quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Jardim da Viagem Medieval

Nestes últimos dias tenho estado na feira medieval de Santa Maria da Feira. Tornou-se quase obrigatório todos os anos deslocar-me lá, ver uns quantos espetáculos, deambular por entre as tendinhas e apreciar umas quantas iguarias. Apesar de algumas coisas me terem vindo a desagradar, como seja o facto de ver a organização muito interessada em sugar ao máximo o visitante e de estar a colocar de lado o rigor histórico de outrora, a verdade é que ainda continuo, todos os anos, a fazer lá a minha visita.

Junto ao Convento dos Lóios encontramos o jardim da viagem medieval, que segundo a brochura da organização é o logótipo do evento inspirado na Cruz dos Pereira.




Jardim com logótipo da Viagem Medieval

Aproveito sempre também por me embrenhar pela zona sombreada do parque florestal em torno do castelo que até tem umas mesas e bancos onde as pessoas podem sentar para descansar e lanchar. Encontramos ali várias espécies autóctones como carvalhos, sobreiros, azevinhos, pilriteiros, medronheiros e pequenas gilbardeiras um pouco por todo o lado. Encontrei até uma pequena gilbardeira que nasceu no meio de um tronco velho.

Tronco com heras e pequena gilbardeira no meio

Gilbardeira (Ruscus aculeatus)

Lá pelo meio, a destoar da flora autóctone, uns quantos eucaliptos gigantes. 


Eucalipto

E ainda uma invasora, esta bem rasteira no caso, a erva-da-fortuna, que cresce rapidamente e forma como que grandes tapetes verdes. Trata-se de um exótica invasora e que é preciso muito cuidado com a sua erradicação pois nem no compostor morrem, uma pequena porção do caule e temos rapidamente uma nova planta.

Fiquei também mal impressionado com a quantidade de lixo que se via encosta abaixo apesar dos vários caixotes do lixo, e algum lixo no chão já tinha sido atirado nestes dias de feira, em que se viam umas quantas caixas de pão-de-ló pelo chão.  No fundo, apesar de já terem passado várias centenas de anos depois da era medieval é curioso ver que muitos portugueses comportam-se como se vivessem numa esterqueira.

No que há feira diz respeito, pena que, no meio de tantas tendas, a vender tudo e mais alguma coisa, algumas muito pouco medievais até, que nenhuma vendesse plantas, só mesmo ervas secas para infusões, ao contrário, por exemplo, do que aconteceu há dois anos, em que até aproveitei para comprar umas quantas plantas aromáticas.

2 comentários:

  1. Que lindo o tronco com heras e a gilbardeira! :) Também temos erva-da-fortuna em Santa Luzia, mas está misturada com vinca e cria um efeito mesmo bonito, as duas flores, a branca e a lilás, juntas, cobrindo o chão...

    Mesmo assim, essa feira medieval de Santa Maria da feira parece bem mais interessante que a de Viana, que é um pouco 'cocó' (desculpe a expressão, mas é mesmo!). Para o próximo ano eu e a minha irmã estamos a planear ir a uma 'decente', até já estou a fazer os vestidos e tudo. ;)

    Tenho a certeza que na época medieval os portugueses faziam menos lixo...para além do país não ser tão densamente povoado, o lixo degradava-se muito mais facilmente, ou era muito aproveitado, para outras coisas...

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  2. Se nunca foi à Viagem Medieval aconselho totalmente e ainda tem até domingo! As minhas críticas são de quem já vai desde os primeiros anos, e claro, vou comparando a evolução e há algumas coisas que me desagradam.

    Mas há sempre imensas coisas para ver. A visita ao castelo é obrigatória, as recriações históricas especialmente de noite são espetaculares com o efeito do fogo, o torneio para quem nunca viu também é obrigatório, e há sempre várias atividades diárias, algumas mais viradas para as crianças e depois há as centenas de tendas, algumas com muitos artesãos que só encontramos nestes eventos - ainda que, como no meu caso, se vejam muitas coisas lindíssimas mas só para consolar os olhos porque o dinheiro não estica!

    No meio disto tudo há constantemente muita animação no recinto, quer com com grupos de música ou outras pessoas trajadas a divertir quem passa. No fundo está sempre a acontecer qualquer coisa.
    A oferta de comida também não falta, entre o porco no espeto, as papas e as chouriças e toda a variedade possível de doces conventuais, ou as ginginhas e o hidromel (ou a água como no meu caso!) o céu é o limite! mas o conselho é ir tirar as senhas cedo para depois se comer quando apetecer, porque depois das 8 da noite as bichas são imensas e pode-se esperar muito tempo mesmo porque é uma enorme massa humana todos os dias.

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