segunda-feira, 30 de abril de 2018

Contrabando de Suculentas

A notícia é do The Guardian. Neste momento, na China, Japão e Coreia há uma grande moda de comprar suculentas. E se na China são valorizadas pelas suas formas gordas, na Coreia são um passatempo valioso para as donas de casa, e são apelidadas em diversos artigos como a "febre suculenta". E na China fazem tudo o que esteja na moda na Coreia! Esta é uma moda tão séria que já alguém a comparou com o próximo Pokémon!

As plantas suculentas foram apelidadas pelos primeiros exploradores da Califórnia como "sempre vivos", graças à sua capacidade de sobreviver a longas travessias oceânicas, e porque exigem poucos cuidados são, muitas vezes, erradamente, consideradas ideais para viver em apartamento. E para se ter uma ideia, cada planta com cerca de 12cm que crescem com os filhotes em círculos, podem custar entre 30 a 40 euros!

Estamos a falar de plantas que não são raras, podem ser cultivadas em viveiros mas o processo leva anos e os proprietários disseram que não estavam disponíveis para propagar e fornecer as enormes quantidades que os importadores asiáticos precisam. E quando há algo que pode valer muito dinheiro, logicamente que as pessoas não olham a meios para enriquecer. 


A investigação sobre o contrabando de suculentas começou por mero acaso. Houve uma denúncia de uma mulher anónima, que ficou muito tempo na fila dos correios, porque um homem enviava dezenas de caixas para a Ásia. E quando foi perguntado pelas pessoas que estavam na fila sobre o que ele estava a enviar disse "Shhh.... algo muito valioso". E quando os investigadores passaram as 60 caixas por raios-X, ficaram surpreendidos por lá dentro não conter qualquer animal marinho raro (as caixas iam pingando) mas sim centenas de suculentas da espécie Dudleya farinosa

E foi assim que começou a investigação sobre os traficantes de dudleyas. Rapidamente foi encontrado um homem que estava a retirar plantas de um penhasco e a colocá-las numa grande mochila. Quando questionado para que eram aquelas cinquenta plantas disse que eram para o seu jardim, mas quando confrontado sobre as plantas que estavam a ser despachadas nos correios, o homem admitiu que estava a enviar para fazer dinheiro. 

Como nestas coisas da Justiça não se brinca nos Estados Unidos, o homem foi considerado culpado por ter levado material vegetal e apanhou um multa de 3000€, 240 horas de serviço comunitário e três anos de liberdade condicional. 

Um capitão do departamento de peixes e vida selvagem disse que dedicou toda a sua carreira na captura de caçadores furtivos. Agora existe um novo tipo de caça ilegal: os caçadores de plantas.

Entretanto na semana passada muitos defensores das plantas nativas da California foram ajudar a replantar os milhares de dudleyas apreendidas nas falésias.

domingo, 29 de abril de 2018

PR3 Fisgas de Ermelo

Ontem desloquei-me mais uma vez com a AMUT, associação que entre muitas outras coisas organiza diversas caminhadas ao longo do ano, para fazer uma caminhada em plena serra do Alvão, concelho de Mondim de Basto. O nosso destino era a aldeia de Ermelo (que outrora foi sede de concelho e ainda exibe junto da Junta de Freguesia o seu pelourinho) para fazermos o trilho PR3 Fisgas de Ermelo e nos deslumbrar-nos com a sua cascata, uma das maiores de Portugal.

Varzigueto

O percurso tem cerca de doze quilómetros e meio e é circular. Nós iniciamos o percurso junto da Igreja de Ermelo, percorremos algumas centenas de metros por entre as casas típicas da aldeia até entrarmos então no trilho propriamente dito e na companhia de grandes carvalhos e muros cobertos de musgo.




A primeira parte do percurso, pouco mais de um quilómetro, é bastante simpática, sempre a descer até à Ponte da Abelheira (construída em madeira) que atravessa o rio Olo.




A partir desta ponte inicia-se uma longa subida de cerca de 5Km, bastante exigente e que poderá deixar marcas para o resto do percurso. Será conveniente estar bem preparado fisicamente, pois ouvi vários relatos, de pessoas que até fazem muitos quilómetros (como os caminhos de Santiago e de Fátima) e que, por exemplo, até acharam este percurso de 12Km mais difícil que o de 24Km que fizemos na Via Romana da Geira




Neste local encontramos por ali um grupo de escuteiros, bastante animado e vestidos com t-shirts vermelhas bem visíveis ao longe. E eles ainda não sabiam, mas haveriam de regressar de boleia connosco! 


A carqueja em flor salpicava a montanha de amarelo... (sim, tenho de plantar carqueja no meu jardim!)


E toca a subir que o caminho é sempre para cima!...



Em verdadeiros caminhos de cabras...



E eis-nos chegados ao Alto da Cabeça Grande, podendo observar agora bem mais de perto a Cascata:






Lavadas as vistas, continuar a subir, porque o dia era para caminhar, não era para estender uma mantinha e descansar (como apeteceria a muito boa gente)!



Os escuteiros faziam o mesmo percurso que nós, e podíamos vê-los agora lá ao longe observando a Cascata...



