotografias, chuvosos e e cinzentos, mas sobre aquela vinha virgem o sol refletia os seus raios e o escarlate das suas folhas estavam no seu esplendor... 









Eu tenho várias trepadeiras como as heras e os jasmim, mas nunca tive nenhuma vinha virgem e por outro lado, depois de ter os muros quase todos cobertos de heras, não creio que teria local onde as plantar. E como não as conheço muito bem, ficamos intrigados com aqueles novos rebentos, verdes, com as folhas em forma de coração, porque à primeira vista parecem espécies diferentes. Mas também nas heras (e um dos nomes comuns desta vinha virgem é hera japonesa) elas começam com um tipo de formato de folha, que depois muda radicalmente e ficam bem maiores. Creio que também se passará o mesmo neste caso mas ainda será algo para confirmar.