sábado, 28 de setembro de 2013

Nascer num pé de arruda

Por estes dias enquanto andava em casa dos meus pais a cortar uns pequenos cantos de relva, encontrei imensas lagartas a devorar a arruda da minha mãe.

Arruda - Ruta graveolens

A arruda é uma planta aromática que emana um intenso cheiro quando tocada, e é desde longa data usada contra o mau olhado, e estou em crer que será por esse motivo que as pessoas a plantam em casa, bem mais do que pelos seus efeitos terapêuticos, ou por poder ser usada em receitas de biopesticidas. 

As lagartas que encontrei são da borboleta Cauda de Andorinha (Papilio machaon), uma das mais bonitas borboletas que podem ser observadas em Portugal.

Lagarta de Cauda de Andorinha


Creio que só fotografei esta borboleta uma vez em Penafiel há dois anos no Castro de Monte Mozinho. Ainda por estes dias vi uma atravessar o meu terreno, mas ia com pressa, não quis parar para eu a fotografar!

Borboleta Cauda de Andorinha

Entretanto ontem fui dar uma vista de olhos na arruda e já não vi lagartas nenhuma. A minha mãe também viu as lagartas e dizimou-as porque elas já tinham comida quase completamente aquele pé de arruda. Lá expliquei à minha mãe que aquelas lagartas originam esta borboleta, e ela quase não acreditou em mim e eu lá tentei fazer alguma pedagogia. 

Se queremos ter borboletas no jardim não podemos dizimar as lagartas pois sem ovos nunca faremos omoletes. Claro que as lagartas vão provocar alguns danos, mas temos de encontrar um compromisso, e na verdade qual é o mal em as lagartas comerem as folhas duma aromática que ser podada e volta a brotar normalmente?

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Transplante delicado

Uma das regras básicas em jardinagem  é nunca comprar uma planta sem a conhecermos minimamente. Há alguns anos, ainda eu não me tinha dedicado verdadeiramente a cuidar do meu terreno, a minha mãe pediu-me para plantar algumas plantas que tinha comprado porque achava-as bonitas, e que iriam embelezar o espaço. Mas mais tarde percebi, que ela não fazia a mínima ideia do que tinha trazido para casa!

De uma dessas plantas eu só sabia uma coisa: picava que se fartava! Entretanto há poucos anos comecei a fazer umas renovações no terreno (ainda não se podia chamar jardim!) e tratei de pesquisar acerca daquela planta em particular. Ora aquela planta que a ingénua da minha mãe pensava que seria uma espécie de cato, mais não era que uma árvore que pode crescer até aos quarenta metros de altura! 

De seu nome Araucária-do-Chile (Araucaria araucana) é uma árvore de crescimento lento - certamente o motivo porque são plantas bastante caras nas grandes superfícies - e que não devia ter sido plantada no sítio em que estava. Então resolvi na altura retirar a árvore da terra e colocá-la num vaso grande onde esteve até hoje. 

Há já algum tempo que sabia que a tinha de tirar daquele vaso, pois estava a crescer, e as raízes já deveriam ter ocupado completamente o vaso e iria ser uma enorme chatice tirá-la pois o vaso é em cimento e é pesadíssimo, só a muito esforço é possível arrastá-lo. 

Araucária-do-Chile (Araucaria araucana) 

A minha ideia inicial seria tentar retirar ao máximo a árvore com o torrão intacto, caso não fosse possível, provocar como é lógico o menos danos possíveis. E decidi-me fazê-lo hoje, porque entrou o outono, as temperaturas desceram e a partir de amanhã, choverá durante muitos dias seguidos, e usando o senso comum parece-me que isso é bastante favorável para a árvore. Mas isto é puro senso comum, pouco sei acerca da tolerância destas árvores ao transplante.

