Há coisa de dois meses, quando andei pela zona ardida junto à ETAR de Lever, em que aqui falei da rápida proliferação dos eucaliptos, não estava a querer acreditar no que me parecia estar a ver: jacintos-de-água no rio Douro. Mas era mesmo verdade, a poucos metros da barragem de Jancido-Lever/Crestuma (Jancido do lado do Gondomar, e Lever/Crestuma do lado de Gaia (duas freguesias que andaram sempre em guerra daí a barragem ser conhecida por dois nomes da mesma margem) via alguns jacintos solitários pousados no rio.
Ponte sobre o rio Douro (Auto-estrada CREP) vista de Pombal (Medas) |
Já este ano os tinha visto em grande quantidade mais a norte até, no rio Cávado, mas no rio Douro nunca tinha visto nenhum, tanto que, quando há uns anos quis arranjar alguns (a planta está proibida de ser vendida, apesar de se encontrar à venda em alguns hortos) para servir de filtro natural e de comida para as minhas tartarugas exóticas, tive mesmo de me deslocar a Mira para apanhar alguns numa zona infestada.
E foi então que, por estes dias, descobri aquele que julgo ser o principal foco da rápida propagação. No lugar de Pombal da freguesia de Medas (em Gondomar) abrigados numa pequena marina de barcos que já por ali existe há uns trinta anos, estão ali ancorados já uma boa quantidade deles.
Jacinto-de-água e Azola |
Esta infestação é recente. Até fui pesquisar no Google Maps ver se, naquela zona eles já por ali estariam, mas não, a coisa foi recente. E das duas uma, ou vieram ali parar, vindos de outra zona de infestação, trazidos pelos barcos, ou então foram ali deixados por alguém que os quis propagar, e isso é ilegal, porque a planta tem estatuto de invasora, está proibida de ser comercializada e deixada em zonas da natureza onde possa causar invasão.
Junto com os jacintos aquáticos, vêem-se também outras plantas aquáticas como a lentilha-de-água e aquelas grandes manchas avermelhadas, o que me parece ser a azola, um género de feto aquático flutuante, também ela outra planta com estatuto de invasora exótica em Portugal.
Foi por ali também que consegui pela primeira vez fotografar um guarda-rios (Alcedo atthis), se é que se pode chamar fotografia ao que consegui, dada a distância que estava, mesmo com uma objetiva de 300mm. Conseguia vê-lo ao longe, de peixe no bico, a tentar engoli-lo. A qualidade é fraca, mas aqui fica:
Tendo tempo, quem sabe me vá por ali esconder, para conseguir melhores fotografias, daquele que é talvez o pássaro mais bonito da nossa fauna. Também vi uma garça-real, mas dessa não consegui fotografias.
Unas fotos preciosas. Felices fiestas desde Plantukis
ResponderEliminarBoas festas para ti também e para os teus.
EliminarAbraço