domingo, 30 de outubro de 2016

Árvores que nos lembram pessoas

Sete anos e meio depois há romãs!


Depois de ter sido plantada em Janeiro de 2009, ter dado flor durante todos estes anos, mas nada de vingar fruto, eis que finalmente há romãs para amostra!

Eu plantei esta romãzeira no meu jardim como símbolo de uma forte amizade. E a romãzeira tem muito simbolismo associado. Talvez um dia eu comece aqui a falar do simbolismo associado às plantas. E esta árvore como vêem, finalmente deu frutos. A amizade, essa infelizmente, e contra todas as expectativas, acabou por se desvanecer e perdeu-se.

Há vários anos que não sei o que é feito desta pessoa, porque simplesmente não a consigo contactar. 

E se este blogue hoje existe (e por consequência os outros dois) foi graças a essa pessoa:

Nunca pensaste fazer um blogue onde contasses tudo sobre as tuas erbices?

Onde quer que estejas, espero que tenhas tido um dia feliz.

Muitos Parabéns.

Forma mais fácil de mudar planta de vaso

Quem tem plantas em vasos sabe, ou no mínimo tem a noção, que a planta não vai poder ficar ali eternamente. Um dia terá um dia de ser mudada para um vaso maior, ou terá de ser dividida noutras plantas porque se propagou... Até os bonsai, aquelas pequenas árvores que se colocam em vasos  também precisam ser mudadas, a cada dois ou mais anos. 

Dependendo dos casos, nem sempre se pode fazer da mesma maneira, mas eu uso um método que me parece extremamente simples, mais ainda para quem não se sente muito à vontade com plantas, ou mexer nas raízes das mesmas. 

Vou mostrar uma planta que mudei hoje mesmo, usando esse método. Trata-se de uma suculenta, a Portulacaria que estava numa vaso já há algum tempo e que precisava sem dúvida de ir para um maior. 

Primeiro passo. Pegar no vaso maior e colocar terra dentro, mas só o suficiente até que o vaso que vamos mudar lá caiba dentro:


Seguidamente metemos o resto da terra até ao nível da terra do vaso a mudar e calcamos bem a terra:


Em seguida tiramos o vaso com a planta lá de dentro e ficamos com a cavidade para onde ela irá. Claro que não era para mudar com vaso e tudo!


E só agora vamos tirar o vaso da nossa planta. E pode-se ver bem nesta imagem como as raízes já tinham tomado conta de toda a terra disponível no vaso:


Nesta fase soltamos ligeiramente as raízes do fundo para que possam mais facilmente espalhar-se na nova terra do novo vaso:


E então mudar de vaso é tão difícil como isto! Basta pegar na planta sem vaso e colocá-la lá dentro! Digam-me lá que não é uma verdadeira brincadeira de criança?


sábado, 29 de outubro de 2016

O Homem abandona - A Natureza toma conta VII

Acabei de chegar de uma pequena caminhada depois de almoço aqui junto à casa dos meus pais, e passei pelo campo de futebol local. Trata-se de um pelado, que segundo parece, acontece aqui na aldeia à semelhança do que se passa no país, pois fruto da má gestão ou falta de vontade, acabou por ficar abandono. E se não estou em erro esta é a só a terceira época desportiva consecutiva que por aqui deixou de haver futebol. 

Olhando para o piso do retângulo de jogo, eu diria que tem uma espécie de saibro com algum alguma areia e está muito apertado e compacto, e a ideia será essa, que não crie buracos para os jogadores não se magoarem. E este como facilmente se percebe não é de todo o melhor piso para as sementes proliferarem... só que a Natureza não está pelos ajustes!

São as acácias a atacar perigosamente pelo flanco esquerdo:


São penachos (Cortaderia selloana) a colocar pressão no banco Visitante:


São os pinheiros-bravos e matos e preencher as bancadas:


E é ver a ala virada a nascente (mais sombreada) a ficar naturalmente relvada!

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Guerra ao Plástico: Embalagens comestíveis e compostáveis

Na guerra contra o plástico, uma das maiores ameaças da poluição, que se estima por exemplo, que em breve exista mais plástico no mar que peixes, o Departamento de Agricultura dos EUA está a desenvolver esforços no sentido de criar um filme ou película plástica comestível, feito a partir de uma proteína do leite, que até protege melhor os alimentos do exigénio. 




Mais importante ainda é que é esta embalagem é comestível, e biodegradável, podendo ser por isso mesmo colocada no compostor.

