domingo, 30 de junho de 2019

Ecopista da Linha do Tâmega: Celorico de Basto - Arco de Baúlhe

Este sábado juntei-me aos meus amigos para fazer a Ecopista do Tâmega, o troço Celorico de Basto até Arco de Baúlhe (ida e volta) com cerca de trinta e cinco quilómetros. Na semana anterior já eles tinhas feito a primeira etapa que começa em Amarante. No entanto, é perfeitamente possível, claro, consoante a disponibilidade física de cada um, fazer numa manhã ou tarde, e se calhar com algumas paragens, até para se tirar umas fotografias à paisagem, fazer Amarante - Arco de Baúlhe e regressar a Amarante, visto que no total são menos de 80Km.

O percurso faz-se muito bem, o piso é excelente, e a paisagem é muito agradável, umas vezes com vista para o Tâmega e Monte Farinha lá ao longe, outras vezes com vista para campos de cultivo e vinhas, e visto que o percurso era a antiga linha de comboio, após alguns quilómetros a pedalar, podemos parar e ver as antigas estações de Mondim de Basto, Canedo de Basto e, no fim, Arco de Baúlhe. 





Ao longe o Monte Farinha

Rio Tâmega



















Foi um passeio muito agradável, num dia bonito de verão, e pelo caminho ainda encontramos um pequeno passarinho que parece que tinha saído do ninho há pouco tempo, e no regresso, um burro, que parece que me queria morder quando lhe fazia festinhas!

Fazer a Ecopista do Tâmega é também lembrar outros tempos, que nem são tão distantes assim.  Lembrar antigas estações de comboio, lindíssimos painéis de azulejos, num tempo em que, como dizia o meu amigo, em que se faziam coisas realmente bem feitas, com arte, demorasse o tempo que fosse preciso. E é uma dor de alma ver azulejos arrancados, estações vandalizadas e vestígios de humanos que fazem das obras do passado a sua latrina ou refúgio para aventuras sexuais. 

Olhar estas antigas estações é também lembrar um tempo em que antigos trabalhadores cuidavam com grande empenho, e certamente com orgulho, dos jardins que embelezavam as estações. Aliás, no tempo do Estado Novo (tempos da ditadura de Salazar) existia até o Concurso das Estações Floridas. E não deixa de ser irónico e de lamentar que, hoje, apesar de felizmente vivermos num tempo de democracia, se deixe os pedaços da nossa história ao abandono e a cair aos bocados, e por outro lado, que as nossas estações de comboios, as que são usadas diariamente por milhares de pessoas, estejam cheias de ervas e ao abandono ou então que se prefira cimentar tudo. 

Por último referir que na estação de Arco de Baúlhe, quem pretender pode visitar o Museu Ferroviário. Infelizmente nós não o pudemos fazer porque quando chegamos já estava quase na hora do encerramento. 


2 comentários:

  1. Gostei imenso que seguir o seu passeio através das fotografias. Os azulejos são lindos, pena os que já foram arrancados. Fico sempre irada quando vejo património vandalizado e descuidado.

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    1. Sim, pena os azulejos que já foram arrancados. Numa das fotografias o meu amigo está a ler uma placa que diz que os azulejos foram fotografados e que se alguém arrancar e vender na net eles irão acionar judicialmente. Mas é realmente pena o vandalismo e abandono de algumas destas antigas estações por todo o país.

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