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sexta-feira, 9 de junho de 2023

Os Relvados São um Assunto Muito Sério nos USA

Texto de opinião publicado hoje no jornal The Washington Post, que achei extremamente interessante de analisar por vermos como a cultura estado-unidense, que era tão diferente da nossa, vai, quer-me parecer que, aos poucos e graças à globalização, vai ficando cada vez mais parecida com a nossa. Os Estados Unidos é país por excelência da individualidade e da competição, da solidão também (o país até decretou pandemia de solidão, grave problema de saúde pública)  e as pessoas não se falam, não se conhecem, não conhecem o vizinho do lado mas é interessante ver como, por um lado a feroz competição por ter um relvado bonito, sinal de status, por outro, como o simples ato de cortar a relva permite que as pessoas socializem um pouco, mesmo que não saibam o nome do vizinho. Relembrar também que por lá não se usam muros daí que seja possível ver o vizinho a cortar a relva e dê inclusive para ver o relvado da rua e meter conversa com o vizinho de quem nem se sabe sequer o nome. 


COMO COMECEI A ADORAR CORTAR A RELVA

"Recentemente um vizinho deu-me talvez o maior elogio que se pode encontrar no vocabulário do homem suburbano americano: “Uau, cara” – balançando a cabeça com as sobrancelhas levantadas e os olhos arregalados – “O teu relvado está espetacular. Está mesmo verde..." Interrompi-o com um sorriso. “Claramente mais verde do que um campo de golfe.”

Não há lugar para modéstia aqui. Eu e o meu vizinho Tom - ou será que se chama Bill? - somos os melhores amigos, por isso não controlamos o ego quando se trata de cuidar do relvado. É aquela época do ano em que os dias são preenchidos com o zumbido dos cortadores de relva e o cheiro da relva acabada de cortar. Aprendi a amar essa combinação de verão quando adolescente, esticado atrás de um corta relva que cuspia aparas para fora ao passar. O que começou como uma tarefa árdua tornou-se a porta para a liberdade: se eu acordasse cedo, cortasse a relva e a juntasse sem que ninguém pedisse, sabia que poderia sair com meus amigos naquela noite e talvez usar o carro.

Ao longo do tempo, descobri o orgulho de o fazer. As minhas linhas de corte tinham que ser perfeitamente retas, deixando para trás um padrão listrado no relvado que causava inveja na vizinhança. Mesmo agora, com quase 50 anos, ainda gosto de cortar a relva. Num mundo de teclados, videoconferência e luz artificial, cortar a relva é onde consigo comunicar-me com a natureza e sujar as mãos, suar, fazer algum trabalho “real”. Às vezes é difícil ver a diferença que fazemos no mundo, mas o cuidar do relvado dá-nos um retorno imediato, como costuma acontecer em trabalhos que exigem que tomemos banho depois do trabalho, e não antes.

E o “estar ao ar livre” tem uma importância social: anuncia a nossa presença, marca o nosso lugar. Não é exagero dizer que cerca de 98% do que sei sobre meus vizinhos soube-o enquanto cortava a relva. Por exemplo, eu conheço o meu bom amigo Bill - não, espera, o nome dele é Tom. John? - teve umas férias espetaculares no oeste há alguns anos atrás. Recebo informações sobre os seus filhos adultos e conheço as suas equipas de futebol universitário favoritas. Trocamos histórias sobre como crescemos. A verdade é que eu não saberia nada dele se não cortasse a relva.

Outro vizinho que mora atrás de nós parou o carro para falar com ele enquanto eu atravessava o jardim outro dia. Vi-o apenas um punhado de vezes. Ele passa uma vez por ano depois que a temporada de corte do relvado está bem avançada. Na primeira vez, trocamos gentilezas e então ele apontou para o meu jardim com uma mão, como fazem os sulistas mais velhos, e disse: “Eu vi-o aqui indo e voltando, indo e voltando. Se quiser, eu conheço um sujeito...” E então ele interrompeu-se, olhou a matrícula HBCU do meu carro e a moldura da fraternidade à volta, e disse na língua materna: “Olhe, o meu filho poderia cuidar disto tudo.” Eu disse-lhe que o relvado é o meu pequeno santuário e ele entendeu. Antes de retornarmos ao mundo dos subúrbios americanos, ele olhou-me nos olhos e disse: “Tudo bem. Só queria que soubesse que estamos aqui". Eu entendi.