FONTE


segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Parque de Serralves

O Parque de Serralves, pela sua extensa área, pelo porte e diversidade das suas árvores, pelos seus  diferentes espaços ajardinados, e até pela integração de obras de arte contemporânea, é, sem dúvida, um dos espaços românticos e onde se pode estar em contacto com a Natureza, de visita obrigatória a quem visita a cidade do Porto.

Ironicamente são raras as minhas visitas ao Parque de Serralves. Mas não é porque não goste do espaço, muito pelo contrário, mas porque me desagrada a forma capitalista como a organização barra o seu acesso, de um espaço que é financiado por todo nós, com muitos milhões vindos do erário público, dinheiro dos nossos impostos, e que no fim de contas acaba por parecer que só serve para financiar um parque mas só para estrangeiro endinheirado ver.

A Casa de Serralves

"Pensava que os exércitos de operárias e operários pobres e explorados que contribuíram para a acumulação primitiva do capital industrial têxtil que pagou a folia e o requinte de Serralves estavam finalmente justiçados com a abertura do jardim e do museu à res publica. Engano. O Estado e os tios e tias dos fundadores da fundação mais as suas empresas e piedosas obras de mecenato e outras manobras de distinção e tudo que lhes dá um verniz de arte contemporânea e de empenhamento social decidiram apoiar esta decisão inteligente e oportuna num tempo em que a entrada grátis ao domingo de manhã era mais que justificável. Se a fundação não tem guito, que mude a programação e, em vez da arte pop, do minimalismo, do pós-minimalismo, da arte conceptual e da arte povera, que invista mesmo na arte pobre para os pobres. Ficávamos mais contentes, permanecia o amor ao museu e seguiríamos mais conciliados com uma verdadeira arte capaz de iluminar a nossa condição contemporânea de estarmos por conta de um punhado de ricos escandalosamente ricos a reinar num planeta de pobres desgraçados aos milhões." ("Serralves para que te quero" / Álvaro Domingues / Público)

Antigamente ainda se podia entrar gratuitamente aos domingos, mas agora nem isso (é só no primeiro domingo e entre as 10 e as 13h). Só para visitar o parque cobram-se 5€, quando ainda não há muito tempo me lembro de pagar metade desse valor. Para visitar o Parque+Museu já são 10€. E assim sendo comecei a esquecer-me que a Fundação Serralves existe, pois felizmente que a cidade do Porto, tem muitos outros parques e jardins, e todos eles são gratuitos.

Mas se tenho vindo aos poucos, a ilustrar aqui no Bucólico todos os espaços ajardinados, mais ou menos históricos da cidade do Porto, seria uma grande falha não me demorar a ilustrar, para quem não conhece, o que Serralves tem para mostrar, e que, diga-se, é muito. Então, sabendo já de antemão, que no dia 9 de Julho, que era um sábado com entrada gratuita (cortesia da empresa portuguesa Oliveira da Serra) aproveitei para, de uma só vez, de manhã bem cedo, fotografar os metrosideros da Foz e dar uma saltada a Serralves para recolher mais algumas fotografias.
E pouco depois das 10h, hora a que abre o espaço lá estava eu.

Para quem não conhece e para situar, Serralves fica mais ou menos a meio da Avenida da Boavista, entre o mar e a Rotunda da Boavista, muito perto do já aqui abordado Parque da Pasteleira, e também não muito longe do Jardim Botânico do Porto.



O Parque de Serralves, abriu ao público em 1987 e é um grande espaço (com 18 hectares), onde podemos passear e fazer diferentes caminhos, por diferentes áreas, harmoniosamente integradas e onde se podem ver árvores imponentes, jardins formais, um prado, um jardim de aromáticas, um lago e até uma quinta tradicional com uma horta pedagógica. Pontualmente, vamos também encontrando algumas obras de arte contemporânea integradas nos diferentes espaços.

O Parque foi projetado por Jacques Gréber na década de trinta do século passado, depois do 2º Conde de Vizela ter herdado a Quinta do Lordelo. O Parque de Serralves é considerado uma referência no património da paisagem em Portugal e nele podemos encontrar cerca de duzentas espécies e variedades de plantas entre autóctones e exóticas.

No folheto do espaço podemos ver no mapa que obras são essa que encontraremos ao longo do percurso que decidirmos fazer.


De folheto na mão, vamos então fazer uma visita por todos os pontos principais.
Logo à entrada, depois de passar na bilheteira e entregar o bilhete ao segurança, deparamo-nos desde logo com um grande espaço relvado onde está situada a Clareira das Bétulas.


