domingo, 19 de outubro de 2025
Um Ponto Mais Verde e um Crânio
sexta-feira, 10 de outubro de 2025
A Linguagem das Flores na Cultura Chinesa
"Da resiliência simbolizada pela ameixeira à riqueza e prosperidade da peónia, passando pela nobreza da orquídea e pela longevidade do crisântemo, cada flor é como uma janela que permite entrever a forma como os chineses encaram a natureza e a vida. Nesta edição, vamos conhecer quatro flores emblemáticas da China e o seu significado cultural.
A ameixeira é originária da China e as suas flores são das mais célebres do país. No rigor do inverno, quando a maioria das plantas já se encontra murcha, a ameixeira continua a florescer. Os chineses apreciam profundamente esta qualidade natural de “não temer o frio”, atribuindo-lhe o valor simbólico de resiliência e coragem. Além disso, por ter cinco pétalas, é conhecida desde a dinastia Song (960–1279) como a “flor das cinco felicidades”, representando sorte, prosperidade, longevidade, alegria e riqueza. O motivo da ameixeira tornou-se naturalmente um dos padrões auspiciosos da tradição chinesa, sendo amplamente utilizado em porcelanas e vestuário. Durante as dinastias Ming e Qing (1368–1912), foi um dos mais populares, muitas vezes combinado com elementos como a pega-rabuda para formar composições de bom augúrio.
A peónia, considerada a “rainha das flores”, também é originária da China, onde é cultivada há mais de 1500 anos. Inicialmente usada como planta medicinal, a sua raiz (designada por danpi) tem propriedades de redução da febre, alívio da dor e ação refrescante. O imperador Taizong da dinastia Tang (599–649) apreciava particularmente a exuberância da peónia e proclamou-a “flor nacional”. Naquela época, apenas a família imperial e a nobreza podiam cultivá-la, razão pela qual a peónia se foi tornando um símbolo de estatuto social e prosperidade, um significado que se mantém até hoje. Tal como o trevo-de-quatro-folhas simboliza a sorte nas culturas ocidentais, na China a peónia é também associada à boa sorte, pelo que muitas famílias chinesas gostam de colocar em casa quadros ou objetos decorativos com este motivo, acreditando que atraem boa fortuna.
O crisântemo é a flor mais representativa do outono e apresenta uma grande diversidade de formas: alguns lembram pompons, outros parecem cascatas. É frequentemente utilizado para preparar chás medicinais, aos quais se atribui a capacidade de retardar o envelhecimento. No festival tradicional chinês Chongyang (nono dia do nono mês lunar, também conhecido como “Dia dos Idosos”), apreciar flores e beber vinho de crisântemo são costumes importantes. Por isso, esta flor está associada ao desejo de longevidade. O poeta Tao Yuanming (c.365–427), da dinastia Jin do Leste, tornou-se célebre pelo seu amor aos crisântemos, que assim ganharam o simbolismo do “eremita”, representando uma vida desprendida da fama e da riqueza, e uma conduta nobre e independente. No Ocidente, os crisântemos são muitas vezes usados em contextos de luto e, com o intercâmbio entre culturas, os chineses também passaram a utilizar o crisântemo para expressar a sua saudade e pesar pelos falecidos.
Quanto à orquídea, na cultura chinesa, esta simboliza a elegância e a pureza. Crescendo geralmente em vales recônditos, as suas folhas são longas e finas, as suas pétalas pequenas e a sua fragrância duradoura, características que a tornam muito apreciada. Ao longo dos séculos, os literatos chineses nutriram grande admiração pela orquídea, considerando-a símbolo de virtude e modéstia, razão pela qual a designaram como “flor do homem virtuoso”, expressão que na tradição cultural chinesa se refere a um indivíduo com alta integridade moral. Era comum que os eruditos mantivessem orquídeas nos seus escritórios, não apenas para embelezar o espaço, mas também para, através da sua fragrância, serenarem o espírito e se inspirarem para a escrita. Atualmente os chineses continuam a gostar de cultivar orquídeas em casa.
Muito apreciadas pelos chineses, a flor da ameixeira, a peónia, o crisântemo e a orquídea são belas, perfumadas e distintas entre si, constituindo ornamentos indispensáveis nas festividades tradicionais da China. As qualidades que representam – resiliência, prosperidade, nobreza e elegância – sempre foram estimadas pelos chineses, que têm retratado e enaltecido estas flores ao longo de milénios por meio da poesia, da pintura, da porcelana, do bordado e de outras formas artísticas e literárias. Hoje, destacam-se como importantes emblemas e símbolos da cultura chinesa.
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segunda-feira, 6 de outubro de 2025
Feto Seco na Palmeira
Durante alguns dias de agosto frequentei o Parque de São Roque no Porto para lanchar e fazer tempo. Junto à casa, no tronco de uma palmeira, um feto totalmente seco encrostado na base cortada do que tinha sido outrora uma folha.
