quarta-feira, 31 de março de 2021

As Heras dos Outros

 Como sabem eu gosto particularmente de heras e tenho um especial orgulho na minha sebe. Elas começam a crescer com novas folhas em Fevereiro e apresentam umas cores brilhante por esta altura. E não pude deixar de reparar numa vivenda aqui perto do local onde trabalho, em que tem uma varanda toda forrada por heras.


terça-feira, 30 de março de 2021

Relvado: Que Graminha Escolher? Santo Agostinho ou Brasileira?

Se eu fosse uma espécie de psicólogo que ouve os donos de jardins, insatisfeitos com o seu relvado a desabafar no divã, eu poderia dizer que, o que ouço com mais frequência é: eu tinha um relvado de estilo inglês (semeado ou onde foi aplicado tapete) muito verdinho e bonito, mas depois, passado um ano ou dois, começou a ganhar peladas e hoje tem mais ervas infestantes do que relva.

Daí que as graminhas, são, a meu ver, uma sólida opção a considerar, especialmente para quem não quer andar sempre a ressemear, adubar, arrancar ervas, etc. E do que eu vou conhecendo, há duas graminhas mais utilizadas nos relvados portugueses. São elas a graminha Santo Agostinho (Stenotaphrum Secundatum) e, mais recentemente, a graminha São Carlos, vulgarmente conhecida por "graminha brasileira" (Axonopus compressus).

Quais as diferenças entre ambas e qual escolher? Bom, eu diria que são ambas boas opções a considerar, e, dependendo do gosto pessoal, de como se apresenta esteticamente o relvado quando está bem estabelecido, há pequenas características que cada pessoa pode considerar.

Aqui deixo um resumo da minha experiência com estas duas variedades, das vantagens de cada uma delas e dos aspetos menos positivos, tendo em conta que estou sempre a comparar uma espécie com a outra.


Graminha Santo Agostinho (Stenotaphrum Secundatum)

Vantagens:

- Folha mais fina, assemelha-se mais ao relvado estilo inglês (também é conhecida por "grama inglesa")

- Muito resistente ao ser pisada

- Combate as ervas infestantes

- No Verão resiste mesmo sem água

Desvantagens:

- Queima-se com a geada / fica acastanhada ou esbranquiçada no Inverno

- É mais dura ao pisar

- Fica mais esbranquiçada depois do corte

- Com o passar do tempo forma um tapete alto e esponjoso - uma espécie de colchão que é preciso escarificar para remover altura / palha

- Mais difícil cortar com corta-relva (tem que ser mais potente)

- É invasora, trepa inclusive pelo meio das outras plantas ou árvores se a deixar estender-se livremente


Graminha São Carlos "Brasileira" (Axonopus Compressus)


Vantagens:

- Forma um tapete denso com um verde mais escuro e brilhante

- Mais fofa e suave se andar descalço ou deitar em cima dela

- Baixa manutenção

- Adaptada ao frio e geada do Inverno

- Pega e cresce mais rapidamente na fase da plantação

- É mais tenra e portanto mais de cortar com o corta-relva

- Não cresce tanto para cima formando aquele "colchão" da graminha Santo Agostinho

- Apropriada para terrenos mais húmidos (lameiro)

Desvantagens:

- Não tolera a falta de água no Verão

- Algumas pessoas não gostam do aspeto da folha mais larga



Há ainda algumas características que não acrescentei por não saber em concreto como, por exemplo, qual será melhor para solos arenosos e para plantar junto ao mar, mas diz-se que junto ao mar a Santo Agostinho é mais resistente. Vou tentar reunir mais informação e, se for o caso, depois edito e coloco aqui. Se alguém que tenha destas relvas passar por aqui e quiser deixar a sua experiência seria ótimo.

sexta-feira, 26 de março de 2021

Preparar Nova Prole de Sardoniscas

 Pouco depois de chegar a casa, no passeio, deparo-me com estes desavergonhados!



Ai Que o Sol Ofusca-me os Olhos!

 


Por estes dias a atividade das toupeiras está ao rubro. Um pouco por todo o lado há montículos de terra, mesmo no relvado de graminha, que é bastante denso e compacto, e isto é o bastante para eu perceber a força deste pequeno mamífero. Esta pobre toupeira aparece-me morta, não sei como explicar porque não sou perito em cenários de morte, mas suspeito que possa ter sido uma crime perpetrado por algum felino.

terça-feira, 9 de março de 2021

Mata Leão de Sobreiro a Eucalipto

Primeiro Domingo de Março, ainda em confinamento. Almocei e decidi ir dar caminhada pelo monte junto ao rio, a começar junto ao Campidouro (parque de campismo local) e embrenhar-me nos estradões cobertos de mimosas e eucaliptos. Por ali cheguei, várias vezes a andar de bicicleta e sei que por ali se encontram algumas plantas autóctone como gilbardeiras e pilriteiros, por exemplo, que resistem à pressão das exóticas invasoras. 

Da caminhada surpreendeu-me o estrangulamento que um enfurecido sobreiro fazia a um eucalipto, um autêntico mata-leão! 


Mas reparei também nos muitos cardos (Galactites tomentosa) que cresciam num bocado de terreno baldio que outrora foi terreno de cultivo, nas minhas sargacinhas, cheias de flores azuis, e pensei, quando vi imensas bordas de sargaços, que plantados e podados nos nossos jardins davam belas bordaduras!





