Não devem existir muitos jardins, parques ou meros espaços verdes de lazer no grande Porto que eu não conheça ou não tenha visitado, mas curiosamente, só há quatro ou cinco anos fui pela primeira vez ao Jardim Botânico do Porto. Também é verdade que só reabriu ao público em 2001 depois de muitos anos fechado, mas não creio que seja aí, que resida a explicação para eu ter a perceção que terá muitíssimos menos visitantes que, por exemplo, os Jardins do Palácio de Cristal ou o Parque de Serralves em que até é preciso pagar entrada.
O Jardim Botânico do Porto fica ali meio escondido na Rua do Campo Alegre e cercado pela Via de Cintura de Interna. Muita gente que não conheça, passa por ali e nem se apercebe do que está dentro daquele gradeamento.
Frente do Jardim vista no Google Maps |
Das primeiras vezes que lá estive, a Casa Andresen era branca, entretanto recentemente foi pintada e exibe agora um vermelho escuro. Habitualmente decorrem lá exposições, lembro-me de ter visto uma interessante exposição sobre Darwin em 2011, e no ano passado uma exposição sobre insetos, uma coisa mais virada para os mais jovens, em que na entrada os visitantes escolhiam um inseto qualquer, que levavam consigo, e depois com a ajuda de uma chave dicotómica iam fazendo um percurso, passando por vários pontos de paragem, até descobrirem a que ordem pertencia o inseto em questão.
Entrada - Casa Andresen |
Depois de entrarmos e virando à esquerda, encontramos uma placa de agradecimento a todos os jardins botânicos pelo mundo, que doaram sementes ao Jardim Botânico do Porto num total de 1071 espécies.
Jardins do Rapaz de Bronze
Foi junto desta pequena estátua de uma senhora com chafariz, que a poetisa Sophia de Mello Breyner (neta dos últimos proprietários) se inspirou para o conto do Menino de Bronze.
Jardim do Xisto
Chegamos ao jardim do xisto atravessando uma pérgola com trepadeiras, e temos diante de nós um enorme espaço com o chão todo em pedra, onde estão desenhados três pequenos lagos, com peixes e rãs, e onde podemos encontrar plantas aquáticas como os nenúfares, com suas exuberantes flores agora no verão, ou os papiros (cyperus papyrus), planta sagrada de onde os antigos egípcios faziam o papiro.
Atrás da casa, e virado a sul, temos três jardins escondidos por altos muros de camélias, aconselhando-se como tal uma visita em pleno inverno para contemplar a época de floração. À direita temos o jardim dos jotas (à esquerda na imagem abaixo), ao centro e mesmo em frente da casa, o roseiral, e do outro lado o jardim do peixe. Consegue-se perceber melhor a ideia com a ajuda da vista aérea do google maps:
Jardim dos Jotas - Roseiral - Jardim do Peixe |
Jardim dos Jotas
Jardim dos Jotas por causa das iniciais dos nomes dos antigos donos do espaço, a Quinta do Campo Alegre como era assim conhecida. Neste jardim temos uma pérgola com uma glicícia e um painel de azulejos, os arbustos dipostos em forma de J e uma estátua de Sophia de Mello Breyner.
Jardim do Peixe
Jardim do Roseiral
Jardim dos catos e suculentas
Uma área bastante generosa em torno das estufas é dedicada em exclusivo aos catos e suculentas. Aqui encontramos enormes exemplares de agaves, aloes, euphorbias e opuntias.
Jardim dos Lagos
O jardim dos lagos nada mais é que um grande lago, bem maior que os do jardim do xisto, que tem um lago mais pequeno dentro do maior, que permite até que andemos lá no meio, e que está também com muitos nenúfares e imensas libelinhas coloridas que por lá voam e se reproduzem como tive oportunidade de ver desta última vez que lá estive.
Árvore da Seda (Ceiba insignis) |
Detalhe do tronco |
Libelinha a depositar ovos |
Fica a sugestão, para quem não conhece e gosta de jardins, de árvores de espécies raras, se estiver pela invicta desloque-se ao jardim botânico. A entrada é gratuita.