O almirante reformado William H. Mcraven fez um discurso de formatura que foi tão popular que o transformou num livro best-seller. Mudar o mundo, argumentou ele, começa com um simples ato. “Se fizeres a tua cama todas as manhãs”, disse ele, “terás realizado a primeira tarefa do dia. Isso dar-te-à um pequeno sentimento de orgulho e o encorajará a fazer outra tarefa e outra e outra.” Cortar a relva é como fazer a cama em público. Há orgulho na tarefa, sabendo que é a primeira coisa que as pessoas verão. É uma afirmação pública da capacidade de administrar e cuidar de uma casa - propriedade que é o maior investimento individual da maioria das pessoas e, portanto, o Santo Graal do Sonho Americano. “Um homem”, como diria meu avô, “precisa de um pouco de terra para andar.” E, assim como as camas são inspecionadas nas forças armadas, o estado do relvado é avaliado por quem passa. Um relvado totalmente coberto de ervas daninhas e severamente negligenciado faz as pessoas interrogarem-se: “Quem é esta gente? O que aconteceu ali? Um jardim ostensivo e obsessivamente bem cuidado produz uma reação sutilmente diferente: “O que está a acontecer ali? Quem é que eles pensam que são?"

A escritora Caitlin Flanagan observou: “Em Minnesota, um passeio limpo é uma necessidade no inverno e um sinal inconfundível para a comunidade: estamos bem nesta casa”.

O meu pai cresceu em Jim Crow, Carolina do Sul, e para ele (como tal, para mim), um belo relvado é uma marca de sucesso, tal como uma afirmação implícita num bairro predominantemente branco: Estamos bem nesta casa. . . e tu estás seguro na tua. Nos subúrbios americanos, cuidar do relvado é tanto um símbolo quanto uma performance.

Ouvi em algum lugar que as pessoas da classe média pagam por coisas que costumavam fazer pessoalmente e pessoalmente fazem coisas pelas quais costumavam pagar. Por exemplo, acho que as pessoas costumavam pagar agentes de viagens para reservar viagens e cortar a relva. Agora pagam alguém para cortar a relva e agendar viagens. Contratar pessoas para fazer coisas em sua casa que você não quer fazer é um luxo. E “conhecer um sujeito” é seu próprio marcador social, um atributo da classe trabalhadora que é uma versão mais pessoal e confiável do Linkedin. Ainda assim, quanto mais a nossa sociedade monetiza todos os aspectos da vida, incluindo os assentos vazios nos nossos carros e as camas vazias das nossas casas, mais necessário é empreender o trabalho pelo prazer e dignidade do próprio trabalho. A nossa única relação com o trabalho não pode ser a engrenagem de uma máquina financeira. O trabalho pode fornecer propósito, pequeno ou grande, separado do dólar.

À medida que envelheço, as alergias aos pólens da relva podem tornar o rescaldo de uma tarde em comunhão com o relvado um pouco difícil. Mas vai demorar mais do que isso para me perseguir dentro de casa. Eu sentiria falta do meu melhor amigo Tom. Espera, acho que é Will!

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Deixem as Toupeiras em Paz

 A seguir às cobras, outro dos animais mais odiados por hortelãos e jardineiros talvez seja a toupeira, ódio esse, quase sempre fruto de muita ignorância, até porque as toupeiras não comem as plantas mas sim os bichos da terra! Todos os anos milhões de roupeiras são mortas porque causam alguns prejuízos menores e deixam aqueles montículos de terra. 

Contudo, as toupeiras prestam-nos um grande serviço, porque, além de comerem muita bicharada, algumas que até são verdadeiras pragas, graças a todos aqueles túneis que escavam, acabam por descompactar o solo e enriquecê-lo. 