Para começar o trabalho, proteger as mãos, isto se não quisesse ficar com as mãos todas picadas das agulhas das folhas que fazem logo sangue mal se toca! E ter a consciência que a segurança está em primeiro lugar. O vaso como já referi é pesadíssimo, qualquer pequena distração pode tombar em cima de um pé e é uma chatice, ou então fazermos um esforço numa posição incorreta e darmos cabo das costas. Trabalhar com calma e com muita paciência era o que tinha em mente.  

A primeira coisa a fazer é descolar a terra das paredes do vaso, e para isso, e não arranjando nada mais apropriado, servi-me de uma verguinha de ferro que tinha e de um martelo, e encostava a verguinha ao vaso e martelava até chegar ao fundo e fui repetindo o processo ao longo de todo o perímetro do vaso.


Seguidamente tinha que tombar o vaso e ir tentando soltar o torrão abanando o vaso tentando como é óbvio não destruir o torrão todo! Como o vaso é muito pesado, coloquei uns troncos para o calçar, porque acho que se tombasse totalmente no chão já não teria força para o levantar de novo! De referir que estava sozinho e não tinha a ajuda de ninguém!





Quase duas horas depois, e depois de não sei quantas espetadelas e cortes nos braços consegui finalmente soltar o torrão. O fundo não descolou totalmente, as raízes já estavam demasiadamente fixadas no cimento, e a terra do fundo estava muito dura. Espero que a árvore não tenha sofrido muito e vamos ver agora se consegue sobreviver. 


Acabei por colocá-la para já num velho recipiente plástico, deve levar 80/90L, bem maior do que o espaço onde estava e agora é esperar que corra tudo bem.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Rezar numa folha de lótus

O Louva-a-deus por estas bandas é conhecido por Reza. E no meu entender trata-se de um nome comum muito mais apropriado, porque afinal o bicho assume uma posição de prece, mas não sabemos afinal qual é o seu credo certo? Rezará a deus, a alá, ao buda, ao diabo ou à santa de Fátima e aos três pastorinhos ? 

Mas o que na verdade interessa é que este temível predador é presença habitual cá em casa. Ainda por estes dias tinha fotografado um nuns resto de poda que estavam no chão.

Mantis religiosa

Hoje encontrei outro (ou o mesmo!) dentro de uma antiga antiga cuba, à qual foi cortada a parte de cima, e que tenho para aproveitar, ou a água que fica suja do lago das tartarugas, ou então para recolher água da chuva, ambas que serão usadas posteriormente para regar as plantas. Dentro da cuba tenho algumas plantas aquáticas, e hoje, fui dar de caras com o bicho em cima de uma folha de Lótus!








Pouco depois, não sei se inibido por ter uma máquina fotográfica apontada sobre si, resolveu descer da folha e aventurou-se por cima das plantas flutuantes. 


Não faço ideia como foi ali parar, se terá caído dos ramos das árvores que estão por cima da água, se terá ido para li atraído pelos muitos pulgões que estão a empestar completamente as folhas dos lótus e dos nenúfares, mas a verdade é que ele estava ali a rezar no ponto mais alto da superfície da água. 
Acabei depois de o retirar da água, pois não sei se poderia correr o risco de morrer afogado.

A verdade é que, religioso ou não, é mais um inseto aliado na luta biológica contra as pragas que infestam algumas plantas.  

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Quinta da Regaleira

A primeira vez que estive em Sintra, a capital portuguesa do romantismo, creio que terá sido em 2001. Almocei na companhia de um casal alfacinha que tinha conhecido tempos antes. Voltei a Sintra entretanto mais recentemente. Foi uma breve visita de dois dias e na ida ainda parei em Óbidos para esticar as pernas fazendo o percurso pela muralha. No segundo dia - faz hoje precisamente três anos- levantei-me cedo, sou sempre madrugador, e fui tomar o pequeno-almoço numa esplanada lá no centro. Depois de bem abastecido, desloquei-me ao único sítio que visitaria desta vez: a Quinta da Regaleira. A manhã estava cinzenta, pouca propícia a grandes fotografias, mas desta feita já na era do digital (ao contrário da primeira visita) e com um número quase ilimitado de cliques, pois a cada passo que dava, havia sempre qualquer coisa a prender a atenção!

