terça-feira, 21 de abril de 2015

Pulgões e predadores

Passando os olhos mais atentamente sobre as nossas plantas, podemos observar a verdadeira guerra que se passa, dia após dia pela sobrevivência. Os pulgões surgem rapidamente aos milhares para sugarem a seiva das plantas. 

As formigas usam os pulgões para benefício próprio
Logo de imediato aparecem também as formigas para se aproveitarem das substâncias açucaradas que estes libertam, e em troca proporcionam-lhes proteção (das joaninhas por exemplo) mas no fundo as formigas estão só a proteger o seus próprios interesses.

E onde há pulgões deveriam existir também joaninhas, e cá por casa vejo-as sempre nas heras, onde logicamente existem milhares de pulgões para comer. 




As heras, planta muito resistente, quase passam incólumes ao ataque dos pulgões, e proporcionam também um excelente abrigo a toda uma diferente série de diferentes insetos. 

Mas se se nas heras mal se notam os estragos dos pulgões, noutras plantas esses estragos são logo por demais evidentes, com folhas ou flores encarquilhadas. É o caso, por exemplo das roseiras. Mas no caso da roseira, encontrei um outro predador, aliado das plantas: a aranha. 




domingo, 19 de abril de 2015

De novo o relvado verde

Mostrava aqui em fevereiro como estava desolador o meu relvado quando antes estava imaculadamente verde. Ficou todo queimado pela imensa geada que caiu no inverno.  


2014

Inverno 2015

Após algum trabalho de escarificação (e ainda falta um bom bocado) mas o aspeto já mudou radicalmente, e já se nota o verde de novo.

Abril 2015


quarta-feira, 1 de abril de 2015

Opuntias no telhado

Uns dias de férias, por casa, maioritariamente a trabalhar. Primeiro dia de valente libertação de pó dos pinheiros. Almocei e resolvi ir fazer uma caminhada pela encosta aqui da aldeia, que desagua no rio Douro.

Rio Douro

Nesta zona junto ao Douro, encontramos terrenos que outrora eram de senhores endinheirados, e que os mantinham e produziam à custa do trabalho (quase) escravo nos meados do século passado. Entretanto esses terrenos foram vendidos para a extração de areias, mas depois mais tarde também foram abandonados devido à subida do nível das águas, graças à construção da barragem de Crestuma/Lever. Barragem essa que também engoliu todas as praias fluviais que existiam na terra, que fica na margem direita do rio Douro. 



Mas hoje, está tudo ao abandono, e só nos acessos abertos se consegue caminhar. Tudo envadido por espécies exóticas invasoras, principalmente as mimosas, austrálias e eucaliptos, que tornam quase impenetrável o terreno. 

Mas foi já quando me preparava para abandonar a margem do rio, que me surpreendo com uns catos (Opuntia) no telhado de uma casa abandonada. Ao lado da casa, um canastro.
Do outro lado do rio, a praia da Lomba, a única a montante da barragem que não foi engolida pelas águas.





Praia da Lomba



Catos (Opuntias) no telhado de casa em ruínas




Canastro

domingo, 22 de março de 2015

6a Exposição Orquídeas do Porto



Decorreu este fim-de semana na EXPONOR, o evento Horta Comigo, e paralelamente a 6a Exposição/Venda Internacional de Orquídeas do Porto. Uma vez que a minha mãe é uma entusiasta da coisa - já para não falar nas largas dezenas de vasos de orquídeas que tem - falei-lhe da coisa e acabamos por passar por lá. 



Do evento o que me interessava mais eram as tillandsias, e acabei mesmo para ir à palestra dada pelo Jorge Freixial (que também lá estava com a sua banca a vender as suas meninas) e gostei especialmente de ver alguns exemplares, que segundo ele já o acompanham há vários anos nas várias palestras que faz, e que ele fez passar para plateia. Sem dúvida fascinantes e generosas estas plantas. Aqui ficam então, algumas fotografias das rainhas do evento, começando pelas tillandsias e depois as orquídeas claro.





















terça-feira, 17 de março de 2015

Parque da Quinta dos Condes das Devesas - Jardim de Camélias

O Parque da Quinta dos Condes das Devesas foi o último parque aberto ao público pelo município de Gaia sob a égide do Parque Biológico de Gaia. Tratava-se de uma antiga quinta, de gentes endinheiradas, que receberam já no século XIX títulos de condes e viscondes das Devesas, e que fruto da falta de descendestes, a quinta e o solar, acabou por ir parar à Misericórdia. O espaço foi deixado ao abandono, e foi já recentemente que se estabeleceu um acordo com a câmara municipal, e decidiu-se então, e bem, revitalizar o espaço e transformá-lo em parque aberto ao público e num Jardim de Camélias. 

Segundo a brochura do parque, desenvolveu-se a ideia de um Jardim de Camélias, pois no espaço já existiam muitas camélias, e bem antigas - basta olhar para os seus troncos - e porque existe até uma variedade de camélia designada por "Camélia Conde das Devesas". Foram então esses dois factos que tornaram evidente enveredar por esta ideia. 




O Parque/Jardim fica situado a dois passos do centro histórico de Gaia e do rio Douro, e junto aos Armazéns Porto Barros e da estação das Devesas. Da rua avista-se um muro alto e camélias, bem como árvores de grande porte, caducas, e que nesta altura do ano ainda se encontram despedidas. 


