domingo, 31 de maio de 2020

Aquáticas Exóticas e Invasoras


Eu propago umas quantas plantas aquáticas unicamente para servirem de alimentação para as tartarugas. Não é preciso muito para as arranjar, basta ir ao rio. A última planta aquática que me apercebi ter trazido para casa (certamente agarrada a outras plantas) foi a azola, um pequeno feto aquático que por vezes adquire uma cor vermelha como se vê na fotografia. Mas o que me surpreendeu verdadeiramente foi a sua velocidade de propagação, um verdadeiro vírus! Todos nós sabemos que a lentilha-de-água se propaga rapidamente, pois a azola ainda é mais rápida! O que não sabia era que é capaz de formar tapetes de trinta centímetros de espessura (li a informação em Invasoras.pt) e facilmente se perceberá o problema que a planta causará não tendo predadores naturais, que é o que não acontece no meu lago das tartarugas! Seja lentilha-de-água ou azola, e por mais quantidade que deite no lago, elas desaparecem muito rapidamente em poucos dias.  

As únicas aquáticas que comprei foi a salvinia e a alface de água. A salvinia comprei mesmo num horto, creio que 2€ deu para várias plantas num saquinho plástico; a alface-de-água (Pistia) comprei na internet a um particular e não queria acreditar quando na volta do correio, pelos 5€ que paguei chegaram-me umas coisinhas muito minúsculas, que não se propagaram e foi com alguma dificuldade que as consegue manter vivas. Mas neste caso comprei-as porque acho a planta bastante decorativa. Veremos se agora com as temperaturas a subir vai conseguir propagar-se. A salvinia também se propaga razoavelmente bem, mas não se dá bem com o frio do Inverno. 

Jardim Vencedor da Edição 2019 do Festival de Jardins de Allariz

À semelhança de Ponte de Lima, também a edição deste ano do Festival de Jardins de Allariz (que fica a uma hora de carro de Ponte de Lima) transitará para 2021. Tive oportunidade de estar na edição de 2019 e neste caso o meu voto recaiu também no voto da maioria que elegeu o jardim "Sê o herói do teu próprio filme" como jardim vencedor. 











Jardim Vencedor do Festival de Jardins de Ponte de Lima 2019

Deveria ser este fim-de-semana que o Festival International de Jardins de Ponte de Lima abriria portas com o tema "Religiões no Jardim", mas por causa da pandemia, infelizmente, a edição deste ano transitará para o próximo.

Visto que este ano não teremos festival, deixo-vos com o jardim vencedor do ano passado. 
Em 2019 o tema foi "Jardins do Fim do Mundo" e o jardim vencedor foi o jardim português "Jardim Vertigem (Ir)reversivel. Já agora, não interessa para nada, mas o meu voto foi para o jardim chinês, que, apesar de não ter sido o mais votado, foi certamente o mais fotografado. Aqui ficam então algumas imagens para relembrar o jardim vencedor do Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima 2019:

Num ímpeto laicizador do juízo final, apresenta-se o Jardim • Vertigem (ir)reversível.

De simetrias curvilíneas e proporções áureas, o Jardim de biomas em transmutação (de)gradativa baliza-se entre a pureza do alfa (α) argênteo e a decadência do ómega (Ω) ferrugento, entreligadas pelo passeio pecaminoso plúmbeo e pela contracorrente purificante alva. O declive e as linhas suaves convergem para o ponto focal e elevado do Jardim, conferindo ao purgatório vertiginoso a sensação de precipício. Ascendendo-o, é-nos revelado, através da porta abissal com chaves do céu, a dicotomia premente quando restam 2 minutos para a meia-noite...

As balizas gregas aludem ao Mundo como o principiamos a conhecer e como o findamos a corromper. No percurso sinuoso, deambula-se sobre os 7 pecados do capital que compendiam as causas que aproximam perigosamente a catástrofe global, advinda das alterações climáticas e da sexta extinção em massa. Encontram-se subtérreos sendo alumiados lívida e tremulamente, como metáfora da hipocrisia em ignorar o que nos encandeia reiteradamente. No riacho serpenteante, lava-se os pecados explícitos com virtudes implícitas, especialmente daqueles que os encaram e não os recalcam.

