terça-feira, 6 de agosto de 2024

Festival de Jardins de Ponte de Lima 2024 - O Imaginário na Arte dos Jardins


Foi no início de Julho que regressei a Ponte de Lima para a visita anual do seu concurso internacional de jardins. E aqui ficam, mais uma vez, pelos meus olhos os jardins a concurso:


Constelação da Imaginação - Polónia

O nosso projeto tem um significado literal e metafórico. Criámos construções da imaginação humana na paisagem, envolvente de vegetação, de proximidade com a natureza e de arte no jardim. Quem é que não associa a imaginação às estrelas?

Ao entrar no nosso jardim, pode ver sete constelações, representadas em placas e que, na nossa perspetiva, são as mais interessantes.


Aqui verá a constelação de Oríon, considerada a mais bela do céu, Capricórnio ou a constelação de Touro. Cada “furo” no quadro simboliza uma estrela, que pode ser vista no céu depois de escurecer (não é assim tão óbvio, é preciso olhar mais de perto, com a devida atenção, e dar asas à imaginação). Ao olhar para o nosso projeto, de uma perspetiva aérea, ou para a sua projeção, verá a constelação da Ursa Maior, disposta a partir das paredes.

Para além das placas colocadas no jardim, também nos concentrámos em assegurar que a natureza circundante se enquadra perfeitamente no ambiente e no tema principal. Seguindo o curso da imaginação, notámos que a ideia do que criámos não deve ser desperdiçada de forma alguma, somos contra o desperdício do que o mundo nos deu! Qualquer planta que tenha sido selecionada para o projeto pode ter uma segunda vida, pode comer-se o seu fruto, utilizar as suas flores para processamento ou como especiaria.



Olhando através das “estrelas”, podemos ver como a natureza é bela e como afeta fortemente a nossa imaginação. O principal objetivo da criação deste jardim foi permitir ao visitante passar algum tempo nele e sair com a mente aberta.

Talvez, por vezes, tenhamos de olhar para as estrelas para nos trazer à Terra?



O Mar de Areia - França

Tudo começou com o desejo de viajar. Tal como numa busca, uma epopeia, uma odisseia, ‘O Imaginário na Arte dos Jardins’ tem atravessado diversos mitos e referências. Pensamos na Odisseia de Ulisses, que levou a sua personagem a navegar pelos mares e a descobrir novos territórios, antes de chegar a Ítaca. Há também a busca pessoal, aquela que o leva a mergulhar em si mesmo.

Em cada jornada estará um passo mais próximo de realizar sonhos. Este jardim representa uma odisseia num Mar de Areia, uma viagem rumo à imaginação, através da contemplação.


O percurso de visita ao jardim inicia-se com um passadiço de madeira, que convida o visitante a viajar pela superfície da terra entre o Oriente e o Ocidente. “O Mar de Areia” é inspirado nos jardins secos do Japão, Karesensui, revistos em locais portugueses. O passadiço divide-se em dois níveis, com profundidades diferentes, para criar uma varanda com vista, ao longo de toda a visita ao jardim.


Esta jornada será repleta de etapas. Os objetos que vão sendo encontrados, na areia, são fragmentos de história, símbolos figurativos ou abstratos que podemos encontrar, durante a travessia. Oferecem mil e uma interpretações possíveis: um arquipélago num mar tranquilo, os tesouros flutuantes de um navio naufragado, entre muitas outras interpretações. Cada visitante poderá ver aquilo a que a sua imaginação o levar.


As rochas poderão ser interpretadas como uma montanha, um recife ou as falésias do Algarve, em maré alta. Os arbustos podem sugerir ilhas verdes com bosques floridos, como São Miguel, nos Açores.


A metáfora da areia do mar surge como um elo que liga todos estes acontecimentos. Sugere a impermanência do mundo, pela sua fluidez. A areia representa o flutuante: o jardim surge, assim, como um espaço onde o imutável e o efémero se confrontam e se fundem. Esta superfície mantém um elemento de mistério, cuja sua interpretação fica ao critério de cada visitante.


