quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

Os Esforços da China para Preservar o Pavão-Verde

Artigo publicado no jornal chinês China Daily: 


 "Graças às suas caudas deslumbrantes, os pavões são frequentemente considerados raros e auspiciosos na cultura chinesa. Depois de enfrentarem uma diminuição populacional, o número de pavões-verdes na China duplicou nos últimos 10 anos, tendo a população crescido para mais de 820 este ano, de acordo com as estatísticas mais recentes da Administração Provincial de Florestas e Pastagens de Yunnan.

Na China, estas aves habitam exclusivamente a província de Yunnan. O condado de Shuangbai, na prefeitura autónoma Yi de Chuxiong, possui a maior população destas aves.

No mês passado, o número de pavões-verdes monitorados por câmaras de infravermelhos atingiu 430 — mais de sete vezes os 56 registados em 2015, disse Wang Sineng, diretor da Reserva Natural do Rio Dinossauro, em Shuangbai.

"De acordo com os resultados da identificação genética, os pavões-verdes na China não são completamente iguais aos de qualquer outro país", afirmou Wang.

Considerados o protótipo da fénix na tradição chinesa, os pavões-verdes têm exercido uma influência significativa na cultura do país ao longo dos últimos 2.000 anos, segundo o especialista em aves Yang Xiaojun.

"Imagens de pavões-verdes podem ser encontradas em muitas obras literárias e artísticas", disse Yang, que se reformou do Instituto de Zoologia de Kunming, em Yunnan, uma instituição pertencente à Academia Chinesa de Ciências. Por exemplo, "O Pavão Voa para Sudeste" é um famoso poema narrativo longo da Dinastia Han (206 a.C.-220 d.C.).

"O pavão-comum só foi introduzido na China a partir do Sudeste Asiático na década de 1980 e é agora amplamente visto em jardins zoológicos. No entanto, durante a Dinastia Qing (1644-1911) e antes, a China tinha apenas o pavão-verde, que é uma espécie nativa", explicou Yang.

"Os pavões simbolizam auspiciosidade e nobreza, possuindo um grande significado simbólico na cultura chinesa", afirmou Wang.

Yang acrescentou: "Por isso, há uma razão especial para os chineses protegerem os pavões-verdes. Se desaparecerem, não conseguiremos mais ver a origem da fénix, um símbolo cultural, e isso seria verdadeiramente triste."

China Daily, 31 de dezembro de 2024
Por YAN DONGJIE e LI YINGQING em Chuxiong, Yunnan

terça-feira, 24 de dezembro de 2024

Crassulas ovata em flor em Zona Sombreada

 Tinha mostrado aqui uma das minhas Crassula ovata (ou Jade) em flor e comentei que, para florirem, é deixá-las à sua sorte, com muito sol e poucas regas. 

Curiosamente, reparei hoje, véspera de Natal, que no jardim dos prédios das traseiras da loja onde trabalho, que as Crassula ovata estão, todas em flor, e a verdade é que nem apanham muito sol direto.



domingo, 22 de dezembro de 2024

Querida: Mudei o Rabo do Macaco

 Como tinha contado, em Julho comprei um cato conhecido por rabo de macaco (que me custou 35€), que dá umas belas florezinhas vermelhas. Acabei por pendurá-lo em frente da garagem, mas, já há algum tempo que pensava que tinha de o mudar e aconteceu agora. 



E em boa altura o fiz, porque o plástico do vaso estava a começar a apodrecer, bem como aquelas hastes plásticas que seguram o vaso e têm o encaixe para pendurar. Se não o fizesse com alguma brevidade o mais certo seria que acabaria por se desprender, estatelando-se no chão.

Resolvi transplantá-lo para uma taça de barro, que coloquei num suporte de ferro e que estava pousado em cima deste tronco de madeira, onde estava uma outra suculenta. Para já, e porque aqueles ramos do cato já tinham ganhado a forma do vaso mais pequeno, ficaram agora um pouco desengonçados, mas, conforme for crescendo, acredito que resultará bem. É esperar para ver. 

Crassulas em Flor

 Dezembro é tempo das Crassulas florirem, quer a Crassula ovata (Jade)  bem como com a Crassula ovata gollum (orelha de Shrek). 

Para estas suculentas darem flor, o melhor mesmo é estarem a sol pleno, com poucos cuidados e poucas regas. À sombra ficarão mais verdinhas mas mais dificilmente darão flor. No fundo proporcionar-lhes o habitat de onde são originárias. 


sábado, 21 de dezembro de 2024

A Natureza Detesta o Vazio (5)

 Pequenina planta Polygonum capitatum (conhecida por tapete inglês) nasce numa fenda do pavimento. Precisamente um dos seus habitat preferidos, muros e pequenas fendas, por onde se espalha e forma tapetes. 