As transmutações nos biomas ajardinados são apanágios da inépcia (α→Ω) e da esperança (α←Ω) humanas. Os biomas assemelham-se a embriões (umbilicados à dupla hélice vital), para relembrar que se está a privar de futuro o futuro de nós. Com as alterações climáticas, o Mundo e a Vida não perecerão mas desfigurar-se-ão! O que hoje é tropical irisado, amanhã poderá ser mediterrâneo perfumado; e o que é este último, poderá ser desértico sequioso. O contralateral é a crença da reversão climática, onde o hoje, quiçá depois de amanhã, voltará a hoje.

Envolto por uma atmosfera transcendental, o purgatório acolhe os incautos. Os 3 degraus elevam à porta a apontar ao céu, cujas fechaduras aludem à dicotomia angustiante abaixo: paraíso vs. inferno. Lá, no abismo, o relógio Dalíano sobre a balança da justiça pende o destino para o negrume desvitalizado. Marca 23h:58min, em acerto com o Relógio do Apocalipse, onde a meia-noite eufemiza a catástrofe global antropogénica. Mas o prato da direita está vago! Com máxima urgência onere-se-o com economia verde, circular e sustentável, ética e educação, que certamente a balança equilibrar-se-á.

A Vertigem é, afinal, Reversível!






domingo, 24 de maio de 2020

Primeiras Flores dos Catos no Canteiro das Suculentas

Depois das primeiras flores do ano destes cato terem florido no 25 deAbril, eis senão quando vem uma segunda vaga de flores a 25 de Maio!




sábado, 23 de maio de 2020

Ninho de Ouriços


Ontem à tarde liga-me a minha mãe para o trabalho a contar que o meu padrasto, que tinha andado a cortar a erva do terreno ao lado, que está ao abandono, e que tinha encontrado um ninho com ouriços! Como o ninho ficou a descoberto a minha mãe trouxe o ninho e a mãe para o nosso terreno, e colocou-o escondido só com uma abertura para a mãe entrar e sair. Só que, contou-me depois, passado um bocado quando foi lá ver de novo, já a mãe lá não estava e faltava uma cria, sinal que se iria mover para um sítio que ela achasse melhor, tal como por exemplo fazem as gatas. Quando cheguei a casa ainda pude fotografar as crias, que foram de novo colocadas no sítio onde a minha mãe as deixou, mas agora de manhã já lá não estavam, querendo eu acreditar que foi a mãe que as moveu ouvindo o chamamento das crias. 

Já depois de, pela primeira vez ter tocado num ouriço, a minha mãe encontrou uma pequena cria a comer na pilha de estrume, e agora encontramos um ninho com recém nascidos, que são, no meu entender, a coisa mais fofinha do mundo:





* entretanto a minha amiga que entende bastante de animais disse-me que eu não deveria ter pegado nas crias com as mãos para não deixar o meu cheiro nas crias porque há sempre a probabilidade da mãe os rejeitar ou até matar. Segundo ela devemos fazê-lo com luvas.


terça-feira, 19 de maio de 2020

Sedum hirsutum em Flor na Primavera

Este fim-de-semana fui especificamente ao sítio onde no Inverno fui recolher a nossa suculenta que nasce por aí, nas rochas, só mesmo para a fotografar em flor porque não me canso mesmo de a admirar.


E no entanto tanto milhar de pessoas por ali passa e acho que ninguém repara...


Veja-se como nos sítios mais inóspitos esta pequena planta se consegue agarrar à vida...









# Recolher Sedum Hirsutum

# Laje com Musgo e Sedum Hirsutum

sábado, 16 de maio de 2020

Graminha Brasileira Um Mês Depois

Foi mais ou menos há um mês que comecei a plantar graminha brasileira (Axonopus compressus) no espaço onde fiz o meu primeiro canteiro de suculentas. Hoje andei a arrancar algumas ervitas e então aproveitei, até porque já pediram noutra publicação, ver se não esqueço de ir mostrando a evolução mês a mês. 