Contando não uma, mas várias histórias, ‘O Mar de Areia’ convida o visitante a atravessar, contemplar e entregar-se ao devaneio, deixando a imaginação correr livremente pela sua mente.



O Portal dos Sentido - França

O imaginário é um sonho, não é real. Atua como um portal entre o inconsciente e a realidade.

Com este projeto queremos que o visitante se questione, reflita e que coloque a sua imaginação em ação, imergindo nela.


Este é um jardim interativo que permite viver uma experiência sensorial, estimulando os cinco sentidos do ser humano, fundamentais à sua existência.

Permite ao visitante perceber que a aparente simplicidade destes sentidos é muito mais profunda do que possa acreditar, podendo até fazer esta ligação entre um mundo real e o imaginário.


Cada “caixa-negra”, a que chamamos cápsula, explora um dos sentidos, disponibilizando uma atividade com ele relacionada. A metáfora da “caixa-negra” está ligada à caixa craniana, que serve de base à imaginação.

Existem duas cápsulas que se destacam das restantes: uma representa “o nada”, enquanto que a outra representa “o tudo”.


Todas gravitam à volta do centro, “o nada”, em forma de um Triskle - junção de três espirais no sentido anti-horário. Este símbolo celta está conotado com o sagrado e com o simbolismo da origem da vida.



Quisemos também revisitar, formal e conceptualmente, o abrigo de jardim através de uma visão mais moderna e futurista: a cápsula, um lugar onde é possível meditar.

Todas foram desenhadas com linhas simples e formas geométricas puras, com o objetivo de retornar aos sentidos mais primitivos. Um pictograma na entrada de cada cápsula indica qual é o sentido que será estimulado na experiência que o visitante está prestes a vivenciar.



Jardim ao Ar Livre - Hungria


Demos o nome de “Plein Air Garden” à nossa proposta de jardim. O ponto de partida do nosso projeto foi inspirado no movimento artístico do século XIX, o Impressionismo. Os impressionistas pintavam frequentemente ao ar livre, “en plein air”, normalmente em jardins ou parques, para captar os efeitos momentâneos e transitórios da luz solar. Um dos seus temas favoritos eram as paisagens e a natureza. A descrição de uma pintura impressionista é muito semelhante à descrição de um jardim naturalista: luz em constante mudança, movimento, elemento da perceção e experiência humana.


Tal como os artistas do século XIX encontravam a sua inspiração nos jardins, acreditamos que as pessoas de hoje também precisam de sair e encontrar a sua criatividade, através da sua ligação com a natureza e o ar livre. Este jardim não só oferece um lugar calmo e tranquilo para se refugiar, como também inspira ativamente as pessoas a criar, estimulando o seu imaginário.

Colocámos molduras vazias em diferentes locais do jardim, onde os visitantes se tornam artistas e podem compor a sua própria pintura ou fotografia, utilizando estas molduras rotativas. A estrutura ao ar livre, com a sua figura leve, estimula a imaginação, enquanto oferece uma sombra fresca nos dias quentes de verão, onde se pode relaxar e perder-se na beleza das flores. O teto de lona move-se ao sabor do vento e dá um toque lúdico a este canto do jardim.

O elemento principal são sempre as plantas. O jardim tem como objetivo celebrar este facto, realçar o papel das plantas! As espécies vegetais, escolhidas pelas suas características ambientais, enquadram-se na paisagem mais alargada. As imagens recortadas pelas molduras tornam-se protagonistas e constituem o ponto focal da criação de imagens. As flores e as folhas transformam-se em tinta nas telas dos visitantes.


