O universo das plantas é tão vasto que quantas mais conheço mais chego à conclusão que pouco sei. Muitas vezes mais difícil é tentar perceber que planta é que nos está a nascer espontaneamente no terreno, e isso aconteceu-me com um arbusto, bastante comum até e usado como sebe, que só identifiquei quando ficou em flor. Refiro-me do alfeneiro ou ligustro (Ligustrum).
O ligustro ou alfeneiro era uma das espécies mais usadas em Portugal como sebe, muitas vezes intercalado com outra espécie, porque é de folha semi-persistente, querendo isto dizer que pode perder as folhas com os invernos frios. A sua popularidade advém do facto de ser fácil de propagar, é de crescimento rápido, não é muito exigente em relação aos solos, são também muito resistentes e toleram muito bem as podas, mesmo mais drásticas. Além disso, na primavera fica com uma floração branca, de odor muito agradável e depois, no outono, ostenta os seus frutos negros.
Assim que consegui identificar esta planta que me nasceu espontaneamente no terreno, graças às sementes trazidas pela passarada do arbusto dum vizinho, fui ler um pouco mais sobre o alfeneiro, ou ligustro (que conhecia dos bonsais) e fiquei a saber que também se pode chamar alfena. E de imediato isto fez soar uma campainha porque existe uma terra, não muito longe daqui (freguesia do concelho de Valongo) que se chama precisamente Alfena.
E será que Alfena deve o seu nome a esta espécie de arbusto? A resposta foi imediata, pois bastou-me olhar para o brasão para ali ver dois raminhos de alfeneiro ou alfena, um de cada lado, um em flor outro com os fruto.
Não é estranho portanto que exista um arbusto Alfena / Alfeneiro / Ligustro autóctone mas que, segundo li no site Flora-On está exclusivamente localizado em Trás-os-Montes, de nome científico Ligustrum vulgare. Os alfeneiros ou ligustros mais usados serão as espécies asiáticas, nomeadamente o Ligustrum ovalifolium e o Ligustrum japonicum.
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