Estive na Casa da Prelada pela primeira vez este inverno, estavam as camélias em flor. Mas como o dia estava cinzento e até choviscava, acabei por não recolher quaisquer imagens. O meu principal interesse na descoberta deste local, certamente desconhecido até por muito portuenses, é o seu labirinto em buxo do século dezoito, o mais antigo da cidade, e um dos maiores da Península Ibérica.
A Casa da Prelada, residência setecentista dos Noronha e Meneses, é a maior obra de arquitetura paisagista de Nasoni (1691-1773), das muitas que se encontram no norte de Portugal. Foi em 1903, que por testamento, a Quinta da Prelada passou para a Misericórdia do Porto, e durante o século vinte a casa foi hospital, centro de recuperação e lar de terceira idade. Depois de obras de recuperação, a casa foi mobilada com várias peças vindas do acervo da Misericórdia e reabriu ao público em 2013.
A atual casa e jardins faziam parte da Quinta da Prelada, um enorme espaço, com uma alameda de camélias, até junto da Torre. Com a construção da Via de Cintura Interna a quinta ficou divida ao meio. Do alto da casa, ainda conseguimos avistar lá ao longe, a uma distância de quatrocentos metros, a tal Torre, que ficou conhecida como "Castelo". Está-se no entanto a pensar criar um túnel por baixo da VCI, permitindo aos visitantes atravessar os dois espaços.
Mas para já, podemos dividir o atual espaço da Casa da Prelada em cinco diferentes áreas: Jardim das Tílias; O Jardim das Camélias; O Jardim dos Buxos; o Pomar; e o Labirinto.
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Mapa |
Atravessando o portão de acesso à casa, e que tem inequívocas semelhanças com a Fonte das Virtudes (do Jardim das Virtudes) temos o primeiro espaço, relvado e com algumas camélias junto aos muros, designado de Jardim das Tílias, mas que agora só lá podemos ver uma.
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Tília |
Do lado direito da casa temos o Jardim das Camélias, que no centro tem um pequeno lago.
Jardim das Camélias |
Para aceder aos seguintes espaços descemos.
E à direita fica o Jardim dos Buxos e o Pomar, e à esquerda o Labirinto.
No Jardim dos Buxos temos o Lago dos Cedros.
Vista do Jardim dos Buxos e Lago dos Cedros |
Lago dos Cedros |
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Pomar de laranjeiras, tangerineiras e diospireiros |
E deixei o melhor para o fim: o Labirinto.
Infelizmente os buxos estão a ser atacados por um fungo (cylindrocladium buxicola) e fiquei até a saber, que já na Quinta da Aveleda haviam sido todos arrancados por causa do mesmo problema. Aqui, na Casa da Prelada, estão em tratamento a tentarem serem alvos, mas por todo o espaço, infelizmente, vêem-se canteiros de buxos a secar, o que é uma pena.
No Labirinto propriamente dito, as partes verdes da planta, só mesmo por cima. E esta é uma planta que deveria estar sempre verde o ano inteiro.
No centro do labirinto uma araucária, com cento e cinquenta anos e trinta metros de altura.
Labirinto |
Vista de dentro da Casa |
Do alto da casa podemos ver bem a dimensão da araucária e vislumbrar ao longe, depois da Via de Cintura Interna, que dividiu a Quinta da Prelada ao meio, a tal Torre, que ficou conhecida como Castelo.
Vista para a Araucária (e VCI) do topo da casa |
Ao longe a Torre, conhecida como Castelo |
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