segunda-feira, 11 de agosto de 2025

sábado, 9 de agosto de 2025

O Abraço Mortal da Hera

 Já por aqui tinha escrito no blog que a hera, planta trepadeira da qual, por exemplo, eu fiz uma sebe e alguns projetos de bonsai, ela usa as suas raízes aéreas unicamente para se fixar, não sendo propriamente uma planta parasita, e usa as plantas ou árvores como suporte. Contudo, a verdade é que, a longo prazo, pode de facto matá-las. 


Pude aliás comprová-lo no meu lilás (Syringa vulgaris), em que as heras, com o passar dos anos começar a trepar por ele acima. e agora, que decidi cortá-lo, (também porque entretanto plantei outro na frente da casa) porque muitos ramos estão secos, e quero plantar naquela zona talvez outro cato (ainda não sei bem) e também porque das raízes do lilás crescem novas brotações e acabam por infestar tudo, pude então constatar que, o abraço apertado das heras, acaba mesmo apodrecendo os ramos das plantas e, certamente das árvores, por onde a heras trepem,

A hera trepa, forma uma densa copa, como se ela mesma fosse um arbusto ou uma árvore, e a planta, acaba sendo engolida, não por uma boca como quando a cobra estrangula a presa e a come, mas tirando a vida à planta e deixando só o corpo morto onde a hera se sustenta. 





terça-feira, 29 de julho de 2025

Quatro Flores nos Seus 74 Anos

 A minha mãe faria hoje 74 anos, e o seu último objetivo era chegar viva ao seu aniversário, o que acabou por não acontecer porque partiu um bocadinho antes. 

Eu decidi trazer o seu cato preferido para minha casa (bem como outras das suas plantas preferida)s. 

Esta  stapelia hirsuta deu uma flor em setembro e outubro dos anos anteriores. Não deixa de ser extremamente curioso que, hoje, dia 29 de Julho, dia do seu aniversário, tinha quatro enormes flores abertas às 7h da manhã.






Cato São Pedro em Flor

 Primeira vez que o cato São Pedro (Trichocereus Pachanoi) dá flor cá em casa. Primeiro começaram a crescer uma espécie de cabelos, até que, cerca de vinte dias depois, abre em todo o seu esplendor. A flor abre de noite e, infelizmente, só dura um dia. Mas vale a pena. E as suas flores, que cheiram muito bem, atraem imensos insetos.








quinta-feira, 24 de julho de 2025

Cyca Três Anos Depois

Puxando o filme atrás. Como contei na altura, comprei uma enorme cyca revoluta no verão de 2022 por 45€, sem acalentar grandes esperanças que pegasse, mas, rapidamente, constatei que pegou muito bem, tal como me tinha garantido a senhora que ma vendeu.

Entretanto já produziu sementes e fiquei a saber que se tratar de uma fêmea, ainda que, sem um macho por perto - existe um nas redondezas mas a cerca de 200 metros - as sementes permanecerão estéreis. Contudo, dado o porte da planta, esta já tem pequenas novas novas plantas junto ao tronco. 

É, nesta fase, uma das plantas que mais gosto de ver no jardim. 













O Homem Abandona - A Natureza Toma Conta (32) - A Casa da Hera

Quatro anos depois a hera avançou tanto que cobre já, quase totalmente, as quatro janelas.


Cada Pensamento que Tens Só É Possível Graças às Plantas

Entrevista bastante interessante de Uma Sanchis a Zoë Schlanger para o jornal espanhol La Vanguardia.



“Cada pensamento que tens é possível graças às plantas”

34 anos. Vivo em Nova Iorque. Daqui a um mês vou casar-me com a minha esposa. Trabalho na revista The Atlantic. Escrevo sobre ambiente e ciências biológicas. A Terra é o requisito fundamental para todas as nossas vidas, e isso está acima de qualquer disputa política. A minha crença é científica: a interconexão.

Tudo começou com as plantas?
Sim, as plantas surgiram da água há cerca de 500 milhões de anos, arrastaram-se até à terra firme e trouxeram consigo a capacidade de transformar uma atmosfera irrespirável. Encheram-na de oxigénio.

Sem isso não teríamos começado a evoluir.
As plantas são a base de toda a nossa herança evolutiva. E produzem até à última partícula de açúcar que consumimos.

Elas moldam-nos?
Todos os nossos músculos, ossos e órgãos são formados por essas moléculas que as plantas sintetizam a partir do ar, da água e da luz solar. Portanto, devemos toda a nossa existência às plantas.

Sem elas desapareceríamos?
Muito rapidamente. O nosso cérebro funciona principalmente com o açúcar proveniente das plantas. Portanto, cada pensamento que tens é possível graças às plantas.

As plantas são inteligentes?
A inteligência, no seu sentido mais básico, é a capacidade de tomar decisões, planear o futuro e perceber o que se passa à tua volta para poderes prosperar.