E, se na horta pode ser chato ver uma ou outra planta tombada e ter apertar a terra de novo de volta delas, no relvado nem compreendo a fúria, porque a mim não me incomoda grande coisa. O que faço aqueles montes de terra? Simples! Eu pego numa mangueira e deito água por cima! A terra infiltra-se pelo buraco abaixo e restam unicamente as pedras por cima da relva que depois muito facilmente se apanham. 


domingo, 4 de julho de 2021

Evolução dum Relvado de Graminha São Carlos ao Longo de Quatro Meses

Recebi umas fotografias que um senhor que me comprou 1650 pés de graminha São Carlos (Axonopus compressus) teve a simpatia de me enviar - uma fotografia por cada mês - e que mostram a evolução do seu relvado com cerca de 170 metros quadrados. Ele plantou os pés a cerca de 25cm uns dos outros (o que ainda é significativo) e, passados quatro meses, como se vê, já falta muito pouco para o relvado estar pronto. 

Fazendo o trabalho pelas nossas mãos e com um investimento inferior a cem euros em relva, é possível ter um relvado de graminha São Carlos espetacular. 

terça-feira, 8 de junho de 2021

Está Assim o Meu Jardim

 Depois de muitas horas investidas a aparar a sebe de hera, primeiro do lado da rua, depois da parte de dentro, e, o pior, por cima, porque se não for sendo cortada, todos os anos se amontoam uns vinte centímetros de nova ramagem a fazer peso, e já estamos a falar de quase cem metros de sebe, e depois de mais algum tempo a fazer contornos com paralelos e cubos de granito que vou encontrando abandonados, e do relvado aparado, eis que o jardim, na parte da frente da casa se encontra assim:





Cuidar dum jardim implica uma quase atenção diária, como quem arruma a casa e aspira o pó. Como por estes dias tem tido bastante tempo livre, tenho-o aplicado a fazer o que gosto.

terça-feira, 30 de março de 2021

Relvado: Que Graminha Escolher? Santo Agostinho ou Brasileira?

Se eu fosse uma espécie de psicólogo que ouve os donos de jardins, insatisfeitos com o seu relvado a desabafar no divã, eu poderia dizer que, o que ouço com mais frequência é: eu tinha um relvado de estilo inglês (semeado ou onde foi aplicado tapete) muito verdinho e bonito, mas depois, passado um ano ou dois, começou a ganhar peladas e hoje tem mais ervas infestantes do que relva.

Daí que as graminhas, são, a meu ver, uma sólida opção a considerar, especialmente para quem não quer andar sempre a ressemear, adubar, arrancar ervas, etc. E do que eu vou conhecendo, há duas graminhas mais utilizadas nos relvados portugueses. São elas a graminha Santo Agostinho (Stenotaphrum Secundatum) e, mais recentemente, a graminha São Carlos, vulgarmente conhecida por "graminha brasileira" (Axonopus compressus).

Quais as diferenças entre ambas e qual escolher? Bom, eu diria que são ambas boas opções a considerar, e, dependendo do gosto pessoal, de como se apresenta esteticamente o relvado quando está bem estabelecido, há pequenas características que cada pessoa pode considerar.

Aqui deixo um resumo da minha experiência com estas duas variedades, das vantagens de cada uma delas e dos aspetos menos positivos, tendo em conta que estou sempre a comparar uma espécie com a outra.


Graminha Santo Agostinho (Stenotaphrum Secundatum)

Vantagens:

- Folha mais fina, assemelha-se mais ao relvado estilo inglês (também é conhecida por "grama inglesa")

- Muito resistente ao ser pisada

- Combate as ervas infestantes

- No Verão resiste mesmo sem água

Desvantagens:

- Queima-se com a geada / fica acastanhada ou esbranquiçada no Inverno

- É mais dura ao pisar

- Fica mais esbranquiçada depois do corte

- Com o passar do tempo forma um tapete alto e esponjoso - uma espécie de colchão que é preciso escarificar para remover altura / palha

- Mais difícil cortar com corta-relva (tem que ser mais potente)

- É invasora, trepa inclusive pelo meio das outras plantas ou árvores se a deixar estender-se livremente


Graminha São Carlos "Brasileira" (Axonopus Compressus)


Vantagens:

- Forma um tapete denso com um verde mais escuro e brilhante

- Mais fofa e suave se andar descalço ou deitar em cima dela

- Baixa manutenção

- Adaptada ao frio e geada do Inverno

- Pega e cresce mais rapidamente na fase da plantação

- É mais tenra e portanto mais de cortar com o corta-relva

- Não cresce tanto para cima formando aquele "colchão" da graminha Santo Agostinho

- Apropriada para terrenos mais húmidos (lameiro)