O Jardim Dinamarquês - Dinamarca


Os pensamentos/ideias por detrás de “O Jardim Dinamarquês” assentam no conceito subjacente ao jardim e à sua disposição e conceção. Pretende--se oferecer ao visitante uma experiência forte e colorida de jardim e plantas, ao mesmo tempo que lhe proporciona a oportunidade de adquirir factos sobre a Dinamarca, através de objetos expostos, quadros e informações escritas. Por outras palavras, combinar uma experiência sensorial de jardim com informação, na medida em que o visitante escolhe em função do seu interesse e da utilização do seu tempo.


Com base nas cores da Dinamarca, há um grande e marcante canteiro, no meio do jardim, com um leito de flores vermelhas e brancas que, juntas, formam a bandeira nacional dinamarquesa, conhecida em dinamarquês como “Dannebrog”.


Num dos cantos do jardim há uma pérgula plantada com trepadeiras verdes, onde os visitantes têm a oportunidade de se sentar e descansar à volta de uma pequena mesa e desfrutar de paz, abrigo e sombra. No canto oposto, numa área vedada, há um stand com 10 contentores de lixo, em painéis com texto explicativo, que mostram e contam como os resíduos domésticos dos cidadãos na Dinamarca são separados em 11 grupos distintos. Num outro canto do jardim, existe um “pilar de comunicação” que, através de textos, painéis e imagens, informa os visitantes sobre a história, a geografia, a natureza e a paisagem da Dinamarca, a população, a atual “paisagem” política, o governo, o parlamento, o emprego, as empresas, as importações, os desportos, entre outros aspetos.


Ao longo dos dois lados do relvado, haverá também stands de exposição ao nível dos olhos, onde estarão expostos objetos e informações de/e sobre arte e produtos conhecidos de origem dinamarquesa. Haverá ainda um aquário com peixes, num ambiente aquático com plantas verdes e vasos com flores coloridas sobre relvado.


Leve o seu imaginário a este país tão bonito e fique a conhecer a sua dinâmica, através deste jardim com flores vistosas e de cores fortes e brilhantes.


OLHA INTERIOR - ALEMANHA / SUIÇA



Este projeto visa estimular o imaginário do visitante, através do despertar de um olhar interior. Ao oferecer elementos exploratórios, contemplativos e lúdicos, o projeto dirige-se tanto a quem procura uma experiência lúdica, como a quem procura calma e relaxamento.


A peça central do jardim é um espelho preso ao chão. O espelho é uma metáfora do olho interior, representando uma expansão da mente e uma viagem ao imaginário, ao mesmo tempo que oferece uma experiência espacial única. O jardim oferece espaços de exploração e oportunidades de contemplação. O objetivo é oferecer uma pausa nas impressões rápidas e constantes que são tão dominantes nos dias de hoje e salientar a importância da presença momentânea e da autorreflexão para o imaginário. Este jardim pretende ser esse escape, mesmo que seja apenas por um momento!


Para abrir o olho interior, o visitante é levado a fazer uma pequena viagem composta por quatro etapas, cada uma delas ligada a um elemento do jardim. Para iniciar o processo de abertura do olho interior, o visitante é primeiro convidado a fechar os olhos e a desligar-se do mundo exterior, num ato de apreensão, que acontecerá ao entrar no jardim com as suas ervas altas. Depois disso, tem de procurar dentro de si próprio, o seu caminho interior, o que poderá fazer, percorrendo os diferentes caminhos e espaços do jardim.



Após a busca, é encorajado a olhar para dentro de si mesmo e, assim, encontrar o seu olho interior, o que deve fazer olhando para o espelho situado no centro do jardim.




Por fim, o visitante é incentivado a refletir sobre a sua experiência, permanecendo no imaginário durante mais algum tempo, sentando-se num dos recantos de contemplação, antes de regressar ao seu mundo real.