Plantei um pezinho no canteiro das suculentas e já se começou a espalhar bem, aliás, já há relatos de começar a invadir algumas zonas do país. 

sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Um Ano na Vida de uma Folha

Uma excelente descrição do papel e da importância das folhas, bem como do seu ciclo anual ao longo das diferentes estações. Artigo muito interessante de Kasha Patel e Emily Wright publicado ontem no jornal Washington Post




"Seria difícil encontrar uma parte da natureza que faça tanto quanto uma folha.

As folhas de uma árvore são a razão pela qual conseguimos respirar e descansar à sombra num dia de sol. O papel das folhas é essencial nas nossas vidas, mas vale também a pena admirar as ações subtis do dia a dia que lhes permitem prosperar no nosso planeta.

"O ciclo de vida de uma folha é bastante mágico," disse Andy Finton, ecologista florestal na The Nature Conservancy em Massachusetts. Esse ciclo permitiu às árvores “sobreviver e prosperar tanto nos verões quentes como nos invernos frios,” explicou.

As árvores fazem adaptações conforme a sua localização e o clima. As árvores perenes, como os pinheiros, abetos e píceas, são comuns em regiões frescas e do norte; elas mantêm as folhas e permanecem verdes durante todo o ano.

As árvores decíduas — que em latim significa "cair" — perdem todas as folhas numa parte do ano. Estas árvores de folha larga encontram-se geralmente em zonas temperadas, como o leste dos Estados Unidos e algumas regiões do oeste da Europa.

Desde o botão à floração, muitas folhas das árvores decíduas vivem todo o seu ciclo de vida num único ano. A mudança de forma, cor e tamanho é visível para quem observa. Internamente, as folhas passam por transformações químicas.

Segue-se uma descrição das mudanças anuais, visíveis e invisíveis, nas árvores decíduas.

PRIMAVERA

A primavera é a estação dos novos começos. As folhas jovens já se encontram dentro dos botões, que se formaram meses antes. Com o aumento das horas de luz e das temperaturas, as escamas impermeáveis que protegem os botões caem. As pequenas folhas e flores começam a inchar e a desabrochar.

À medida que as folhas frágeis crescem, produzem um pigmento vermelho chamado antocianina, que ajuda a protegê-las de radiação solar excessiva, evitando danos, segundo Finton.

Cada folha transforma-se também numa “cozinha” para a árvore. As folhas produzem um composto chamado clorofila, que lhes dá a cor verde e ajuda a absorver energia para que a planta possa fabricar alimento. Esse processo, chamado fotossíntese, transforma a luz solar e o dióxido de carbono no oxigénio que respiramos. Produz também açúcar, que nutre a planta e permite que ela se torne fonte de alimento para todos — incluindo nós, em alguns casos.

As folhas atingem o seu tamanho máximo por volta da metade da primavera, embora um inverno mais ameno possa fazer com que apareçam mais cedo. No verão, é o momento em que realmente prosperam.

VERÃO
As folhas atingem o seu pico de verde, e muitas outras crescem para absorver mais sol e produzir mais alimento.

Algumas folhas podem parecer mais escuras devido à acumulação de taninos — o químico que faz o chá parecer castanho — para afastar os insetos. O gosto amargo dos taninos, diz Finton, impede que os insetos as devorem.

As árvores que estão ao sol começam também a preparar-se para o inverno. À medida que os dias se encurtam após o solstício de verão, as árvores reduzem a fotossíntese e absorvem o nitrogénio das folhas. O nitrogénio ajuda a árvore a produzir compostos que protegem as células de congelarem. Mais de metade do nitrogénio nas folhas é transferido para os tecidos lenhosos até ao final de setembro, segundo o Serviço Nacional de Parques. Os botões para o ano seguinte começam também a formar-se no verão e nos meses seguintes.

Com verões mais quentes devido às alterações climáticas, o tempo de crescimento das árvores está a mudar. A investigação mostrou que temperaturas anormalmente quentes antes do solstício de verão podem acelerar o crescimento, mas as árvores também deixam de fornecer nutrientes às folhas mais cedo nas florestas do norte. Secas e eventos de calor extremo podem fazer com que algumas folhas murchem e morram antes de mostrarem as belas cores do outono. No Arizona, os investigadores registaram como um pinheiro ponderoso pareceu parar de crescer a meio da estação no ano passado, após um calor recorde.