Palácio da Regaleira




Patamar dos Deuses

Fonte do Ibis

Torre da Regaleira

Capela 

Detalhes do interior da capela

Terraço dos Mundos Celestes & Torre do Ziguarte

Vista para o castelo dos Mouros

Portal dos Guardiões




Fonte da Abundância

Lentilha de água

Aguarela de plantas aquáticas

De entre a variedade da flora do parque o que mais me prendeu mais a atenção foram sem dúvida os fetos arboreos. Encontram-se vários exemplares dispersos pelo parque, desde logo na frente do Palácio, bem como dois pequenos exemplares em destaque em frente do Portal dos Guardiões. Junto da Fonte do Ibis tem um maior com o tronco torneado.

Fetos-arbóreos no Portal dos Guardiões

Feto-arbóreo junto à Fonte do Ibis
1

Apesar de me ter demorado bastante na visita, acabei por esquecer alguns pontos de interesse, como por exemplo, o Poço Inivciático. Talvez fique para outra oportunidade, se bem que voltando a Sintra, terei outros locais para visitar e que ainda não conheço. Começando logo pelo Parque de Monserrate, que até venceu recentemente um prémio europeu na categoria de Melhor Desenvolvimento de um Parque ou Jardim Histórico. Vamos ver se não demoro tantos anos a voltar à capital do romantismo como desta última vez!

P.S. O bilhete marca o custo de 5€ e como o Euro entrou em circulação em janeiro de 2002, a minha  primeira visita ao Palácio da Pena terá sido em 2002. Curiosamente dez anos depois, uma entrada no mesmo Palácio da Pena custa mais do dobro (12€)!

sábado, 14 de setembro de 2013

O meu primeiro compostor

O meu primeiro compostor nasceu ontem! É verde, cheio de pequenos orifícios no fundo e tem um apetite voraz por relva acabada de cortar e folhas secas!

Compostor oferecido pela LIPOR

Não, eu não descobri as maravilhas da compostagem caseira por estes dias. Já faço compostagem há vários anos sem a obrigatoriedade de ter um compostor todo bonitinho! Até agora juntava os restos do jardim (relva, restos de podas, folhas secas) numa pilha e tinha o problema resolvido. A pilha tem as suas vantagens porque podemos revirá-la com toda a facilidade, e um dos segredos para acelerar o processo é ir remexendo tudo frequentemente. Mas também tem as suas desvantagens. Por não ser coberta e estar a céu aberto, os melros adoram remexer e espalhar bocados,  o que implica que tenha de andar sempre a voltá-los a colocar no sítio, e enquanto isso não acontece, não estão na pilha a aquecer e decompor.

A compostagem nada mais é que um processo mais refinado das antigas pilhas de estrume que ainda se fazem na aldeia e que depois são usadas para fertilizar, por exemplo, na plantação da batata. O problema das pilhas de estrume é que vão todos os restos da cozinha, a chamada lavagem dos porcos, o que originará além do mau cheiro, que toda uma série de animais lá vão comer. Só que nas aldeias as pessoas colocam as pilhas relativamente afastadas das casas e depois juntam mato para cobrir e tapar e ajudar a decompor, mas na compostagem caseira a coisa é um pouco diferente. Na compostagem caseira não se colocam restos de comida, precisamente para evitar qualquer cheiro, nem que atraia animais ou insetos. É um processo limpinho, limpinho, limpinho!

Este meu primeiro compostor foi-me oferecido pela LIPOR, empresa que faz a gestão e valorização dos resíduos dos municípios do grande Porto. Já há muito que sabia que eles têm uma iniciativa em que as pessoas do grande Porto são convidadas a fazer uma formação gratuita sobre compostagem caseira, e comprometendo-se em fazer compostagem caseira durante pelo menos um ano, é-lhes atribuído um compostor. Eu já havia feito a formação há cerca de dois anos, mas só agora me foi entregue o compostor, porque segundo me foi transmitido, por problemas com a empresa fornecedora dos mesmos.