JARDÍN DEL LETEO - ESPANHA

Se, hoje em dia, quem visita Ponte de Lima pode percorrer livremente a vila, na antiguidade, os romanos que chegaram a esta região não se atreveram a atravessar o rio Lima. Consideravam que estavam perante Lethes, o rio que os gregos narravam nas suas lendas como um dos cinco rios do submundo, que era necessário atravessar para chegar aos Campos Elíseos, o paraíso onde chegavam as almas bondosas. Quem cruzasse este rio esquecia toda a sua vida anterior, o que permitia recomeçar uma nova vida, liberta do passado. No ano 138 a.C. o general romano Décimo Júnio Bruto atravessou o Lima e chamou os seus soldados, pelo nome, para refutar a lenda do rio Lethes.



A lenda do rio Lethes e dos Campos Elíseos é narrada desde a antiguidade, podendo ser encontrada em referências de autores clássicos, como a “Eneida” de Virgílio, ou na “Divina Comédia” de Dante Alighieri. Todos concordavam que a paisagem do rio Lethes estava repleta de plantas soníferas, flores vermelhas e amarelas, e que ali se encontrava a caverna rochosa de Hypnos, deus do sono. Os Campos Elíseos eram uma terra fértil onde abundavam plantas comestíveis, árvores de fruto e prados esmaltados com flores.


Ao entrar neste jardim, o visitante ficará imerso nestas histórias. No início, poderá encontrar um curso de água que simboliza o rio Lethes, podendo experienciar a travessia para os Campos Elíseos através de uma pequena ponte, localizada no centro do jardim. De um dos lados encontra-se a caverna rochosa de Hypnos, rodeada de flora sonífera: papoilas, passifloras, valerianas e camomilas. Do outro lado, estão representados os terrenos férteis, com laranjeiras, girassóis, alhos selvagens e lírios.


O Jardín del Leteo simboliza as origens de Ponte de Lima. Uma história carregada de grande significado, para que a narrativa se torne numa verdadeira experiência. O imaginário torna-se, assim, real, na arte deste jardim.

O SONHO IMAGINÁRIO DE UMA INFÂNCIA ASIÁTICA - AUSTRIA - CHINA

No coração da imaginação, existe um jardim, um santuário que transcende a idade e convida todos a redescobrir o encanto da sua infância. Este reino fantástico é uma tapeçaria tecida de memórias, onde as cores vibrantes da juventude pintam a paisagem.


No centro deste refúgio mágico, ergue-se uma majestosa cerejeira, símbolo da eterna primavera que reside no jardim imaginário. Os seus ramos estendem-se para o céu, adornados com flores que dançam ao sabor da brisa.


Estas flores de cerejeira esvoaçantes dão vida aos sonhos de infância, ressuscitando a alegria pura e a maravilha que outrora encheram os corações dos jovens.


Uma superfície de água serena, representada por flores, reflete as profundezas da alma, oferecendo um vislumbre da criança que existe dentro de nós.


O “reflexo na água” sussurra histórias de inocência e de imaginação indomável, convidando os visitantes a mergulharem no reservatório de memórias que os definem. A flora do jardim, meticulosamente arranjada e cultivada, encarna a essência da cultura japonesa. Cada flor, cada folha conta uma história de tradição e beleza, capturando o espírito de um jardim asiático harmonioso, tal como existe no reino fantástico da mente de uma criança.


A fusão de colinas relvadas, caminhos, pedras robustas e flora exuberante harmonizam-se para criar uma paisagem pitoresca, diretamente dos sonhos da juventude.






Neste refúgio, o tempo para e os ecos de risos e dias despreocupados permanecem no ar. É um santuário onde as barreiras entre a realidade e a imaginação se esbatem, permitindo que todos os que entram sejam transportados de volta à simplicidade e alegria da infância. O jardim imaginário, com a sua cerejeira simbólica e “águas” refletoras, torna-se num recipiente para as memórias coletivas da juventude, um refúgio intemporal onde o espírito de um jardim asiático harmonioso prospera nos sonhos das crianças. Todas as pessoas, independentemente da idade, são calorosamente acolhidas para regressarem ao encanto dos seus sonhos de infância, neste jardim asiático imaginário.