Chegados lá acima ao alto, houve uma pequena incerteza momentânea, sem que as pessoas que comigo iam na frente do grupo (que se estendia montanha abaixo) não sabiam ao certo se o trilho era para a esquerda ou para a direita, e foi o momento oportuno para eu me esgueirar um pouco e caminhar em direção ao rio para tirar algumas fotografias. Caminhei mais umas centenas de metros junto à água (não lhe pus a mão mas tenho a certeza que estaria gélida!) e apanhei as minhas camaradas de caminhada no trilho certo. Ah, e lá em cima era para virar à direita, e só tínhamos de ignorar umas fitas brancas, marcas de uma associação de atletismo de Mondim de Basto.






E ao longe já se avistava a povoação de Varzigueto onde acabamos por ficar um pouco à conversa com a dona Odete que nos contou que de manhã tinham ido buscar madeira a Mondim de Basto e estava agora a preparar o almoço (batatas cozidas com peixe). Falou-nos também, com alguma tristeza, da senhora Aurora, "que Deus a tenha no céu", que vivia uns metros numa casa mais adiante, e que como acolhia muitos gatos, os caminheiros que por ali passavam gostavam muito de falar com ela... E ainda deixou umas dicas sobre uma casa lá na terra em que uma senhora prepara uns bons  almoços e petiscos, tudo com animais que cria em casa... mas o nosso destino era Ermelo. Quem sabe numa próxima vez alguns de nós vá iremos tirar a prova dos nove!



Chegados a Varzigueto era tempo de dar meia volta, atravessar e caminhar agora pela margem direita do rio Olo. Ao longe víamos muitas pessoas do nosso grupo que faziam a caminhada ao seu ritmo, ainda do outro lado do rio.


Por estas bandas vi muitos ninhos de lagarta do pinheiro...


E pinheiros que dão umas pinhas muito pequeninas:


A paisagem de Varzigueto ficava cada vez mais para trás....


E a 1,6Km tínhamos novo miradouro...


Ao longe avistava-se o Monte Farinha e a conhecida (muito por causa do ciclismo) Senhora da Graça:


Rebanhos de cabras sempre presentes ao longo do percurso...


E depois de se começar, finalmente a descer, aos poucos aproximavamo-nos, de novo, da Ponte da Abelheira, o que significava que só faltava cerca de 1Km para o final do percurso. 






Depois da ponte ainda consegui vislumbrar uma joaninha por entre  as ervas do chão...


E se do início do percurso até aqui foi, simpaticamente sempre a descer, agora, já cansados e com mais de dez quilómetros nas pernas, tínhamos ainda uma bela e desagradável subida para terminar em beleza!

Mapa do percurso:


De um modo geral posso dizer que este é um trilho de dificuldade acima da média, mas vale a pena o esforço. Eu vou encarar isto como uma descoberta que serviu de aperitivo. Para lá regressar por minha conta um dia destes, com a máquina fotográfica melhorzita, quem sabe também os binóculos, e certamente uma mantinha para deitar junto ao rio!

Jardins de Nova Sintra Depois da Reabertura para Obras de Requalificação

Depois de cerca de dez meses fechados para obras, os Jardins de Nova Sintra reabriram ao público no passado mês de Março. Mas mais de um mês depois da reabertura as obras ainda não acabaram. Por lá passei por estes dias, pensando que já tudo estaria arranjado, mas ainda por lá andavam trabalhadores a calcetar guias dos passeios na zona da Torre, ainda se ouviam moto-serras e via-se um amontoado de ramos de árvores cortados.



O espaço está de cara lavada com passeios arranjados, novos bancos de jardim, bem como diversas estruturas também elas foram renovadas, e é notório que todas as fontes que ali estão naquele espaço, e que contam muito da história do Porto, também foram limpas. Segundo li, foram também feitas obras ao nível do sistema de rega e de iluminação. Os espaços ajardinados foram também limpos, e relembro que se apresentavam sempre bastante descuidados, cheios de cascas dos enormes eucalitpos que ali estão há muitos anos, e pude também observar que foram plantadas novas árvores, infelizmente algumas não sobreviveram ao transplante pois já encontram secas.

Passemos em revista como o espaço ficou:


Zona onde ainda decorriam trabalhos de pavimentação:


Zona envolvente ao lago cheio de nenúfares bastante florido de azáleas:









No extremo sul do parque, e já com vista privilegiada para o rio Douro, foi instalada uma estátula do artista Julião Sarmento intitulada "Self-portrait as a fountain":






A vista sobre o rio Douro:



As muitas fontes como se pode ver estão agora de cara lavada:



Novo mobiliário urbano:




Do outro lado da rua Barão de Nova Sintra está também a ser restaurado um edifício pertencente às Águas do Porto e fizeram uma ligação por ponte aérea para este edifício. Ainda desconheço que utilidade lhe será dada, talvez para uso interno das Águas do Porto. 


Esperemos que agora este espaço passe a ser mais cuidado com regularidade, e não deixado ao abandono como sempre esteve, e que as obras de requalificação não tenham sido feitas só para dar dinheiro a alguém e ficar bonito para a inauguração. A grande novidade é que os Jardins de Nova Sintra passaram a estar abertos também ao fim-de-semana e as entradas continuam a ser gratuitas.

Localização vista do Google Maps:



Antes o espaço estava assim: