Primeiro fim-de-semana de férias que começou com uma caminhada de 8Km em Cambra no concelho de Vouzela.
Tomou-se o pequeno-almoço junto ao Solar de Cambra, construído no século XVIII e restaurado recentemente...
E são vários os pontos de interesse que vamos encontrando ao longo do percurso. Na imagem abaixo podemos ver um antigo aqueduto em granito destinado a fins agrícolas:
Passamos por caminhos estreitos, ladeados por pedras, por onde só uma pessoa passa...
.. e por carreiros de pedras por onde se atravessam cursos de água, que nesta altura do ano, infelizmente, se encontram secos:
Mais adiante vamos encontrar a Torre de Cambra, uma torre medieval já em ruínas, que terá sido construída no final do século XIII.
A torre fica situada muito perto da junção dos rios Alfusqueiro e Couto, onde temos o agradável Parque do Espírito Santo:
Neste local podemos encontrar a seguinte fauna:
Continuando com o percurso circular, vamos passar junto da Cova do Lobisomem:
Lenda do Lobisomem
Reza a lenda que nas noites de lua cheia o lobisomem percorre as ruelas graníticas da povoação de Cambra, caçando quem apanhar desprevenido. As portadas das janelas fecham-se e as crianças escondem-se debaixo das mantas quando ouvem o tropel das suas patas na calçada. Mas que monstro é este que assim apavora as noites enluaradas?
Acontece que nas famílias da região, nas mais numerosas, era costume haver 7, 8, 9 e mais filhos... Se, ao chegar ao sétimo filho, nascesse uma menina havia que chamar-lhe Custódia ou Benta, e se fosse menino pôr-lhe o nome de Bento ou Custódio. Mas, nem todos se lembravam ou então não acreditavam na maldição e assim lá lhe davam outro nome. Então, em todas as noites de lua cheia, essa criança, ao chegar à idade adolescente sofria uma terrível transformação: cresciam-lhe os dentes e as orelhas, as unhas transformavam-se em garras, e o corpo ficava coberto de pelo negro e hirsuto... os olhos chamejantes vasculhavam o escuro, saltava de casa para fora, procurava vítimas indefesas,caçava-as e depois arrastava-as para o seu esconderijo: uma gruta, na margem do rio Couto, perto da velha torre onde as devorava sofregamente! Testemunho disso são os ossos que por ali se iam encontrando e as paredes enfarruscadas da cova onde, nas noites mais frias, o monstro acendia uma fogueira para se aquecer.
Prosseguindo a caminhada, passamos depois pela antiga Fábrica do Queijo, de construção do início do século XX e que produzia queijo e manteiga. E ali foi construída por se tratar de um local muito fresco e de abundância de água. Com o advento das câmaras frigoríficos e graças aos maus acessos para lá chegar, acabou em declínio e deixou de funcionar.
Já perto do final passamos pela Ponte de Confulcos, uma ponte em pedra do século XVIII que serve para atravessar o rio Alfusqueiro, que também se encontrava quase seco.
Ao longo do percurso ainda ajudei uma das minhas camaradas de percurso a apanhar muitas das amoras que se exibiam ao longo do caminho!
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