IMAGE(S) IN AIR - PORTUGAL - BÉLGICA

A imaginação esteve sempre na base da conceção dos jardins. Cada elemento do jardim, a estrutura, o desenho, as plantações, tornou-se uma expressão da visão que as pessoas tinham da natureza e do que as rodeava.

Contudo, vivemos numa época em que tudo se quer imediato, a relação do tempo e espaço mudaram bruscamente, o Ser Humano quer tudo rápido e ocupa cada vez mais espaço, em detrimento da natureza.


Atualmente, mais do que nunca, somos confrontados com um número infinito de imagens tanto positivas como negativas. Mostram o quotidiano ou o extraordinário. Falam da natureza, dos humanos, das nossas relações, das nossas vidas. Estas imagens estão “no ar”, ocupam o nosso espírito e o nosso tempo, toldam-nos a imaginação.


É neste preciso momento que a arte dos jardins tem grande importância e abre a porta ao imaginário. Possibilita a criação de espaços que permitam tranquilizar a mente, encontrar tempo, onde nos possamos desligar das imagens que somos bombardeados diariamente e onde a nossa imaginação possa florescer e as nossas ideias voar.




O resultado é um jardim santuário, tranquilo e acolhedor, um planeta para cuidar! Um jardim onde a natureza e os homens encontrem equilíbrio.






Queremos levar os visitantes nessa viagem, de um futuro com novas perspetivas, de se desligarem das imagens e da excessiva informação, a que somos expostos diariamente e a “levantar voo” deixando-se contagiar pela imaginação e pela tranquilidade deste jardim.

JARDIM DA MOURA - INGLATERRA

O Jardim da Moura é um jardim de experiências que conta a história de “A Mal Degolada”, um conto antigo de Ponte de Lima, sobre um amor trágico e proibido entre uma mulher moura e um homem cristão. Conta-se que os dois escondiam o seu amor por diferenças religiosas, uma vez que os pais não o aprovavam.



Um dia, o homem ouve um rumor sobre a infidelidade da sua companheira, que se encontrava todas as noites com um homem junto à fonte, e decide ver com os seus próprios olhos. Quando a noite chega, esconde-se perto da fonte e, ao ver que era verdade, num acesso de raiva, ataca a amante com uma faca. O homem ao lado da mulher, agora morta, grita que ela tinha acabado de ser batizada. Era um frade cristão que todas as noites se encontrava com ela e lhe ensinava a religião junto à fonte, para não levantar suspeitas à sua família.



Quisemos recontar esta história pelo seu final dramático e abrupto, e pela sua ligação a Ponte de Lima.



O jardim está dividido em 6 fases: encontro, paixão, dúvida, raiva, arrependimento e reflexão. Estas emoções sentidas ao longo da história são representadas por uma série de pormenores no design: na fase de paixão, o coreto representa o amor escondido e encarna os seus encontros secretos; a falta de vegetação na fase da dúvida mostra o sentimento de incerteza, com uma janela com vista para a fonte que representa a distância entre os dois amantes; o jardim de pedras na zona da raiva ilustra o estado de caos nessa noite miserável; os degraus no palco do arrependimento estão um pouco fora de alcance para fazer com que as pessoas parem e olhem para onde estão a pisar.


No final do curto passeio, o jardim de reflexão serve para os visitantes processarem a história que viveram, sentando-se numa zona serena, olhando para uma fonte que representa a mulher leal.


O Jardim vencedor vencedor em 2023 foi o jardim "Vila la Vida" que, como sempre acontece, também pode ser visto este ano. E como sempre, o festival pode ainda ser visitado até ao final de outubro. E a entrada mantém-se com o preço simbólico de 1€. 


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