O The Guardian publica hoje um artigo baseado no livro The Equality Effect de Danny Dorling em que fiquei a saber que os países onde existe maior desigualdade entre ricos e pobres, tendem a poluir mais do que os países que são mais igualitários.
Deixo-vos alguns excertos soltos, numa rápida tradução livre, para vossa reflexão.
"Em suma, as pessoas nos países ricos mais iguais consomem menos, produzem menos resíduos e, em média, emitem menos carbono. Na verdade, quase tudo relacionado com o meio ambiente melhora quando a igualdade económica é maior.
Não comprar coisas de que não precisamos é muito melhor, mas num mundo onde a principal função da publicidade é fazer com que compremos coisas que poderíamos muito bem viver sem elas, torna-se complicado.
Nas sociedades mais desiguais, há uma proliferação de produtos que são fabricados especificamente para não durarem de modo a permitirem maiores lucros. Produzir infinitas novas versões de artigos que as pessoas acham indispensáveis, explora os níveis mais elevados de insegurança emocional que a vida com grande desigualdade gera.
O sucesso da indústria da confecção (moda) é um exemplo interessante. As pessoas compram quantidades muito maiores de roupas mais baratas e deitam-nas fora com muito mais frequência nos países economicamente desiguais.
Uma recente pesquisa do Reino Unido com duas mil mulheres, sugeriu que a maioria das roupas são compradas porque são vistas como estando na moda e são usadas, em média, apenas sete vezes antes de serem descartadas. Um terço das mulheres vê essas peças de roupa como antigas depois de terem sido usados três vezes.
Nos países economicamente desiguais, a pressão para comprar artigos para acompanhar os seus pares, "pessoas que contam", é enorme, especialmente quando se trata de roupas, moda, carros novos e outros símbolos de status. Somos encorajados a ser ambiciosos, a sermos melhores, não para um bem maior, mas por razões egoístas - em última análise, para poder obter todas essas coisas. Um bom trabalho não é mais um que beneficia a sociedade, mas o que paga bem.
O aumento do consumo de carne não nos tornou mais saudáveis. Em alguns países, agora estamos a comer tão excessivamente que está tornar as pessoas obesas. As taxas de obesidade são muito maiores nos países ricos que são economicamente mais desiguais. Uma teoria sobre o porquê é que os pobres nesses países têm que recorrer a fast food barata, o que lhes é anunciado de forma agressiva e muitas vezes inclui carne de fraca qualidade. Outra teoria é que, nos países mais equitativos, a população tende a ser melhor educada e, portanto, pode ver mais facilmente a loucura da publicidade e da gula da comida rápida.
O que sabemos é que as pessoas nos países economicamente desiguais, em geral, comem mais carne por pessoa em peso. Seja qual for o motivo, o mundo precisa que os seres humanos comam menos carne se quisermos evitar o esgotamento de nossos solos, aumentar os gases de efeito estufa e também reduzir a biodiversidade do planeta a tal ponto que as monoculturas prevalecem e perdemos habitats.
Tudo está relacionado. As pessoas são mais gordas nos Estados Unidos, porque comem mais alimentos; Porque andam de carro com mais frequência e por mais tempo; Porque estão expostos a mais publicidade e comem mais e compram mais carros como resultado; Porque vivem com maior medo do crime e têm medo de não conduzir; E porque eles estão cercados por outras pessoas obesas e, portanto, não se sentem essa estranheza se eles também são gordos.
Mas por trás de todos esses fatores reside a diferença básica em como os seres humanos são classificados. Ponham-nos em altas chefias, pagando-lhes muitas vezes mais do que outras pessoas, e eles podem-se tornar tão presunçosos que mais facilmente tratam outros que estão abaixo mal, sem respeito e com pouca empatia. Quando as diferenças de remuneração são menores e nenhum salário é fora deste mundo, as pessoas percebem que têm muito mais em comum com os outros. Então as pessoas defendem ciclovias, pavimentos, bons transportes públicos para poderem viver perto de onde trabalham."
Portugal é dos países da OCDE com maior diferença salarial entre ricos e pobres. E todos nós devemos reivindicar que essa diferença de esbata para que possa existir uma maior igualdade de oportunidade para todos. Agora temos mais um argumento de peso: um país tão desigual não é bom para o ambiente e só contribui para o aquecimento global, e que está aí ao virar da esquina para rebentar com o planeta, apesar de alguns o quererem negar.
oh Konigvs qual aquecimento global?? O aquecimento global não existe, é uma falácia!!! ahahahahahahah ;)
ResponderEliminarOlá boa noite!
EliminarSim, há quem diga que sim, que é tudo uma invenção! O presidente norte-americano diz que isso é uma invenção dos média e dos ambientalista. E ele rasgou o acordo histórico de Paris, que foi assinado por quase todos os países do mundo, dizendo que "é um mau negócio". Eu acho que mau negócio é estarmos a destruir o planeta, mas cada um é livre de acreditar no que quiser!
Eu percebi a piada ;)