sábado, 27 de julho de 2019

Portugal Eucaliptado

Depois de ter feito a Ecopista do Dão, parti de Santa Comba Dão de regresso a casa mas decidi atalhar até Águeda pela nacional N334. Começava a cair a noite, e eu atravessava parte do antigo Cavaquistão, que é como quem diz, o distrito de Viseu. 

É assustador. Há não muito tempo eu já tinha andado a caminhar por Mortágua, e não se vê uma única árvore que não seja um eucalipto. A paisagem é feia, mesmo muito feia. Uma monocultura que tudo destrói. E toda a Natureza destruída em prol das fábricas de papel e do dinheiro que vai para o bolso de alguns. Em tempos diziam que os eucaliptos em Portugal eram o petróleo verde, só faltavam os Koalas, mas afinal tanto petróleo não evitou três vindas do FMI e continuamos a ter dos salários mais baixos da União Europeia. A quem enriquece então um país completamente destruído e eucaliptado? A muito poucos, como convém.



Mas a atravessar a N334 é mesmo assustador. Montanhas e mais montanhas completamente arrasadas, terraplanadas para a plantação de eucaliptos e mais eucaliptos. Quilómetro e quilómetros em que não se vê mais nada que não sejam fábricas de papel. Tive que parar o carro, e mesmo a luz sendo pouco, tirei estas duas fotografias, mas andam-se dezenas de quilómetros e o cenário é sempre este, montanhas e montanhas eucaliptadas. 

Por ali não pode haver nada. Bichos, pássaros, abelhas. Que pólen é que as abelhas iriam recolher em tantos quilómetros que têm exclusivamente eucaliptos?

É assim que se pensa o futuro de um país? Não acho que seja. No entanto continua-se a permitir, mesmo depois da Ministra dos Eucaliptos (Assunção Cristas) ter saído de cena, que mais eucaliptos sejam plantados, e segundo o último Inventário Nacional da Floresta, o eucalipto ocupa já mais de um quarto da floresta nacional. Um verdadeiro crime que ficará para a história enquanto a maioria dos políticos lava as suas mãos. 

Público 28 Junho 2019

Arrumem-se que Queremos Crescer

Dois meses depois de ter comprado esta Lança-de-São-Jorge (Sansevieria cylindrica), começam agora a surgir pequenos novos rebentos. O mais curioso é as hastes maiores arrumarem-se para o lado para os pequenos bebés crescerem!




Percebe-se bem a diferença quando vemos a fotografia no dia em que chegou cá a casa, em que todas as hastes estavam bem na vertical. 

quarta-feira, 24 de julho de 2019

A Odisseia dos 100Km na Ecopista do Dão

Inicialmente a ideia inicial era ir até Santa Comba Dão e fazer só parte da Ecopista do Dão. Ir talvez até Tondela, ou fazer uns 25Km (metade do percurso) e depois regressar para almoçarmos, e de tarde dar uma volta pela cidade.

Mas mal cheguei já os meus amigos tinham planos mais ambiciosos em mente! Fazer a Ecovia toda, o que significava percorrer os cem quilómetros de extensão. Bem, na verdade tínhamos o dia todo por nossa conta, íamos fazer paragens, almoçar (levamos merenda) e certamente que iríamos encontrar cafés lá pelo meio para pararmos e nos refescarmos como fizemos na Ecopista da Linha do Tâmega . Mas os cem quilómetros nas pernas ninguém nos tiraria!

Tiramos as bicicletas dos carros e lá pusemos pés a caminho, ou melhor dizendo, pés nos pedais!







Estava uma manhã fresca, e tudo estava a decorrer lindamente até atravessarmos a ponte sobre o rio Dão. Pouco depois, a tragédia. Pffffff ouviu-se! O meu amigo acabava de furar. E não tínhamos remendos nem câmara de ar para a medida do pneu da bicicleta dele. Sim, é um pouco irresponsável, mas numa ciclovia asfaltada ninguém pensa que vai furar! Mas a verdade é que não foi só ele a furar, acabamos por depois ver mais algumas pessoas, paradas, e a reparar furos e no regresso também ainda estava reservada uma outra surpresa desagradável. 

"Já estraguei tudo" disse o C. desanimado.
"Não estragaste nada!, acontece! Já me aconteceu a mim também"!

Pensamos em várias alternativas, por exemplo, ir visitar a cidade onde nasceu o ditador Salazar, e depois fazer uma caminhada, e quem sabe não se encontraria uma loja onde arranjar uma câmara de ar. Tudo de haveria de arranjar de uma maneira ou de outra para não dar por perdido o tempo o dinheiro que gastamos a viagem desde o distrito do Porto. 