Um mês depois alguns pés já cresceram dez centímetros:


terça-feira, 12 de maio de 2020

A Primeira Vez Que Acariciei um Ouriço-Cacheiro

Foi há pouco depois do jantar. Eu já estava no meu quarto e já estava a escurecer lá fora quando a minha mãe me chamou. Estava um ouriço-cacheiro na pilha do estrume, onde tinha bastantes restos de comida, a comer! Ele estava muito quieto sem se mexer. Até que eu fui para junto dele e ele não se mexeu. Não é animal de fugir, simplesmente fecha-se sobre si mesmo protegido pela sua proteção espinhosa! E foi preciso chegar a esta idade para que, pela primeira vez tivesse acariciado um bichinho destes! Achei-o(a) uma espécie de toupeira gigante, com uns olhinhos redondos e focinho comprido, uma fofura! Tenho que travar amizade com ele(a) e bem que gostava de os ter lá por casa!


E no dia seguinte, à mesma hora cá se apresentou novamente o freguês no restaurante!



sábado, 9 de maio de 2020

Projeto Quarentena II - Plantar as Suculentas no Canteiro



Eu estava a pensar partilhar aqui o resultado final do meu primeiro canteiro de suculentas só quando tivesse tudo mais estabilizado e definitivo mas, se calhar até para ir dando conta da evolução das coisas, já aqui vão ficar as imagens dos avanços que fiz.

Foi no fim-de-semana passado, mesmo no fim da minha quarentena que procedi à plantação dos catos e suculentas, podendo assim fazer jus ao título de projeto quarentena! 

Depois de ter acrescentado ainda mais alguma terra ao canteiro em relação ao que mostrei na última publicação, comecei então a plantação propriamente dita. Tive várias ideias, várias possibilidades, era como se eu fosse um pintor em que o canteiro era a minha tela em branco. 

A ideia foi usar catos e suculentas que sei que são relativamente resistentes a estar no exterior, à chuva e ao sol, e tentar criar algo minimamente harmonioso à vista. 

A primeira planta que plantei foi um aeonium, junto à escada e ladeei-a por dois agaves dragão (Agave attenuata). Sim, é verdade que os agaves crescem muito mas, quando isso começar a acontecer arranco-os e substituo-os por outros mais pequenos. A ideia é mesmo que o espaço seja dinâmico e eu posso ir trocando e adicionando plantados ou fazendo substituições, até porque, para já, só ali plantei coisas que tinha por casa. 


Depois de ter começado por este canto fui para a zona central do canteiro, onde comecei por plantar um Aloe vera grande ladeado de algumas jade (Crassula ovata) e na frente coloquei várias echeverias, vários aeonium de outra espécie, uma medusa, mas fui tão lançado que depois acabei mesmo por modificar a disposição de algumas plantas. 


Depois das alterações ficou assim:


O lado direito reservei para os picos. Ali plantei alguns catos que trouxe recentemente para casa e que estavam abandonados junto a uma estrada e muitos Echinopsis que tinha numa floreira e que também trouxe para casa do lixo, que como se sabe é dos meus melhores fornecedores de plantas grátis! Ao lado plantei também a pequena coroa-de-cristo (Euphorbia milii) que está em flor o ano inteiro e gosto especialmente.




E quase duzentas plantas depois foi este o resultado:




Foi assim que a coisa ficou no fim-de-semana passado, ainda que nas fotos não apareçam uns Sedum hirsutum que apanhei no monte e coloquei posteriormente. O espaço ainda irá certamente sofrer algumas alterações, mas o mais difícil está feito. Nesta semana que passou notei que algumas suculentas sofreram com o calor e ficaram com as folhas assadas. Vamos ver se se ambientam bem, caso contrário terei que substituir algumas, mas eu creio que se ambientarão bem, mas sofrerão sempre um pouco com este excesso de calor a que não estavam habituadas. E assim que tenha novidades irei partilhando.