E foi isto. Por entre uma selva de austrálias, mimosas e eucaliptos ainda se vislumbram algumas poucas autóctones.

sexta-feira, 5 de março de 2021

Ervilhaca comum: Pulgões e Joaninhas

Quinze minutos da hora de almoço no terreno baldio em frente da empresa a apanhar um pouquinho sol (e vento também) para ver se já se via Cuspo-de-cuco e deparo-me com as flores silvestres, bem bonitas, da ervilhaca. E estavam todas caregadinhas de pulgões! Continuo na minha busca e, uns dez metros mais à frente, joaninhas! Só tive oportunidade de ver três, duas vermelhas e uma pequenina cheia de pressa a correr de um lado para outro!


terça-feira, 2 de março de 2021

Pirilampo a Comer Caracol

Há coisas incríveis. E, nem de propósito, recentemente, tinha mesmo falado aqui da pandemia de caracóis, e em como um dos seus predadores, o pirilampo, certamente por perdas de habitat, uso de pesticidas e outros venenos, bem como pela iluminação artificial, e eis que, este fim-de-semana, me deparo, cá em casa, com uma larva de pirilampo a comer um caracol!


segunda-feira, 1 de março de 2021

Repimpim em Flor

Foi no mês passado que contei a história da brincadeira "Troce, troce repimpim... Troce, troce repimpim...", quando me deparei com uma erva muito bonita que nem identifiquei de imediato. Pois bem, ontem, a poucos melhores da Erva-de-são-roberto, e mesmo defronte para o rio Douro e a apanhar sol, encontrei estes repimpim já em flor.

Bem, agora só faltará mesmo fotografar a planta no verão quando estiver com sementes, para poder brincar ao "troce, troce repimpim"! 

Erva-de-São-Roberto ou Bico-de-Grou

Foi ontem que fotografei esta bela e rica erva, no último fim-de-semana de fevereiro, e ainda sem poder sair do meu concelho por causa do confinamento da pandemia. Almocei, coloquei a bicicleta no carro e fui novamente até à Praia de Melres, desfrutar de magnífico tempo que fazia e esticar um pouco as pernas. Estacionei o carro, abrigado do sol e à sombra de uma verdadeira infestação de mimosas. No chão, uma belíssima erva de caules avermelhados destacava-se: a erva-de-são-roberto ou bico-de-grou.

A erva-de-são-roberto, mesmo para alguém, como eu, que não conhece muitas ervas, identifica-a muito facilmente, precisamente por causa daqueles caules vermelhos, e até pelo seu cheiro característico. Os botânicos dizem-nos que se trata de pelargónio, muitas vezes também designados por gerânio tal como as sardinheiras. 

Segundo li, a denominação robertianum é, segundo algumas opiniões, uma adulteração de rupertianum que evoca a memória de São Roberto, bispo de Salzburgo no século VII que teria descoberto as suas propriedades hemostáticas. 

É uma erva anual, que encontramos muito facilmente em qualquer lado, normalmente em terrenos baldios, como foi no meu caso, ou matas, muros, muitas vezes abrigada à sombra. 

Eu lembro-me de uma caminhada que fiz há uns anos com o grupo do costume, creio que no Gerês, em que o guia do grupo, quando falou desta erva, provavelmente porque alguém a teria identificado, e recordo que mencionou que era, por exemplo, usada por pessoas que recorriam às suas propriedades como alternativa à quimioterapia em casos de cancro. 

No livro "Segredos e virtudes das plantas medicinais" das Seleções do Reader's Digest de 1983, refere que a planta pode ser usada fresca ou crua, podendo ser usada para: aftas, anginas, boca, dartro, diabetes, diarreia, ferida, hemorragia, nefrite, olhos, rouquidão, seio. 

Resposta da Autarquia de Gondomar às Denúncias do Abate de Árvores

 Na sequência da minha publicação sobre o absurdo abate de árvores em Gondomar, expus a situação ao jornal Viva Cidade, no sentido de se averiguar junto dos responsáveis do município e freguesias esta situação revoltante. Fiquei muito agradado por saber que já neste último número de fevereiro foram ouvir, quer o o vereador do Ambiente bem como os responsáveis de duas freguesias citadas.

As respostas é que não me convencem. Logicamente que a responsabilidade maior é da câmara municipal e, ainda bem, que o senhor vereador a assume. Já as freguesias parece-me que fogem um pouco com o cu à seringa, jogando o jogo do empurra. Todos estamos cientes que, nem sempre as freguesias têm os recursos e conhecimentos para atuar, mas aqui no caso não é de falta de manutenção ou de conhecimentos que se trata. Não foi uma árvore que não se diagnosticou que estava doente e que acabou por cair, morta, causando prejuízos. O que se passou nas denúncias que fiz, é que, em três freguesias diferentes, alguém simplesmente decidiu deitar um sem número de árvores abaixo e arranjou os meios para facilmente o concretizar. 

Ainda assim, acho que, quantas mais vozes se juntarem para reivindicar mais atenção dos municípios a estas questões ligadas ao ambiente, mais os autarcas perceberão que não podem simplesmente fazer o que lhe dá na cabeça porque as pessoas estarão atentas.