Neste processo ganham todas as partes. Desde logo o ambiente, pois todos os resíduos domésticos de todas as pessoas que vão para os compostores deixam de ir para o caixote do lixo e consequentemente para aterros sanitários. Depois as pessoas que que aderem ao projeto têm uma formação, que é sempre interessante pois é mais conhecimento, e no final têm o incentivo de receber o compostor gratuitamente, para começarem de imediato a colocar na prática os conhecimentos adquiridos, o que é sempre simpático. 
E têm ainda outra vantagem, que é,  no fim do processo de decomposição têm ali um adulo orgânico de elevada qualidade, para usar como fertilizante para as plantas do jardim ou até para servir de substrato para vasos.
Eu estou muito satisfeito com os resultados que tenho obtido da minha compostagem. Consigo quantidades muito razoáveis de restos do jardim, e este ano, assim por alto consegui à volta de 200L de composto pronto.

Composto pronto


Depois de crivado e pronto a armazenar
Tenho neste momento uma pilha relativamente grande - e já tenho novas ideias para um compostor improvisado por mim - e tinha uma segunda pilha, mais pequena, da qual retirei parte para encher completamente este compostor. 

Este compostor tem capacidade para 280L o que para mim é muito pouco, acho que precisaria de uns cinco compostores destes!! Mas já é uma boa ajuda, até porque conforme a matéria orgânica se vai decompondo vai abatendo, e libertando espaço para mais restos. 
Decidi colocá-lo para já debaixo de um dos azevinhos gigantes que tenho, dá quase sempre sombra, acho não está mal. Para já ficará ali.

Escotilha para retirar o composto pronto

Tampa superior
Além do compostor é entregue também um pequeno balde para encher com os restos da cozinha:


Voltarei provavelmente a falar de compostagem assim que tenha pronto o compostor desenhado e construído por mim, algo tão complexo e elaborado que até uma criança o poderia fazer!





quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Alarme na campainha

Não sei se é só impressão minha, mas parece-me que a vespa não é animal que reúna muita simpatia em torno de si. Ao contrário da abelha que produz mel útil ao homem, a vespa é conhecida por se aproximar indesejadamente, muitas vezes atraída pela bebida, e deixar logo as pessoas nervosas, muitas vezes esbracejando, precisamente o que não se deve fazer nessas situações. 

Mas a vespa é um inseto duplamente útil nos nossos jardins ou hortas. Por um lado porque se trata, tal como a abelha, de um polinizador, mas tão ou mais importante que isso, é ser um grande predador que pode ser muito importante no controlo natural das pragas que atacam as plantas.

As vespas gostam de viver perto do homem, e mais interessante é, gostarem até de aproveitar materiais ou construções que fazemos, como abrigos onde constroem os seus ninhos. É verdade que nem sempre escolhem os sítios mais discretos, mas já lá vamos.

No ano passado pude assistir de perto à construção de um ninho de vespas. Inicialmente uma vespa começou a construir na parte de dentro do portão, debaixo de uma barra da estrutura, mas rapidamente deve ter chegado à conclusão que a largura da barra não seria suficiente, e então resolveu recomeçar do zero noutro local. E qual foi esse sítio? Debaixo da da chapa que protege a campainha! É virado a sul, tinha o abrigo perfeito, e rapidamente meteu patas à obra!

