As zonas húmidas e os espaços ribeirinhos têm sido habitados desde as primitivas civilizações devido elevada produtividade desde ecossistemas e aos numerosos serviços que fornecem, tais como, alimentos, água e matérias primas. A exploração destes recursos modificou as características naturais do meio de acordo com as necessidades humanas. Os rios e as zonas húmidas estão entre os ecossistemas mais ameaçados do mundo, por poluição e destruição destes espaços. No entanto, onde existem, albergam um legado de elevada importância biológica e cultural.
O parque das Ribeiras do Uíma estende-se ao longo de uma área de cerca de seis hectares, que combina vários sistemas de zonas húmidas, terrestres e ocupação humana formando uma extensa várzea. Situado num vale encaixado entre as povoações de Fiães e Lobão, caracteríza-se pelo extenso bosque paludoso de amieiros e bosques de salgueiros. Aqui podem observar-se espaços muito ricos ao nível da diversidade de habitats, albergando um grande número de espécies vegetais e animais.
Com a valorização das margens do Rio Uíma, nomeadamente com intervenções de preservação da biodiversidade e conservação do corredor ecológico, criaram-se condições para observar de perto os habitats naturais.
É posssível neste espaço realizar percursos pedonais, numa extensão de cerca de 2Km, com interpretação de ecossistemas ribeirinhos com estatuto de proteção, e observar os ciclos de transformações anuais e sistemas humanizados.
Domingo passado, estive em dois parques que dão especial atenção aos ecossistemas aquáticos. Um de forma artificial, que falarei por certo dele mais à frente, e este que pretende preservar o que já existe de forma natural.
Vai-se descobrindo este Parque das Ribeiras do Rio Uíma, ao longo de um passadiço de madeira, junto dos cursos de água, ladeados por grandes árvores, e aqui e ali um ou outro terreno agrícola. Vi, por exemplo, vários campos de milho.
É uma passeio bastante agradável, ainda que, neste domingo de manhã, quase toda a gente que por ali passava, andava a fazer exercício, nomeadamente caminhada ou corrida. E diga-se que, grupos de vários elementos, a fazer corrida, em cima de um passadiço de madeira, o barulho ao longe que faziam era quase como se de uma manada de animais se tratasse. Pruz pruz pruz... já sem falar das pessoas que andavam a passear os seus animaizinhos de estimação, algo que, quem se dá ao trabalho, como eu, de ver as regras, e que estão bem explícitas nas várias entradas do parque, saberia que é proibido.
Mas a culpa deste tipo de fenómenos, não é só das pessoas, que como sabemos, os portugueses em particular não são de cumprir o que quer que seja. Não se interessam, não lêem, e se lêem estão-se a borrifar. Mas neste caso eu culpo também a câmara municipal ou junta de freguesia, que ali colocou também vários equipamentos de exercício físico, junto a um dos estacionamentos, como que chamando as pessoas para a prática desportiva. E, não se pode, por um lado, alertar e proibir certos comportamentos, como o de não fazer ruído e proibir animais de estimação para não importunar a biodiversidade envolvente, e depois instalar ali equipamentos desportivos incentivando à pratica desportiva. Por vezes tem que se tomar decisões e não se pode mesmo querer o melhor de dois mundos.
E logicamente que, com as várias manadas de corredores que ali andavam às voltas, era difícil que conseguisse observar o que quer que fosse pois os animais escondem-se. Quem sabe lá voltarei outra vez, escolhendo desta feita um outro dia, que não um domingo de manhã, porque na verdade gostei deste ambiente bucólico aquático.
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