Até que eu me lembrei que passamos, logo no início do percurso, por um local, bem identificado, que alugava bicicletas! Poderiam ter câmaras de ar para substituir, ou até também se poderia alugar uma bicicleta. Parecia uma boa solução. E assim fizemos. Os meus amigos foram vindo nas calmas a pé, enquanto eu fui de bicicleta até à Abelenda Bike Rental. Entrei pela quinta adentro e como não fui vendo ninguém (apesar de ter o número de telefone cá fora!) continuei a pedalar até que já estava quase junto da casa e ouço um afirmativo "Bom dia!" e cães a latir a vir na minha direção! "Talvez já tenha vindo longe demais", pensei! Lá expliquei à senhora, alta, de olhos claros e sotaque estrangeiro (é holandesa), que precisava de ajuda para, ou comprar uma câmara de ar, ou alugar mesmo uma bicicleta. A senhora mandou-me esperar que ia buscar a sua bicicleta, e lá fomos ter ao barracão de madeira (que parece uma pequena casa pré-fabricada) onde estavam as bicicletas e respetivo material. 

Quando a senhora me disse que alugar uma bicicleta custava 10€ telefonei ao meu amigo e contei-lhe que câmara de ar para bicicleta dobrável ela dificilmente teria. Mas ele nem pensou duas vezes e quis logo alugar a bicicleta! Lá tratei das formalidades, dos dados e do pagamento e entretanto eles chegaram. Deixou-se a bicicleta com furo lá, e trouxemos uma bicicleta grande (talvez roda 28) que ficou para a namorada do meu amigo, enquanto ele passou a seguir na dobrável dela como vemos na imagem em baixo.


Mas então por que é que várias pessoas furaram numa ciclova? Porque na zona inicial, três ou quatro quilómetros depois do início, e tal como me disse a senhora que aluga as bicicletas, eles andaram a cortar as silvas mas não limparam convenientemente o asfalto! Aliás, havia também restos de asfalto que, digo eu, conforme a pista vai sendo restaurada, (foi colocado asfalto daí não se ver o azul e colocados postes de madeira para fazer a vedação) deveria ser limpa e não se deixar ali tudo sujo.




A Ecopista do Dão, com os seus quase cem quilómetros (ida e volta) é a maior do país e foi inaugurada em 2011, fruto da parceria de três municípios: Santa Comba Dão, Tondela e Viseu. A própria ecopista está pintada com diferentes cores que identificam o município a que pertencem: azul para Santa Comba Dão, verde para Tondela e vermelho para Viseu.



Ao longo da Ecopista do Dão apanhamos zonas arborizadas, em que se pedala agradavelmente à sombra, mas apanhamos também muitas zonas expostas ao sol devido aos incêndios, como se vê, por exemplo, na imagem em baixo, em que se podem ver os sobreiros pretos com folhagem nova.

Quando já pedalávamos para o fim, eu vinha com a C., quando alguém parado na berma nos pediu ajuda. Tinha a corrente toda encravada e sozinho não iria conseguir sair dali. Depois de a algum custo o termos ajudado, vim com ele a conversar e fiquei a saber que é de Santa Comba Dão. E contou-me, precisamente, que a Ecopista era muito mais bonita antes dos incêndios de 2017.

Eu estou em crer que seria do interesse de todos, que as autarquias não gastassem só o dinheiro no asfalto a fazer ciclovias, mas pensassem também na questão da flora. Erradicar, pelo menos junto da Ecopista as árvores invasores (não esquecer que estamos na zona centro do país, quase totalmente eucaliptada) e plantar autóctones como carvalhos, sobreiros, azevinhos, medronheiros (vi alguns) etc, para que, por um lado se fique com uma paisagem bem mais apelativa e menos monótona, e, por outro, que se minimize a probabilidade de um incêndio destruir tudo.




À hora de almoço resolvemos parar em Tondela, junto da antiga estação e sentados à sombra das árvores.


E mais adiante, já o calor se fazia sentir, paramos num café em Parada de Gonta, para hidratar e refrescar.



Pavimento vermelho significa que já entramos no município de Viseu:


A sempre útil vegetação que, na maior hora de calor, nos abriga do sol...


Estação de Torredeita onde se pode ver uma antiga locomotiva...