Início da construção do ninho de vespa


É interessante que ao início é só uma vespa que começa a trabalhar. Deve ser a arquiteta-rainha ou mestre-de-obras certamente! mas aos poucos outras vespas aparecem e juntas continuam a trabalhar de forma empenhada e rapidamente os progressos são visíveis. Apesar do sítio pouco próprio eu fui deixando as senhoras trabalhar, até que a coisa começou a ficar demasiado visível, e parece que algumas pessoas que ali passavam se mostravam mais incomodados com a coisa que eu. Claro que a mim ninguém tem confiança para me dizer o que quer que seja, mas a coisa chegou aos ouvidos da minha mãe. 

É verdade que as vespas são muito nervosas, não gostam nada de movimentos bruscos, e se nos aproximamos demasiado, rapidamente uma ou duas levantam logo voo para ver o que se está a passar! Mas quem corria riscos de ser picado era eu, e não propriamente as pessoas que passam na estrada. Mas eu fui aparando as sebes, entrava e saída de casa, e nunca tive problemas, também o acordo era esse, eu deixava-as fazer a casa ali, e elas não me picavam! Por outro lado sabia perfeitamente que iria ter de retirar dali o ninho, pois não é muito agradável alguém ir tocar à campainha e não o fazer porque está ali um alarme pronto a atacar! Mas para certas visitas indesejáveis até dava jeito!

Elas começam a trabalhar na primavera e três meses depois os trabalhos já vão muito adiantados, e já estamos perante uma casa com muitas assoalhadas e bebés a caminho!



A verdade é que certo dia cheguei a casa e o ninho já lá não estava, e até tenho as minhas suspeitas de quem é que o tirou, de qualquer das formas, eu mesmo, mais dia menos dia, teria de o fazer.
Mas qual não é o meu espanto, quando, esta primavera, dou de caras de novo com uma vespa a rondar a campainha! E passado uns dias começou mesmo ali os trabalhos de nova casa! 
Achei que deveria desde logo travar a coisa, e limpei tudo, e claramente a vespa entendeu a mensagem, e foi fazer o ninho num ramo de escalonia dentro do poste de eletricidade, uns dois metros ao lado! E com vantagens inequívocas, desde logo porque têm um teto bem mais largo que as protegerá da chuva por exemplo, e por outro lado estão muito bem camufladas porque o ramo das sebes infiltrou-se por um buraco do poste e dão-lhes a ocultação perfeita do ninho.


E assim tudo está bem. Eu continuo a ter vespas a aumentar rapidamente sua prole que me ajudam a combater as pragas que atacam algumas plantas, e a vizinhança tranquila porque aparentemente não andam vespas por perto!

terça-feira, 10 de setembro de 2013

"2013: O verão mais frio de sempre"

A 28 de maio deste ano caía a bomba:  2013 deverá ser um ano sem verão na Europa ocidental! As previsões eram do instituto de meteorologia francês que previa que o calor só chegaria agora em setembro e outubro, de resto teríamos um verão com temperaturas para esquecer.

Em maio já se ouviam os queixumes de sempre em relação ao tempo, porque está frio, porque o verão nunca mais chega e o tempo nunca mais aquece para se fazer praia. Mas maio ainda é primavera, e por algum motivo se diz que "em maio ainda se come a cereja ao borralho".

A verdade é que o início do verão é só a 21 de junho e rapidamente o tempo se encarregou de mandar essas previsões da meteorologia para um sítio que eu cá sei. O verão entrou e trouxe com ele os incêndios, alertas para níveis de radiação muito elevados e constantes alertas de calor para vários distritos do país.

No que às minhas plantas diz respeito, este verão "gélido" causou algumas baixas, mas o mais surpreendente foi ter assado completamente um maracujá-banana que tenho e que teria já uns oito metros de amplitude.

Na foto, o que agora são unicamente folhas secas, antes era como uma cortina verde, quase não se conseguia ver de um lado para o outro, e as únicas folhas verdes que se vêem, são de um outro maracujá de outra espécies que tenho. Mesmo a regar de manhã e à noite, de nada adiantou pois o calor abrasador assou as folhas e os ramos tenros.