Desvantagens:

- Não tolera a falta de água no Verão

- Algumas pessoas não gostam do aspeto da folha mais larga



Há ainda algumas características que não acrescentei por não saber em concreto como, por exemplo, qual será melhor para solos arenosos e para plantar junto ao mar, mas diz-se que junto ao mar a Santo Agostinho é mais resistente. Vou tentar reunir mais informação e, se for o caso, depois edito e coloco aqui. Se alguém que tenha destas relvas passar por aqui e quiser deixar a sua experiência seria ótimo.

domingo, 19 de julho de 2020

Evolução do Crescimento da Graminha Brasileira: Relvado Pronto em Três Meses

Eu tinha mostrado aqui mês a mês a evolução do relvado em graminha brasileira (Axonopus compressusno) no espaço onde está o canteiro das suculentas e, como se pode ver, três meses depois está pronto, sem falhas por cobrir. A regra é simples: quanto mais juntinha for plantada mais trabalho dá mas também mais depressa o relvado fica pronto. 



sábado, 13 de junho de 2020

Graminha Brasileira Dois Meses Depois

Continuando a mostrar a evolução do pequeno relvado junto ao canteiro das suculentas. Agora que passam dois meses desde que comecei a plantar pode-se verificar como ela se expandiu muito bem e rapidamente. 




Há um mês estava assim:




E quando plantei há dois meses estava assim:



sábado, 16 de maio de 2020

Graminha Brasileira Um Mês Depois

Foi mais ou menos há um mês que comecei a plantar graminha brasileira (Axonopus compressus) no espaço onde fiz o meu primeiro canteiro de suculentas. Hoje andei a arrancar algumas ervitas e então aproveitei, até porque já pediram noutra publicação, ver se não esqueço de ir mostrando a evolução mês a mês. 


Um mês depois alguns pés já cresceram dez centímetros:


segunda-feira, 13 de abril de 2020

Plantar Graminha de Forma Mais Rápida



A tarefa de plantar relva, no caso graminha, não é das coisas mais agradáveis de fazer. A pessoa tem que de andar de joelhos, curvada e é um trabalho demorado. Eu já aqui tinha explicado como é que plantava, porque apesar de ser algo extremamente simples as pessoas vão-me sempre perguntando. E basta pegar no sacho de mão, espetar na terra, meter o pé de relva lá dentro e tapar. Mas há um método mais simples e que tenho vindo a adotar, e que ainda usei por estes dias num canteiro unto à casa. O método é fazer um pequeno rego ao comprido, com o sacho, enchada, qualquer coisa que seja apropriada, e depois é só pegar nos pés pô-los todos em fila e no final arrastar a terra e cobrir os pés. A vantagem desta forma é que na minha opinião poupa-se muito tempo.


sábado, 4 de abril de 2020

Um Carvalho no Relvado

Ontem, quando tinha começado a cortar a relva dum espaço mais pequeno e que, como se vê, não tem tido a manutenção devida, reparo numas folhitas a furar a graminha. Vou ver mais de perto e dou de caras com um carvalho! Ainda se pode ver a bolota de onde germinou! Então, tratei de o tirar dali e coloquei num pequeno vaso. Logo vejo o que lhe vou fazer, mas no relvado é que não podia ficar!

O aparecimento deste carvalho ali, pode ser explicado por alguma bolota que tenha vindo no vento, proveniente de um carvalho que tem a uns cinquenta metros, que ali caiu e germinou. Mas isso para mim parece-me pouco provável. Não sei até que ponto não terá sido algum gaio, dos muitos que andam aqui em volta da casa, e que levou uma bolota no bico e a deixou cair. 



sábado, 14 de março de 2020

Primeira Escarificação do Ano


Aproveitando o bom tempo, no fim de semana passado, além de ter aproveitado para pedir ao vizinho para podar as minhas heras e o Pittosporum tobira que já estava cerca de meio metro do lado dele, meti mãos à obra e escarifiquei o lado maior do meu relvado. 

Por norma a escarificação faz-se no início da Primavera ou no início do Outono e eu já o fiz em final de Setembro ou início de Outubro, mas, e isto é só a minha opinião no que se refere à graminha, considero um erro fazê-lo no final do Verão, porque esta espécie entra em dormência com as temperaturas mais baixas e não terá depois tempo de se regenerar. 