E logo mais à frente vamos dar de caras com a gigante Colher de Jardineiro.
(Plantoir / Claes Oldenburg e Coosje Bruggen /2001)




Avenida dos Liquidambares

A Alameda estrutura um dos eixos a partir de cuja geometria se organizam todos os espaços inscritos pelo projecto de 1932, de Jacques Gréber,

domingo, 23 de outubro de 2016

Eucalipto: resistência e disseminação após incêndios

Fim-de-semana passado. Saí, depois de almoço, para um curto passeio que visava tirar algumas fotografias que eventualmente até poderei partilhar aqui. Acabei por me perder por estradas desconhecidas e acabei por ir ter a um sítio que até conhecia relativamente bem, mas que não conhecia o trilho que encontrei, junto ao rio Douro. Essa zona ardeu em Agosto, como grande parte do norte e centro do país.



Tudo ardeu, tudo ficou preto e carbonizado, mas quando olhamos em detalhe para o chão, vêem-se muitas "ervinhas" pensará qualquer leigo. Mas não são ervinhas, são pequenos eucaliptos que em dois meses nasceram e já estão com quase dez centímetros! E são aos milhares!!


Veja-se aqui em pormenor um pequeno eucalipto. Em dois meses a semente germinou e cresceu uma pequena árvore com dez centímetros, e observe-se onde cresceu, num autêntico fertilizante que é a cinza. Sem querer acusar ninguém, agora pensem comigo, quando um produtor tem um eucaliptal em fim de vida, vejam o que acontece se lhe deitar fogo... Uma sementeira gratuita!


Em Portugal em vez de se defender a floresta e as árvores autóctones, não, fez-se precisamente o contrário, e os interesses dos grandes grupos económicos, nomeadamente da pasta do papel, transformaram Portugal no maior produtor mundial de eucaliptos, e compare-se a dimensão minúscula do nosso país, com outros grandes produtores como a Espanha, Brasil, Índia ou China!

É completamente absurdo, é irreal e vergonhoso. É mais do que isso, é criminoso que os políticos portugueses tenham permitido este estado de coisas. Deveriam estar todos na cadeia, todos os que permitiram que chegássemos a este estado de coisas. E ainda muito recentemente, no anterior governo a senhora ministra Cristas, que nem sequer deve saber o que é um eucalipto, liberalizou a plantação dos eucaliptos! 

A nossa floresta está a ser assassinada e substituída por matéria-prima para as fábricas de papel e a culpa é exclusiva dos políticos. E é vergonhoso que venham depois fazer o choradinho quando o país arde, e a comunicação social querer culpar unicamente os pirómanos ou alcoólicos pela situação. A culpa antes de mais é também dos eucaliptos e das más opções políticas. Em duas semanas de Agosto, ardeu mais do que em toda a Europa! Será coincidência que existam mais eucaliptos em Portugal que no resto da Europa toda? Mais do que ninguém a culpa dos incêndios é também vossa, senhores governantes.  

O eucalipto desertifica, destrói os solos, destrói recursos hídricos e é altamente inflamável. E não é à toa que se diz "que os eucaliptos secam tudo à sua volta". É mesmo verdade. Onde estes se implantam, dificilmente outra vegetação nasce debaixo deles, sem falar que largam muitas cascas e ramos, fica um completo deserto à sua volta. Veja-se como fica o chão onde os eucaliptos são plantados:





E não se pense que quando ardem morrem! O eucalipto vem da Austrália, onde tem quem coma as suas folhas. Mas em Portugal não existem Koalas! E o eucalipto está muito apetrechado a sobreviver ao fogo. Vejam, há dois meses todos estes hectares arderam e vejam como eles estão a puxar novos rebentos por todo o lado. 




Todos se lamentam dos incêndios e dos prejuízos. Tudo fica destruído, os animais, as árvores. Mas poucos se insurgem contra o assassinato das nossas florestas autóctones, poucos se insurgem contra os eucaliptos. Todos os pequenos proprietários gostam do eucalipto pois, sem qualquer esforço, conseguem um bom rendimento extra plantando eucaliptos e vendendo a sua madeira para a pasta de papel Todos dizem serem mitos sobre o eucalipto quando a verdade está à frente dos olhos de todos. É mais ou menos como os produtores de culturas transgénicas que dizem maravilhas, porque metem muito dinheiro ao bolso quando estão a provocar danos irreversíveis à Natureza. No fundo todos parecem ficar satisfeitos com os eucaliptos porque estão todos comprados pelo dinheiro fácil. No enquanto o país fica cada vez mais pobre, mais desertificado, mais estéril, mais queimado. Todos nós ficamos mais pobres. E tudo isso é mesmo muito triste.  