E as plantas fazem tudo isso?
Sim. Têm estruturas familiares, conservam memórias que utilizam para tomar decisões. Algumas conseguem contar, e parecem até ser capazes de ouvir à sua maneira.

Como é a sua memória?
Uma flor dos Andes da família das Loasaceae é capaz de levantar os seus estames cheios de pólen exatamente no momento em que espera a chegada de um polinizador. E reavalia constantemente quantos polinizadores há na zona e com que frequência a visitam.

Também pedem ajuda.
As plantas costumam recorrer a outros seres vivos para fazer algo que não conseguem fazer sozinhas. Usam insectos para se livrarem de pragas. As plantas de tomate, por exemplo, conseguem atrair vespas parasitóides que eliminam as lagartas que as devoram.

Como chamam as vespas?
Graças à sua capacidade de sintetizar compostos químicos complexos consoante o que se passa à sua volta, que segregam através dos poros das folhas.

Com esses compostos influenciam o comportamento de outros seres?
Sim, e também utilizam esses gases para avisar outras plantas de um ataque iminente. As plantas produzem milhares desses semioquímicos nos seus corpos.

Pensamos que as plantas são passivas.
Porque estão fixas num só lugar. Mas aquilo que lhes falta em mobilidade, compensam recorrendo a outros animais. Têm estas relações mútuas que elas próprias desenham.

As plantas sentem, sofrem?
Não há nada que sugira que as plantas tenham recetores de dor, mas reagem com uma capacidade defensiva incrível quando são danificadas.

A senhora beliscou uma planta.
Sim. Fui ao laboratório de Simon Gilroy em Wisconsin e belisquei plantas mutantes concebidas para brilhar quando eram atacadas. Gilroy estava a estudar a forma como o sinal desse ataque se propaga pela planta.

E então?
Como é possível que algo sem cérebro nem sistema nervoso consiga responder com todo o corpo a um ataque localizado? Pesquisas como esta estão a levar neurobiólogos a questionar se não será altura de alargar o conceito de sistema nervoso.

Criaturas sem cérebro.
Isso levanta questões muito interessantes sobre a ideia de inteligência em rede. A sua capacidade de perceber o mundo está distribuída por todas as partes do seu corpo.

Sem comunicação, uma floresta é uma floresta?
As árvores comunicam entre si a longas distâncias. A comunicação é fundamental na vida das plantas, para trocarem nutrientes e interagirem com o ambiente. Sem isso, uma floresta é uma casca vazia.

As plantas ouvem?
Percebem vibrações acústicas. A onagra, por exemplo, consegue adoçar o seu néctar três vezes mais em resposta à simples reprodução do som do voo das abelhas.

Há quem afirme que as plantas têm consciência.
Sabemos que as raízes das plantas distinguem entre o próprio e o alheio e que conseguem coordenar-se com outras plantas sem perderem o sentido de individualidade.

É o grande debate da botânica.
Mas aquilo que ninguém discute é se as plantas são ou não seres incríveis — muito mais activos, espontâneos e vibrantes do que alguma vez lhes reconhecemos.

Isso mudaria tudo.
Se tomássemos consciência de que as plantas são sensíveis, activas e capazes de tomar decisões, mostraríamos muito mais humildade perante esta forma de vida que torna possível todo o nosso mundo.

quarta-feira, 23 de julho de 2025

Será que o Feto Arboreo se Propagou?


 Comprei o meu primeiro feto arboreo (Cyathea cooperi) há quatro anos. E depois de ter estado algum tempo em vasos, no início ano passado, acabei mesmo por o plantar na terra e a verdade é que se tem desenvolvido muito bem. A vizinha até já mo cobiçou e disse que tenho ali um feto muito bonito. 

Durante os anos em que foi estado em vaso tive-o nas traseiras, mais à sombra e, claro, sempre bem humedecido. 

Nas traseiras  da casa, e porque para lá do muro é monte, por vezes aparecem-me alguns fetos espontâneos, conhecidos por feto ordinário. E encostado ao muro do passeio, numa zona ao mesmo tempo bem sombreada mas também iluminada, vi que por ali estava a nascer um feto. E ao início supus que fosse um feto comum que  ali tivesse nascido se bem que, conforme foi crescendo começou a parecer-me que seria outra espécie de feto, e acabei por não o arrancar. 

Mas esta semana, enquanto regava, a verdade é que, pelo desenrolar das folhas, como que começou-me a parecer que poderia ter sido um feto arboreo que ali nasceu. Quem sabes dos esporos caídos do feto arboreo de quanto esteve nas traseiras, a poucos metros deste local. 

Então resolvi arrancá-lo com cuidado e colocá-lo num vaso. Daqui por mais algum tempo as dúvidas  dissipar-se-ão se, de facto, o feto arbeo se propagou espontaneamente, ou não.