Pelo contrário, agora, que as temperaturas estão a subir, apesar do relvado ficar com muito mau aspeto depois da escarificação, rapidamente ficará verdinho e viçoso. 


segunda-feira, 7 de outubro de 2019

O Corta Relva Mais Ecológico


Já na semana passada tinha visto um rebanho de ovelhas a aparar o relvado em frente da empresa aqui ao lado e achei muito engraçado. Até pensei se não teriam sido mesmo contratadas para o efeito, visto que esta até já foi uma daquelas cem melhores empresas para se trabalhar em Portugal, mas fica a dúvida, se não terá sido, por exemplo, algum pessoa aqui perto  (isto é uma zona industrial metida num meio rural e com habitação) que as deixou andar à solta para se alimentarem no monte e, como viram este relvado (ou ervado!) a necessitar ser aparado, foram lá encher a barriguinha!

Agora à hora de almoço apanhei-as, já não no relvado mais cuidado em frente da empresa, mas no "ervado" mais natural aqui ao lado!


No fundo este é o corta-relva mais ecológico e amigo do ambiente porque não tem pegada ecológica! Não gasta eletricidade, nem gasolina. As ovelhas alimentam-se da relva, e a relva será depois transformada em adubo que fertilizará de novo a relva que crescerá mais forte e mais verde, sem recurso a adubos químicos!


terça-feira, 6 de agosto de 2019

A Graminha Brasileira e a falta de Água

Correntemente algumas pessoas falam comigo afirmando que a graminha brasileira (Axonopus compressus) é muito boa porque não precisa de água. Não sei onde é que as pessoas foram buscar essa ideia mas é falso! Sim, a graminha brasileira precisa menos água que a relva semeada de tapete, tanto que muita gente está a substituí-los, mas quando se compara a graminha brasileira (São Carlos) com a graminha comum (Santo Agostinho) as diferenças são abissais, porque a graminha comum não morre ao passo que a braisileira seca facilmente. 

Para demonstrar isso tirei algumas fotografias a um relvado de graminha brasileira em Lapela no Minho. Nas zonas onde os aspersores regavam a relva esta estava muito verdinha e até já bastante alta; mas em zonas que a água não chegava, a relva estava a morrer. 

Vejamos como estava globalmente verde:




Mas olhemos agora mais em detalhe para algumas zonas:






Sim, a graminha brasileira é uma excelente escolha, mas que não haja grandes ilusões, se a ideia é poupar água ou para ser muito pisado então eu aconselho a graminha Santo Agostinho.

quinta-feira, 25 de abril de 2019

Evolução do Crescimento da Graminha brasileira

Não sei precisar, mas foi há menos de um mês (talvez três semanas), que me decidi a plantar graminha brasileira (Axonopus compressus) neste espaço lateral, entre a minha casa e a casa do vizinho. É um local de sombra ou meia sombra, visto que só tem algumas horas de sol direto durante o dia. Acho que esta graminha brasileira, que precisa de mais água que a graminha comum (Stenotaphrum secundatum) se irá dar bem aqui, porque não apanhando muito sol, também não implicará grande gasto de água.

A maioria destes pés foram plantados sem sequer terem raiz, mas muito juntinhos, e como se poder ver, nota-se que já estão bem pegados e a chuva das últimas semanas facilitou. Aqui ficam as primeiras fotografias, para posteriormente ir editando e colocar mais fotos ao longo do tempo até o relvado fechar, para se perceber quanto tempo demora a ficar completo. E mais adiante tenciono depois explicar as diferenças, vantagens e desvantagens em relação à graminha comum (Stenotaphrum secundatum).




domingo, 19 de agosto de 2018

Aprender a Distinguir: Escalracho de Relva Santo Agostinho e Graminha Brasileira

Tenho visto uma confusão muito grande em relação aos nomes comuns, e mais uma vez o problema é em relação aos nomes comuns que as pessoas dão às diversas gramíneas que se usam para fazer relvados. E como sabemos só os nomes científicos é que identificam verdadeiramente uma planta. E um dos erros mais comuns que tenho visto é as pessoas darem o nome de escalracho à relva mais comum de jardim, a graminha Santo Agostinho. E o escalracho é uma erva diferente.