# Eucaliptos: Um ano Depois

Podar as Estrelícias

Ainda hoje pensava como apesar deste blogue tratar de plantas e jardinagem, a verdade é que muitas vezes ando entretido a jardinar e até me esqueço de retratar as coisas aqui. Apesar olhar para trás nestes três anos e gostar bastante naquilo que o blogue se tornou, a verdade é que a ideia inicial do blogue foi mais essa, a de ir dando conta do que vou fazendo, e depois claro, também aproveitar para divulgar sítios que visito, sejam jardins históricos, parques ou outros eventos que se possam inserir no espírito do blogue. E se o pensei, melhor o fiz! 

Domingo de Outono, de aguaceiros fortes, pouco propício a ir dar uma volta, e vai daí, depois de almoço resolvi ir dar um jeito nas estrelícias que estão em frente da casa. E a verdade é que, neste ano de 2016 as áreas ajardinadas de casa estão a precisar de muita manutenção, porque o tempo tem sido pouco para tudo. E lá está, outro tema que poderia tratar aqui um dia - como organizar a manutenção do jardim mediante o tempo que temos?! 

Sim, é verdade, o dia esteve muito chuvoso, até é domingo, mas lá iam havendo algumas abertas, e depois também é verdade, eu não me preocupo muito com a chuva, pelo menos se a temperatura até está amena, como é o caso. 

Como tal mãos à obra! Isto era o que me esperava:


Como se pode ver o descuido é imenso. A relva já trepa pela estrelícia acima e todas as flores velhas deste ano não foram cortadas. 

Então a primeira tarefa era cortar todas aquelas guias de graminha para deixar à vista a planta. Primeira ferramenta necessária tesoura-de-relva e a coisa já ficou assim:


Bem, já se consegue ver alguma coisa! Ora, aproveitando que estava com a tesoura na mão, vai daí resolvi cortar toda aquela relva que já sai dos limites do canteiro:




Seguidamente fui então tratar da estrelícia. Primeiro conselho, já experienciado por mim, sei do que estou a falar. Cuidado com possíveis ninhos de vespas. Elas gostam de fazer os seus ninhos nas costas das folhas, bem ocultos no meio de tanta folha e de tanta haste ao alto. O que eu faço, quando vou aparar o relvado na primavera (depois de meses sem o fazer) é pegar na mangueira e borrifar por cima da planta, se houverem por ali vespas elas denunciar-se-ão fugindo. Eu já fui picado por elas, quando comecei a cortar a relva, e a partir daí, casa assaltada trancas na porta, passei a ter bem mais cuidado!

Comecei então primeiro por cortar todas as hastes que deram flor e estavam secas:


Cortados todos estes castanhos das hastes, fui cortar algumas folhas, também elas acastanhas, porque no inverno, cai muita geada nas zonas mais expostas do terreno. E eu não protejo as estrelícias como vejo algumas pessoas fazerem, colocando umas barracas. Não gosto de ver, não sei que me parece. É verdade que elas sofrem um bocadinho, mas não morrem, mas claro, algumas folhas acabam por ficar acastanhadas.

Depois também é preciso cortar as folhas dos novos filhotes que se vão propagando e que tombam para o lado e até dificultam a passagem do corta-relva. E se todos estes trabalhos são muito simples de se fazer, qualquer pessoa faz, cortar as folhas já é preciso tomar atenção, porque em cada folha vai nascer uma haste com uma nova flor. E esses rebentos sendo cortados, serão menos flores que teremos a florir. Na imagem abaixo pode-se ver que fiz um pequeno corte para se ver, e deixei uns centímetros acima do novo rebento:


E pronto, em cerca de duas horas, não úteis mas sim por entre os aguaceiros da chuva, que por vezes era bem grossa, lá deixei o trabalho adiantado. Da poda e da relva junta-se um monte de resíduos orgânicos, que vão claro, para o compostor. 


E já todo molhado, era tempo de arrumar as coisas, tirar a roupa e ir tomar um banho quente. 

Antes:

Depois:

Claro que ficou a faltar dar uma aparadela à relva, mas como sabem, não se corta o relvado molhado, muito menos a chover e pior ainda quando o corta-relva é elétrico! A meio da semana trato disso. disso, e da outra estrelícia que está do lado esquerdo!