Removi os cinco centímetros desse resto de folha e meti na mochila. Conseguiria eu devolvê-lo à vida de colocasse num vase e regasse bem? A resposta é: sim! Ele ali estava, seco, mas não morto, à espera da sua oportunidade, que agosto e o tórrido verão passasse e regressasse o tempo mais frio e a chuva.
quinta-feira, 2 de outubro de 2025
Jane Goodall 1934-2025
Artigo sobre a morte de Jane Goodall publicado hoje no jornal britânico The Guardian:
terça-feira, 23 de setembro de 2025
Aparafusar na Terra
A Natureza Detesta o Vazio (8)
Saio do hospital a ficar a saber que tenho um dedo partido e, no caminho para o carro, deparo-me com um feto a nascer numa bomba de água.
domingo, 21 de setembro de 2025
Mais uma Flor da Stapelia hirsuta
Depois de ter florido no final de julho, voltou a florir no início de setembro e tem aberto de vez em quando mais flores.
sábado, 20 de setembro de 2025
Adeus Lilás, Olá Cereus
Foi das últimas coisas sobre o jardim que comentei com a minha mãe. Iria arrancar o lilaseiro (Syringa vulgaris) e plantar lá outra coisa porque, como expliquei anteriormente, as heras tinham tomado conta dele e muitos ramos estavam apodrecidos, e porque estava sempre a rebentar em volta no solo, e o melhor talvez fosse mesmo arrancar e plantar outra coisa. Ainda por cima porque na frente da casa que plantei outro lilás na frente da casa e não perderia a espécie.
Então, a primeira tarefa foi cavar à volta e cortar todas as raízes. E depois, com a ajuda de uma alavanca de ferro, começando a levantar aquela enorme cepa, e cortando o resto de raízes, acabou por sair facilmente.
A Natureza Detesta o Vazio (7)
domingo, 7 de setembro de 2025
Fui só Comprar Pão ao Lidl
Foi no final de Maio que passei no Lidl com ideia de comprar umas pequenas coisas para casa e acabei por comprar, por impulso, este pequeno vaso com estes cinco pequenos catos do género Mammillaria, porque já tive um gigante, com muitos anos, mas que mudei para a terra, num sítio onde não se deu, e, infelizmente acabou por morrer, e, lembrar, também, que foi com este género que descobri, com o mesmo cato que morreu, aquando o ter comprado, que lhes espetavam flores!
É um cato de crescimento muito lento, mas veremos como vai evoluir.
domingo, 31 de agosto de 2025
segunda-feira, 11 de agosto de 2025
A Pintura do Muro Um Ano Depois
sábado, 9 de agosto de 2025
O Abraço Mortal da Hera
Já por aqui tinha escrito no blog que a hera, planta trepadeira da qual, por exemplo, eu fiz uma sebe e alguns projetos de bonsai, ela usa as suas raízes aéreas unicamente para se fixar, não sendo propriamente uma planta parasita, e usa as plantas ou árvores como suporte. Contudo, a verdade é que, a longo prazo, pode de facto matá-las.
Pude aliás comprová-lo no meu lilás (Syringa vulgaris), em que as heras, com o passar dos anos começar a trepar por ele acima. e agora, que decidi cortá-lo, (também porque entretanto plantei outro na frente da casa) porque muitos ramos estão secos, e quero plantar naquela zona talvez outro cato (ainda não sei bem) e também porque das raízes do lilás crescem novas brotações e acabam por infestar tudo, pude então constatar que, o abraço apertado das heras, acaba mesmo apodrecendo os ramos das plantas e, certamente das árvores, por onde a heras trepem,
A hera trepa, forma uma densa copa, como se ela mesma fosse um arbusto ou uma árvore, e a planta, acaba sendo engolida, não por uma boca como quando a cobra estrangula a presa e a come, mas tirando a vida à planta e deixando só o corpo morto onde a hera se sustenta.
terça-feira, 29 de julho de 2025
Quatro Flores nos Seus 74 Anos
A minha mãe faria hoje 74 anos, e o seu último objetivo era chegar viva ao seu aniversário, o que acabou por não acontecer porque partiu um bocadinho antes.
Eu decidi trazer o seu cato preferido para minha casa (bem como outras das suas plantas preferida)s.
Esta stapelia hirsuta deu uma flor em setembro e outubro dos anos anteriores. Não deixa de ser extremamente curioso que, hoje, dia 29 de Julho, dia do seu aniversário, tinha quatro enormes flores abertas às 7h da manhã.



























