Maracujá-banana (Passiflora mollissima)

Estamos a falar de uma espécie tropical, em que por norma o receio do cultivo em Portugal é que se queime com as geadas no inverno. Ironicamente o meu assou pela primeira vez, logo neste verão mais frio de sempre. 

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Fenómeno do Entroncamento

Ao contrário da grande maioria das pessoas não sou apreciador de melão. Gosto sim de melancias. Ainda me lembro quando em criança, certa vez o meu avô decidiu semear no campo e teve melancias com dez quilogramas ou mais, e eram uma delícia. Só que pessoas na vizinhança que sabiam acabaram por ir lá roubá-las, e ele, com o desgosto, nunca mais voltou as voltou a semear.

Mas o fenómeno que tenho para relatar nada tem a ver com melancias mas sim com um melão. Estávamos no verão de 2010, o meu avô ainda era vivo, vivendo já há uns bons anos em casa dos meus pais, e ao cortarmos um melão depara-mo-nos com o insólito, uma semente germinada dentro do próprio melão!




Certamente não terá sido caso único, mas lembro-me perfeitamente do meu avô ter dito admirado, que em tantos anos de vida que nunca tinha visto semelhante coisa. 

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Borboletas II - No meio do tojo

Hoje ao fim da tarde da tarde saí de casa e fui para o monte, um terreno contíguo ao meu,  caminhar um pouco e ver se apanhava umas sementes de sargaço. É uma planta autóctone que nasce espontâneamente por aqui, e parece-me que pode ser interessante para plantar no jardim, que além dar uma bonita flor, não precisa de ser regada o que é excelente.

No monte é habitual andaram por lá muitas pequenas borboletas. Aproveitei que uma estava num ramo de tojo e pé ante pé fui calcando o mato em volta para a conseguir apanhar. Uns arranhões nas pernas depois consegui!


Leptotes boeticus



Se não me enganei na identificação - só tenho aqui comigo um folheto do Lagartagis! - trata-se de uma Leptotes pirithous. Os portugueses foram extremamente criativos e chamaram-lhe.... Cizentinha! Tendo em conta que na identificação quase a confundia com a "Azulinha" quer dizer....!

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Palácio de Estói

Por incrível que possa parecer, só recentemente é que estive no extremo sul do país, provavelmente porque sempre associei Algarve a sol, praia e onde os portugueses se podem sentir verdadeiramente estrangeiros no seu próprio país.

Na semana que lá estive acabei por dividir o tempo entre a praia de manhã e a ver um pouco da oferta cultural da zona circundante onde estava durante a tarde. Visitei uns quantos monumentos e sítios arqueológicos e no dia que fui à Villa romana de Milreu, aproveitei e fiz uma visita também o Palácio de Estói que fica a poucas centenas de metros de distância e, de carro, a quinze minutos de Faro.



Depois de duas ou três voltas ao quarteirão, completamente baralhado com placas que ora assinalam "Pousada do Palácio" ora indicam "Palácio de Estói" - quando afinal se referem à mesmíssima coisa! - lá consegui dar com a entrada do sítio.

O Palácio de Estói é mais um dos muitos antigos espaços históricos portugueses reconvertidos em pousadas de charme. Entrei, perguntei se era visitável ao público e, como faço sempre, perguntei se podia fotografar, e muito simpaticamente na receção disseram-me que sim, que estivesse à vontade, e assim fiz.

Ficaram ainda algumas coisas por ver no jardim, mas o dia estava extremamente tórrido e pouco convidativo para estar a assar ao sol!

Detalhes do teto em estuque

Decoração interior




Colunas

Bancos esculpidos

Azulejos azuis

Do que vi no jardim, aquilo que mais me chamou a atenção foi uma romazeira na frente do palácio, com um tronco envelhecido esculpido pelo tempo. Lindíssimo.


Romazeira na frente do palácio

Romazeira em flor

Tronco da romazeira


Vitral

Detalhe do pavimento e luz do vitral aos meus pés