O Jardim de São Lázaro é o jardim mais romântico e o jardim público mais antigo da cidade do Porto. É também o único jardim da cidade cercado por grades, que até já foram mandadas tirar e voltadas a colocar. O nome remonta aos tempos de uma antiga gafaria medieval (hospital de leprosos) ou Casa dos Lázaros, cujo patrono era São Lázaro. Inicialmente o local era chamado de Campo do Terreiro e o terreno assemelhava-se a um largo que servia para uma feira que ali se realizava.
Em 1833, em plena época do cerco do Porto, D. Pedro mandou transformar o recinto da feira em jardim público. O jardim foi responsabilidade de João José Gomes, o primeiro jardineiro municipal do Porto, e inaugurado no ano seguinte, a 4 de abril de 1834, aniversário de D. Maria II, apesar de só vir a estar concluído anos mais tarde.
Mas quem se deslocar hoje ao Jardim de São Lázaro, que fica situado entre a Praça dos Poveiros, a Avenida Rodrigues de Freitas e a Biblioteca Municipal, fica desde logo, mais uma vez, baralhado com os nomes do espaço, que oficialmente é Jardim de Marques de Oliveira, apesar de eu duvidar que a maioria dos portuenses o conheçam por esse nome, ou saibam até quem foi o senhor. O mais estranho é que, mesmo no local, é possível verem-se os dois nomes convivendo lado a lado. No portão pode-se ler o antigo nome, Jardim de São Lázaro, em frente a um dos pilares, uma placa com o nome moderno: Jardim de Marques de Oliveira.
O jardim, como já referi, é cercado por um gradeamento, tem quatro entradas nos quatros cantos do espaço, e tem também um horário de utilização. Das quatro entradas saem caminhos diagonais para o centro do jardim, onde se encontra um lago.
O jardim está bastante cuidado, aliás, quando hoje mesmo por lá passei, vi a rega automática a funcionar, e pude ver vários funcionários a proceder a limpezas, e vê-se que as estátuas e os bancos de jardim foram pintados ou restaurados recentemente (pena foi terem-se esquecido de pintar os bancos do Passeio de São Lázaro).
Mas quem conhece jardim, e eu conheci-o há mais de vinte anos, pois passava ali todos os dias para ir apanhar o autocarro para ir para a escola, sabe que só desfrutam dele os mais velhos, para os seus jogos animados de sueca, algumas senhoras prostitutas em busca de freguesia ou algum casal de namorados e pouco mais. Parece que o jardim se fechou sobre si mesmo, transformando-se numa espécie de gueto e há uma enorme repugnância das pessoas em entrar lá dentro, quanto mais em ousar desfrutar dele.
Não é o meu caso, pois o jardim merece ser visitado. É um espaço bucólico e romântico por excelência, no centro da cidade, coberto por grandes árvores, das mais antigas da cidade, um refúgio fresco, com canteiros floridos e pontuado com diversas esculturas, uma fachada de um antigo chafariz, e por um coreto.
O coreto fica do lado da biblioteca municipal, fundada em 1833, umas das mais valiosas do país.
Mesmo em frente à biblioteca e de frente para a rua Dom João IV, podemos ver a estátua de Marque de Oliveira de autoria de Soares dos Reis.

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Outra estátua presente no jardim é a de António da Silva Porto.
Outros elementos escultóricos:
Outro dos elementos históricos de destaque, é o chafariz concebido inicialmente para o Convento de São Domingos.
No centro do jardim encontra-se um pequeno lago, rodeado por doze imponentes magnólias (magnolia grandiflora).