Apeadeiro de Mosteirinho:


Já muito perto do final, entrando na zona urbana:




Já no sentido inverso, parando só para fotografar uma libelinha que insistia em levantar e depois voltar a pousar e depois voltar a levantar! E claro, estas paragens custam porque uns segundos que fosse implicava que lá tinha de pedalar com um pouco mais de vigor, para voltar a apanhar a C. e seguirmos no encalço do C. que era sempre o fugitivo do dia!


No regresso parei também para uma fotografia nas Ruínas da Estação de Santa Ovaia.


E quando faltariam uns três quilómetros para o fim, e para tornar o final ainda mais épico!, foi minha vez também de furar, na mesma zona onde na ida também o Carlos tinha furado! Depois entregou-se a bicicleta que se tinha alugado e lá nos dirigimos para os carros, que ficaram junto à Estação de Santa Comba Dão, no culminar de um dia muito bem passado.

Dizer também que, no sentido que fizemos, Santa Comba Dão - Viseu, na ida sobe quase sempre na maior parte do tempo, ainda que, como é lógico e por ser uma antiga linha de comboio, sobre ligeiramente, mas a boa notícia é que, depois, no regresso, é quase sempre, ligeiramente a descer, e os quilómetros passam bem mais rápido, mesmo já vindo com os quilómetros acumulados nas pernas.

E foi um belo dia para mais tarde recordar!

domingo, 21 de julho de 2019

Castelo de Almourol

A última saída com a associação aqui do concelho com quem faço caminhadas não foi propriamente uma caminhada, apesar de ter caminhado (até porque os seres humanos caminham não é!?) mas foi mais um passeio. O destino era o castelo de Almourol e depois a cidade de Tomar, que este ano até celebra, como o faz de quatro em quatro anos, a Festa dos Tabuleiros. E apesar deste passeio não se inserir exatamente na temática do blogue (jardinagem, plantas, natureza, ambiente, caminhadas, trilhos...) também acho que não fica mal partilhar aqui neste blogue. 

As expectativas da visita ao castelo de Almourol tinham sido postas bastante em baixo por um amigo que me disse "não esperes muito mais do que as fotografias que vêm nos livros". Mas quando lá cheguei, saí do autocarro e olhei em volta, de imediato pensei para comigo mesmo: "os 16€ da viagem já valeram a pena só por esta paisagem"!

Castelos numa ilha deve haver poucos no mundo. É verdade que depois das obras do parque de estacionamento, como me disse o senhor que fez a travessia de barco, quem chega, vê que um dos lados aquilo mais parece um pequenino curso de água feito à pressa para parecer que o castelo é rodeado pelo rio, mas antes, e eu vi fotografias no centro de interpretação templário (CITA) o castelo estava bem a meio do rio, numa ilha. 

Para visitar o castelo é preciso um bilhete único, de quatro euros, que serve para visitar o CITA, para a travessia de barco e, claro, para visitar o castelo. 


O Castelo de Almourol é um ícone de Portugal. Fortaleza reconstruída por Gualdim Pais, mestre da Ordem dos Templários, em 1171, é o ex-libris do concelho de Vila Nova da Barquinha. À época da reconquista integrava a chamada Linha do Tejo, constituindo um dos exemplos mais representativos da arquitetura militar da época, evocando simultaneamente os primórdios do reino de Portugal e a Ordem dos Temlários, associação que lhe reforça a aura de mistério e romantismo. A singular localização do castelo torna-o num dos mais bonitos monumentos do país, tendo sido considerado Monumento Nacional em 1910. Em 2007, foi um dos 21 finalistas da eleição das 7 Maravilhas de Portugal. (CITA)









Rola-brava nas Traseiras de Casa

Por estes das dias cheguei a casa e vi, nas traseiras de  minha casa, duas rolas-bravas aterrarem em cima de um pinheiro-bravo e puseram-se a cuidar da plumagem. Como tinha a pequena compacta comigo, baixei-me, para elas não me verem, e comecei a tirar algumas fotografias. A distância ainda era alguma, a luz começava a rarear e a qualidade é pouca, mas dá para ver. 

A rola-brava era uma espécie muito comum em Portugal, mas, fruto de diversos fatores, mas principalmente devido à caça, quase deixou de ser avistada, e estima-se que, as suas populações tenham baixado 70% nos últimos quinze anos. 






segunda-feira, 8 de julho de 2019

Últimas Cinco Suculentas que Chegaram

Este último fim-de-semana recebi (de uma simpática oferta) mais algumas suculentas para juntar à já extensa coleção que tenho.