Vista da rua Dona Leonor de Freitas 162

Mapa do Parque


Logo à entrada uma enorme árvore, um tulipeiro (Liriodendron tulipifera) que segundo informação no local, tinha 34 metros em 2013, mas esta espécie pode atingir os 60 metros. 


Tulipeiro (Liriodendron tulipifera)


Logo a seguir ao tulipeiro, e na frente do solar em ruínas, um pequeno lago, com peixes, uma estátua e papiros. 


Lago com estátua, peixes e papiros


O solar, capela e anexos estão em ruínas. O solar estava coberto por trepadeiras (heras e ficus) que foram cortadas na frente, certamente para melhor se ver a fachada. Nas traseiras deixaram-nas lá ficar, e ao menos seguram nas paredes, pois aquelas trepadeiras já têm muitos e muitos anos. O interior, pelo que pude espreitar, está mesmo em ruínas. 

Solar em ruínas da Quinta dos Condes das Devesas




Ao fundo rododendro em flor


Do lado direito do Solar uma capela, também ela em ruínas


Na frente do solar palmeiras, Segundo a placa informativa, trata-se de uma Palmeira-de-saia (Washingtonia filifera) que pode atingir os 23 metros de altura e tem frutos comestíveis. Encontramos vários outros exemplares de palmeiras no espaço, algumas a tentarem ser salvas, pois vi em algumas, tubos fininhos (de rega?) por elas acima, e julgo que seja a forma de aplicar algum inseticida para combater o escaravelho devorador de palmeiras que por aí anda. 

Palmeira-de-saia (Washingtonia filifera)


As camélias podem ser encontradas um pouco por todo o parque. Desde as que já lá estavam plantadas há muitos anos, e as que foram plantadas especificamente para fazer o jardim das camélias, que estás nas traseiras, virado a sul. Ainda na frente do solar, e com vista para a Torre dos Clérigos, que fica na outra margem do rio Douro:

Vista sobre o Porto




Camélia Capitão Rawes (Camellia reticulata)

Dirigindo-nos para as traseiras do solar, encontramos então as camélias muito antigas que já existiam no local (designada por 7 - Alamedas das Camélias) e o Jardim das Camélias, plantada muito recentemente. Mal chegamos às traseiras, depara-mo-nos com duas magnólias, uma enorme Magnólia-sempre-verde (Magnolia grandiflora) e um híbrido, a Magnolia-de-foha-caduca (Magnolia x soulangiana) que tem a caraterística de florir antes de surgirem as primeiras folhas. 

Enorme Magnolia-sempre-verde (Magnolia x soulangiana)


Folhagem da Magnolia-sempre-verde


Magnolia-de-folha-caduca em flor (Magnolia x soulangiana


As duas magnólias lado-a-lado

Prosseguindo a visita, encontramos seguidamente a Alameda das Camélias, as tais que já lá estarão há muitos anos:

Alameda das Camélias


Tronco imenso de camélia



O espaço é delimitado por estas camélias à direita, e à esquerda, depois de passarmos a magnólia-sempre-verde passamos por uma gruta, estrutura em cimento armado.




Um pouco mais à frente, um grade lago, todo verde coberto por lentilha-de-água, e decorado com mais alguns papiros, e com uma ponte. Este espaço ainda não é visitável, pois uma placa alerta para o risco de derrocada. 

Lago com ponte, coberto de lentilha-de-água e alguns papiros


Do lado esquerdo do lago temos uma Araucária-de-Norfolk  (Araucaria heterophylla) e do lado do lago, um enorme loureiro, provavelmente o maior em altura que já vi. 

Araucária-de-Norfolk  (Araucaria heterophylla)


Loureiro
Loureiro e Araucária lado-a-lado

A partir daqui o espaço está dividido em socalcos com o Jardim das Camélias, que foram plantadas para comporem a nova coleção.  Cada camélia está identificada com a variedade, espécie, e muitas vezes com a informação sobre o nome a que foi atribuído. Começando com a variedade da casa:



Plantação no Jardim das Camélias








Camélia Saudade Martins Branco (Camellia japonica)





São muitas as camélias plantadas, com nomes da nobreza e gentes endinheiradas de outros tempos, mas também se encontram algumas variedades homenageando alguns vultos das letras como Camões e Garrett. 




Uma outra variedade chamou-me também de imediato a atenção. Dedicada a Nuno Oliveira, diretor do Parque Biolólico de Gaia e responsável pela criação do Jardim das Camélias e do Parque da Quinta dos Condes das Devesas, bem como de todos os outros parques de Gaia. 


De resto, como é natural, nota-se que o espaço ainda está numa fase inicial. Foram plantadas azáleas por entre as camélias, e buxus a delimitar os canteiros, mas tudo levará o seu tempo a crescer, tal como as próprias camélias, que não são propriamente árvore de crescimento rápido. 

Na imagem seguinte podemos ver mais uma palmeira, com a tal mangueira, que eu suponho que seja para aplicar algum veneno para matar o escaravelho, e vêem-se também as tais azáleas, ainda pequenas como falava anteriormente. 


Destaque ainda para um tanque com nenúfares e papiros:









Vista dos diversos patamares, ao fundo a Alameda das Camélias

E está dada a volta pelo Jardim das Camélias, resta-nos regressar por onde entramos. 


Um espaço a seguir com atenção. Agora é preciso dar tempo para que as plantas e as camélias cresçam, e tempo para que alguns restauros sejam feitos, e estou certo que aos poucos o parque e jardim terá ainda mais atrativos para que seja visitado. Em especial para os amantes das camélias, aconselha-se uma visita no inverno para as poderem observar em flor.