Aproveitando o facto de ter andado a fazer uma limpeza de ervas infestantes debaixo de uma laranjeira e que, infelizmente, está infestada de escalracho, resolvi tirar umas fotografias para que facilmente as pessoas possam perceber as diferenças e não se confundam na hora de comprar ou plantar no jardim.

O escalracho ou, como eu sempre ouvi chamar desde pequeno, o gramão é isto:



As guias do escalracho (de nome científico Panicum repens) são muito duras, com raízes muito profundas e a ponta e muito fininha, fazendo lembrar muito os novos rebentos do bambu (que também é uma gramínea). Observe-se com atenção para o crescimento aprumado das folhas, que na verdade assemelham-se muito a pequenas novas canas de bambu. E as folhas em si são muito estreitas:



Na imgem seguinte, podemos ver quão invasivo é o escalracho. Como as suas finíssimas raízes penetram nas mais estreitas fissuras e alastram com grande virgor. E esta é outra característica terrível do escalracho, as suas raízes são muito profundas o que torna muito complicado depois de se conseguir erradicar totalmente.Mas observe-se então como é a parte aérea do escalracho e em pormenor como são as folhas que têm um tom verde claro, quase a fugir para o azulado:



E agora vamos comparar o escalracho (Panicum repens) com a comum relva de jardim, a graminha Santo Agostinho (Stenotaphrum Secundatum) e prestar atenção nas diferenças.




Na graminha Santo Agostinho temos a mesma guia dura, mas veja-se como as folhas, que já são mais largas, nascem muito junto à base da guia, ao contrário do escalracho que, da guia-mãe, nascem novas guias que darão então origem a folhas.Veja-se o formato das folhas:


A graminha Santo Agostinho também possui boas raízes, que lhe permitem fixar-se muito bem ao solo e ser de facto muito resistente, mas, ao contrário do escalracho, não mergulha profundamente, e a sua remoção completa é muito fácil visto que não deixa partes da planta no subsolo que irão alastrar.

E comparemos agora as duas gramíneas anteriores com a graminha São Carlos, que vai sendo também cada vez mais usada nos jardins portugueses. 


A graminha São Carlos comummente designada por graminha brasileira tem o nome científico de Axonopus compressus. À primeira vista quase se pode confundir com a graminha Santo Agostinho, mas mais uma vez olhemos para as folhas e facilmente concluímos que são diferentes. 

As folhas da graminha brasileira são de um verde mais escuro, e são bem mais largas que as da graminha Santo Agostinho. Vejam na imagem, ambas, lado-a-dado:



E agora até podemos comparar a graminha brasileira com o escalracho:



Mais uma vez relembro que só o nome científico identifica as espécies. Mas é necessário dar os nomes comuns certos às espécies sob pena de nos andarmos a baralhar e a confundir espécies diferentes.

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Graminha Comum de Jardim é Indestrutível!

A relva mais comum que se vê nos jardins portugueses é a graminha de nome científico Stenotaphrum Secundatum, também conhecida por Santo Agostinho. É a que tenho em casa e já por diversas vezes aqui falei dela no blogue. 

Esta espécie tem vários méritos, bem como algumas desvantagens, mas tudo depende também das necessidades e do uso que as pessoas vão fazer do seu relvado. 

Mas o que eu hoje aqui queria mostrar é sobre a sua resistência à seca, um fator a ter em contra cada vez mais no nosso país, tanto pela questão das temperaturas elevadas,  quer por outro lado pelo preço elevado que pagamos pela água e, não menos importante a gestão dos recursos e a sua sustentabilidade. 

Muitas vezes temos de cortar aquelas guias de graminha que ultrapassam os limites dos canteiros, e o que eu faço é, muitas vezes, espalhar esses bocados de relva no monte. E o que vos posso mostrar é que, os pés unicamente pousados agarraram-se à terra e, mais impressionante, resistem à seca dos nossos Verões sem ver uma única pinga de água. 


Pode-se ver aqui a relva, no monte, completamente seco, mas a resistir, ao lado do tojo e silvas:




Portanto, se questão da água é um fator muito importante no jardim, bem como a resistência da espécie que se pretende aplicar, então, a graminha comum (Santo Agostinho) é a escolha acertada. Ela é indestrutível!

