segunda-feira, 24 de junho de 2019

Estados Unidos do Plástico ou O Segredo Sujo da America


O Guardian publicou uma grande reportagem mostrando o que é que os Estados Unidos fazem com as 34,5 milhões de toneladas de plástico. Aconselho a todos que dêem uma vista de olhos porque é levar com a realidade do capitalismo selvagem nos olhos. 

O que é que acontece ao plástico quando qualquer americano o coloca no lixo? Segundo a propaganda é levado para uma fábrica e transformado noutra coisa qualquer. Mas será mesmo assim? Nem por sombras!

Centenas de milhares de toneladas de plástico são literalmente metidas em contentores e enviadas para serem tratadas em diversos países em desenvolvimento, onde a mão-de-obra é barata, e onde nem mesmo esses países têm capacidade de tratar os seus próprios resíduos, e aumentando assim ainda mais a pegada ecológica dos americanos e colocando uma enorme pressão nos países de destino até porque, entre 20% e 70% dos resíduos de plástico não podem ser reciclados. 

Curiosamente, e tendo em conta as recentes preocupações em torno do plástico, devido à contaminação dos oceanos, no passado mês 187 países assinaram um tratado dando o poder de bloquear a importação de lixo plástico contaminado ou de difícil reciclagem. Alguns países não assinaram. Querem saber quem também não assinou esse tratado? Precisamente: os Estados Unidos da América!

E para onde é que os Estados Unidos enviam o seu lixo que eles mesmo deveriam tratar?


Os Estados Unidos enviam enormes quantidades de plástico, e depois, nas cidades dos países de destino origina o seguinte. Nas Filipinas, cerca de 120 contentores chegam por mês a Manila e a uma zona industrial na antiga base militar americana de Subic Bay. Do porto de Manila, registos de embarque e documentos alfandegários filipinos mostram que, parte do plástico americano foi transportado para a cidade de Valenzuela. 

A área, na periferia da capital filipina, é conhecida como “Cidade Plástica” e os moradores estão cada vez mais preocupados com o número de fábricas de processamento que estão a ser criadas. 

"Sente o cheiro?", disse uma lojista, Helen Lota, 47 anos. "Isso não é nada. Fica muito pior à noite. É sufocante. A certas horas é muito difícil respirar. Muitos de nós aqui estão a ficar doentes. Eu tive a confirmação da tosse da minha filha no hospital. O raio-X foi claro. A tosse é  causada pelo cheiro."

Um estudo divulgado nesta primavera pelo grupo ambientalista Gaia documentou o custo humano das exportações de plásticos dos EUA nos países que as recebem. "O impacto da mudança no comércio de plástico para os países do Sudeste Asiático tem sido impressionante - abastecimento de água contaminada, morte de plantações, doenças respiratórias devido à exposição a plástico queimado e o aumento do crime organizado abundam nas áreas mais expostas à inundação de novas importações ”, constatou o relatório. 

"Esses países e seu povo estão a arcar com os custos económicos, sociais e ambientais dessa poluição, possivelmente para as próximas gerações".

O artigo é bastante extenso, muito completo e interessante. Pode e deve ser ler lido AQUI

4 comentários:

  1. Que pesadelo. Vou ler o artigo todo. Os EUA são tão palhaços. Para eles os outros é que são sempre o problema.Por acaso acabei de publicar uma postagem que tem a ver também com poliéster, plástico. Encontrei uma mocinha toda gira que aproveita os seus looks e engenho para fazer uns vídeos poderosos contra esta maré de lixo: a fast-fashion.

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  2. Já li o texto inteiro. Fiquei a ferver, claro. Não queria repetir a sua postagem mas logo à noite não me vou segurar e já sei que irei escrever sobre isto.De qualquer das formas colocarei sempre um link para aqui como fonte do que escrever. Tive tantos dissabores no Facebook quando o Trump andava em campanha. Alguns portugueses ainda eram mais defensores das ideias dele do que amigos meus americanos. Por outro lado, quando a campanha acabou eu devo ter sido desamigada por cerca de uma dezena de americanos.

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    1. Certamente não vai repetir porque eu nem sequer dei a minha opinião, eu limitei-me a partilhar algumas partes do trabalho do Guardian. Acabei por me decidir partilhar aqui, porque acho que faz algum sentido visto que também abordo temas de Ambiente. Partilhei porque realmente achei bastante grave e o tema está na ordem do dia.

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