Parece tudo encantador! A casa Andresen, o jardim dos Jotas (lindo - e eu não costumo gostar muito de coisas mais formais), os nenúfares (aquilo não era um tira-olhos? Pensava que as libelinhas daqui tinham asas escuras e eram mais pequenas, e o corpo era mais iridescente). Vou seguir a sua sugestão, não conhecia nada do Porto para ser honesta! A ver se vou lá em Setembro!
ResponderEliminarPor achar encantador é que estranho um pouco que sempre que lá fui, e ainda desta última vez estive lá num domingo, encontre poucas pessoas por lá a passear.
ResponderEliminarTira-olhos e libelinha acho que é a mesma coisa!
Se vier ao Porto e precisar de um guia esteja à vontade, tempo livre é coisa que não me falta!
Dependendo do tempo que tiver disponível, jardim botânico, jardins do palácio de cristal (Não há Palácio ok? Já me perguntaram "olhe, onde fica o Palácio?"), Serralves, Parque de São Roque, Quinta de Bonjóia e Parque Biológico de Gaia (conceito diferente)acho que são alguns dos vários espaços verdes a considerar ;)
Tem razão, eu pensava que as libelinhas eram isto: http://pt.wikipedia.org/wiki/Zygoptera
EliminarEncontrava muito disto num riacho à beira do moinho-de-àgua/casa de campo do meu tio avó, e foi a espécie que pousou na cabeça da minha irmã quando estávamos naquele parque do gerês...:)
Não preciso, a minha mãe leva-me lá, ela andou na uni no Porto e disse-me à pouco que passava lá a vida (no jardim botânico), ela sabe o caminho a pé desde a estação (eu não gosto de estar dentro de carros, enjoo muito rapidamente, pois não estou nada habituada, quando fui acampar ao Gerês, passei um mau bocado na viagem de autocarro de Viana a Braga, na de Braga até Gerês foi bem melhor pois as janelas estavam abertas, e o autocarro ia muito rápido (até saltávamos nos lugares), apanhava com o ar das árvores na cara, curei-me logo). Mas obrigada na mesma! :)
Mesmo essas que voam como borboletas, para mim é tudo libelinhas ou tira-olhos! Eu fotografei-as este ano mesmo ao lado do Palácio de Monção, e já vi uma aqui num charco onde costumo ir buscar lodo. São mesmo bonitas pá!
ResponderEliminarPronto, mas se precisar de alguma coisa não hesite, esteja à vontade, se puder ajudar é na boa, eu até gosto de andar a pé e tudo! Mas o Porto agora também tem Metro sempre é mais uma possibilidade para as pessoas se movimentarem.
Pois são! *w*
EliminarObrigada, é tão simpático! :D ...acho eu...se precisa-se, não me faria nada de mal?
E quando acabarem as férias, também tem tempo?
Olhe, eu sou como as velhinhas, teria dificuldade em tirar bilhete (acho que é electrónico não é, não é uma pessoa que vende.
Acho que me ia achar uma pirralha, até tenho medo de atravessar estradas (uma vez, quando era pequena, a caminho da escola, estava a atravessar a passadeira e de repente veio um carro, que só parou a um decímetro dos meus pés! Chorei e chorei, do susto :) ). Mas não lhe pediria para me dar a mão, não se preocupe! :D
precisasse queria eu dizer! *v*
EliminarEu acho que qualquer psicopata que se preze, não cometeria o erro básico de colocar todas as suas conversas no blog público da vítima, onde depois seria facilmente seria apanhado! Eu pelo menos não cometeria esse erro! AH AH AH!!
ResponderEliminarOlhe, eu andei de Metro em Lisboa, no Porto se andei duas vezes foi muito! Também segundo ouço falar o Metro está caríssimo, mas por outro lado os combustíveis também não estão muito melhor. Mas em relação ao Metro aquilo deve ser bastante intuitivo e bastará "seguir as instruções". Digo eu!
De momento estou de "férias" forçadas, e férias é jeito de dizer, porque tenho trabalhado bastante até! Hoje até me doem bastante as costas e não foi de estar sentado!
Quanto aos carros, se tem problemas de audição é normal que tenha medo porque tem de prestar mais atenção, e toda a atenção é pouca em Portugal, aliás, até se andou por Braga sabe bem disso, acho que lá são campeões nacionais dos atropelamentos!
Eu ofereci-me, esteja mesmo à vontade, para cobrar a oferta ou não ;)