OUTONO

As árvores não precisam de um calendário para saber que é tempo de perder as folhas. Embora a temperatura e a chuva sejam importantes, o principal gatilho das cores vibrantes do outono é a redução da luz solar.

Com a diminuição das horas de luz, as folhas recebem menos sol para produzir alimento. Tal como um urso que se prepara para hibernar, a árvore continua a acumular recursos para sobreviver à estação fria. Isso inclui quebrar compostos, como a clorofila, e enviar os nutrientes de volta para o tronco e raízes para serem usados na primavera seguinte.

"No outono, as árvores evoluíram uma estratégia de adaptação para manter os nutrientes e evitar danos," disse Finton.

Quando as folhas perdem a clorofila verde, revelam as suas cores verdadeiras: os laranjas e amarelos naturais (produzidos por pigmentos chamados carotenoides). A cor de uma folha depende do tipo de pigmento que contém.

Com a luz solar em declínio, as folhas produzem açúcares durante o dia que ficam presos por noites mais longas e frescas. Esses açúcares levam à produção de pigmentos, como as antocianinas, que acrescentam um toque de vermelho vibrante às folhas amarelas e laranja que agora se revelam. Carvalhos, áceres e corniso são conhecidos pelas suas folhas vermelhas.

Enquanto perdem a cor verde, a árvore está também a isolar-se dos elementos agressivos do exterior. Novas células, chamadas camada de abscisão, formam-se na base da folha e cortam a sua ligação à árvore. Isso interrompe o fluxo de água para a folha e o transporte de hidratos de carbono de volta para a árvore. As folhas acabam por se desprender completamente e morrem.

Nas últimas décadas, cientistas observaram que as folhas em algumas partes do nordeste dos Estados Unidos estão a atrasar a mudança de cor em cerca de uma semana devido às alterações climáticas. O calor prolongado no outono, especialmente à noite, afeta a produção de pigmentos vermelhos de antocianina. Outonos quentes podem também degradar os pigmentos e suavizar as cores das folhas.

INVERNO

As árvores perenes, como os pinheiros, abetos e cedros, conseguem suportar as duras condições de inverno. O revestimento ceroso das suas folhas em forma de agulha permite-lhes conservar a água. Além disso, o fluido dentro das células resiste ao congelamento. Estas árvores tendem a manter as folhas durante muito tempo, acabando por perdê-las apenas com o passar dos anos.

Para uma árvore caducifólia, o inverno é um tempo de descanso. As folhas caíram e os nutrientes estão armazenados em segurança no interior da árvore. Se as folhas permanecessem na árvore durante o inverno, ficariam quebradiças e perderiam todos os nutrientes. "É uma técnica de economia de água e nutrientes enviar esses nutrientes de volta ao tronco e raízes," afirmou Finton.

À medida que se decompõem no solo, as folhas devolvem nutrientes à terra. Oferecem também um habitat para a fauna, como lagartos, tartarugas, rãs e insetos, que procuram abrigo durante o inverno. Os botões que começaram a crescer na árvore também se abrigam. Tal como as pessoas precisam de um cobertor, os botões são envoltos numa capa resistente e impermeável para proteger os seus elementos preciosos do clima rigoroso. Essa capa cai com a subida das temperaturas na primavera, e os botões abrem-se e crescem. O ciclo recomeça.

domingo, 20 de outubro de 2024

Sentido Obrigatório Giratório

 Caminho por umas quelhas de Gaia e dou de caras com esta sebe de heras, que, entretanto, resolveu trepar o sinal em sentido de rotunda...



... ainda que, afinal, o sinal fosse de limitação de velocidade a trinta centímetros de crescimento por mês!

quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Stapelia: Este Ano Deu Flor um Mês Depois

No ano passado floriu no início de setembro e depois em novembro. Este ano deu flor a meio de outubro, mas parece estar com muitas florizinhas pequeninas que, se acontecer o mesmo padrão do ano passado, abrirão lá para novembro ou dezembro. 




quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Matar Austrálias e Mimosas sem Dores nas Costas


As mimosas e austrálias que tinha descacado para secarem, procedi como tinha visto fazer, que era descascar mais ou menos um metro e retirar bem a casca até às raízes.

Mas por estes dias vi estas quatro descascadas só ali aquele bocado, talvez uns 80cm, e, como se pode ver, já estão bem secas, portanto resulta na mesma.