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Máquinas de Jardinagem: O Escarificador

Já anteriormente falei aqui da importância da escarificação do relvado. No entanto, a minha experiência, que é alguma, mas resume-se à graminha Santo Agostinho (Stenotaphrum secundatum) que é o que tenho nas áreas relvadas de casa, isto apesar de ter propagado um pouco de São Carlos, e que por certo mais adiante falarei dela e das diferenças entre ambas. 

Mas se arejar o relvado e remover toda aquela palha que fica acumulada num relvado fino, é importante, não tenho dúvidas que mais importante ainda será, no caso de quem, como eu, tem relva graminha, pois ela continuará sempre a crescer uma por uma doutra, tornando o relvado muito alto e esponjoso, fazendo com que as pessoas, ao pisarem-no, tenham aquela sensação de quase se enterrarem nele. 

E eu até tinha, como mostrei na altura, um escarificador manual, que poderá ser muito eficaz no caso de relvados finos mas no meu caso é impensável escarificar grandes áreas com aquilo. Faz-se dois ou três metros quadrados e já se fica exausto. E como o meu corta-reva é elétrico, apesar de ter 1800W de potência, não tem força suficiente para eu poder fazer um corte bastante baixo e tentar assim dessa fora contornar o problema.

Ponderei e refleti um pouco acerca da compra de um escarificador a gasolina e equacionei vários fatores. Antes de mais, um bom escarificador novo, é bem mais caro que um corta-relva e custa sempre de 600€ para cima. Não é um investimento barato, tendo em conta que se usar o escarificador uma, duas vezes no máximo por ano. É muito dinheiro para tão pouca utilização.

É verdade que também podemos comprar escarificadores a gasolina por 300€, mas o que diferentes pessoas me disseram foi que: "Fuja de comprar equipamentos da Einhell"! e como tal, assumi essa informação como boa.

E numa loja da especialidade disseram-me mesmo: "Ninguém compra estas máquinas, nem os jardineiros, porque eles preferem alugar, porque não lhes compensa, só mesmo se tiveram muitos relvados para escarificar". E alugar uma máquina destas seria para mim outra opção. Na Leroi Merlin podemos, por exemplo, alugar um escarificador a gasolina por 35€ ao dia. Mas a loja mais perto que tenho e que aluga (não são todas) teria de fazer 160Km para o ir levantar e depois entregar. Ou seja, a brincadeira nunca que ficaria por menos de 50€.

Comecei então a pesquisar também no mercado dos usados e vi um equipamento que me interessou, apesar de claro, o preço não ser muito convidativo, mas era pegar ou largar, e decidi-me a comprá-lo.




É um escarificador com motor da marca americana Briggs & Stratton que equipa muitos modelos de marcas conceituadas de corta-relvas e escarificadores e tem uma fresa que permite um trabalho com uma largura de 46cm.

Depósito de gasolina cheio, foi meter mãos no volante e começar a trabalhar com ele. Primeiro é sempre precisa alguma adaptação à máquina. O puxar o ar, o acelerador, ver como ela reage e ver qual a melhor altura para remover só o suficiente, pois se o colocarmos baixo demais, podemos arrancar a relva toda, e obviamente não é isso que se pretende. E depois, perceber rapidamente que, cada linha que fazia no relvado, logo enchia o saco com palha! Mas depois, como achei que o relvado ainda não estava bem limpo, passei uma segunda, e aí, ainda mais palha saiu! Sem exagero, devo ter retirado do relvado cerca de dois metros cúbicos de palha!

Vejamos aqui um exemplo num pequeno canteiro que tenho junto à casa:


Depois de passar o escarificador:



E veja-se só neste bocadinho a quantidade de palha que a máquina remove:

Já sabemos que após a escarificação o relvado fica com mau aspeto, pior em algumas zonas onde a máquina foi um pouco mais fundo:


Como me diziam numa loja da especialidade, este é um equipamento que ninguém compra por ser caro. E então as pessoas limitam-se a cortar a relva. Mas se queremos um relvado bem cuidado e com bom aspeto, fazer a escarificação é essencial para o conseguir. O relvado precisa ser arejado e limpo de toda esta palha que fica acumulado, que impede que a adubação e até a rega sejam convenientemente absorvidos.

E se comprar novo é muito caro, temos sempre a opção de comprar usado ou alugar.