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Petição da QUERCUS em Defesa dos Carvalhais

A Quercus pede aos Ministros da Agricultura e Ambiente e a todos os grupos parlamentares, a criação de Legislação para proteção dos Carvalhais em Portugal . Os Carvalhais de folha caduca que outrora cobriram por completo o Norte e Centro de Portugal, bem como em algumas serras do Sul, desapareceram quase por completo da nossa paisagem por força da ação humana dos últimos milénios.


Estamos a falar dos Carvalhais de Carvalho alvarinho ou roble (Quercus robur); Carvalho negral ou pardo das beiras (Quercus pyrenaica) e Carvalho português ou cerquinho (Quercus faginea). Espécies nobres e de elevada importância cultural e ambiental. Estas três nobres espécies estão agora reduzidas à insignificância de ocuparem menos de 2% da área florestal e cerca de 0,7% da área total de Portugal. São pois espécies severamente ameaçadas que sobrevivem apenas em alguns últimos redutos dispersos pelo país, tendo regredido 27% da sua área entre 1995 e 2010, segundo dados do Inventário Florestal Nacional. Para piorar a situação, já de si má, existe ainda uma pressão sobre os últimos Carvalhos e Carvalhais principalmente causada pelos fogos florestais e pelo seu corte para lenha na utilização de uso doméstico. Temos também de referir que se tratam de espécies de crescimento lento e por isso com tendência a serem substituídas por espécies exóticas como o eucalipto, após o corte ou incêndio.

Assim, a Quercus considera que é urgente a criação de legislação que proteja de forma eficaz os últimos exemplares e bosquetes destas espécies de Carvalhos autóctones. Estas espécies

Haegue Yang: Parque de Vento em Seis Dobras - Serralves

Enquanto o post de Serralves não sai (nem sempre há tempo e disponibilidade para tudo e ainda ando repor as mais de mil fotografias que desapareceram do blogue) deixo-vos com fotografias tiradas em julho do projeto da artista coreana que pode ser visto até junho de 2017. A acompanhar esta segunda edição, Serralves irá publicar um livro em torno da obra Parque de vento opaco em seis dobras que será lançado no próximo sábado, dia 22 de Outubro de 2016.

Para esta edição do Projeto Sonae//Serralves, o Museu de Arte Contemporânea de Serralves apresenta Parque de vento opaco em seis dobras da artista coreana Haegue Yang (Seoul, 1971) nos jardins do Parque de Serralves. A obra expressamente encomendada é composta por cinco torres parcialmente arqueadas de dimensões variáveis construídas em tijolo e ligadas por meio de uma disposição geométrica de lajes. Ocupando uma área de cerca de 70 metros quadrados, este ambicioso complexo escultórico convida o observador a caminhar pela paisagem híbrida das suas múltiplas estruturas. 

A abordagem escultórica de Yang recorre ao traçado de geometria islâmica, nomeadamente a forma do hexágono, criado por uma subdivisão do círculo em seis partes, ou dobras, iguais. Unidades quadradas de 72 x 72 cm delimitam o espaço coberto pelas lajes e pelas torres de alturas variáveis construídas com tijolo de barro cozido, numa acumulação de configurações geométricas. Os três tons cromáticos diferentes dos tijolos contribuem para o esquema ornamental das torres e das suas fachadas interligadas. Embutidas no complexo construído por Yang há diversas espécies de plantas e vegetação, incluindo suculentas, heras e gramíneas, destinadas a crescer, trepar, florir e morrer ao longo de um ano que durará a presença da obra encomendada nos jardins de Serralves.







Parque de vento opaco em seis dobras renuncia à declaração monolítica a favor de uma estrutura viva que funde a aplicação construtiva e estética da matemática com os ciclos orgânicos e as transformações do mundo natural. Elementos sensoriais como o movimento do ar e do vento, uma constante nas instalações de Yang, estão presentes nos ventiladores eólicos de alumínio que encimam Parque de vento opaco em seis dobras. Inspirada pelas torres eólicas tradicionais usadas em edifícios no Golfo Pérsico e Árabe, Yang utilizou pela primeira vez essas estruturas estandardizadas em An Opaque Wind na 12ª Bienal de Sharjah, em 2015. Integradas no programa decorativo das torres, elas tornam-se elementos cinéticos faiscantes que a artista usa como metáfora para migração e encontros transitórios. A sua importância no complexo de torres, tijolos, vegetação e vida selvagem, reforça a obra enquanto expressão de comunidades e das inter-relações exigidas pela coexistência numa era globalizada.