quinta-feira, 21 de julho de 2016

Jacarandás do Porto em Flor

Domingo depois de almoço, dia da final do Campeonato da Europa de futebol. Estaciono o carro na Praça da República, no Porto, onde já aqui falei do seu jardim Teófilo Braga. A bicicleta estava na mala do carro, mas saio a pé. O objetivo estava definido: começar por ir fotografar um jacarandá que está junto a um edifício em ruínas, do outro lado da rua da praça, e seguir depois para o Largo de Alberto Pimentel, voltar, e então tirar a bicicleta da mala do carro, e seguir até Foz em busca das flores vermelhas dos metrosideros.




Ao contrário, por exemplo, de Lisboa, não existem muitos jacarandás na cidade do Porto, nem tenho conhecimento de nenhum propriamente imponente. Existia o do Largo do Viriato mas que foi cortado há poucos anos. 

A cidade estava quase deserta. Atravesso o jardim e poucas dezenas de metros depois já estou defronte do jacarandá em flor, dentro de uma porção de terreno de um edifício em ruínas. Os carros eram tão poucos que dava para ficar no meio da estrada tentando enquadrar o melhor possível a árvore. 









Primeiro jacarandá fotografado, a missão seguinte era seguir para o Largo Alberto Pimentel que fica a quinhentos metros a pé. Já antes tinha comentado que falaria aqui deste pequeno espaço, interseção de duas ruas, porque as fotografias têm memória.



Reparem na imagem do Google de 2009 e depois comparem com as fotografias que eu tirei.



Contam-se cinco árvores já de algum porte. E agora vejam com a coisa ficou depois de umas pequenas mudanças nos passeios:



Restam unicamente dois, este na frente da imagem, e um mais atrás. Os outros três desapareceram num passe de mágica e foram plantados outros dois, pequenos. A minha pergunta é: para retirar uma pararem de autocarro e remodelar os ecopontos era necessário deitar abaixo três árvores? Acho que hoje em dia há muito pouca sensibilidade para com este tipo de questões. Deita-se abaixo uma árvore como se fosse uma parede. E é algo que me faz muita confusão. 



Enquanto descia da Praça da República para o Largo Alberto Pimentel, vi de relance um outro jacarandá, lá ao fundo, à minha direita. Então, na volta, resolvi passar por lá, para investigar. E cá está ele:





E daqui voltei à praça e ao carro. Tirei a bicicleta da mala e fui Rua da Boavista abaixo e depois Avenida abaixo - a zona mais burguesa da cidade - e nem de propósito, reparei que tinham plantado pequenas árvores, da Casa da Música até quase ao estádio do Bessa. E que árvores são essas? Precisamente jacarandás!

Um pouco mais abaixo, por trás de um gradeamento antigo, pintado de verde, num grande espaço com árvores de grande porte, que suponho ser privado apesar da cancela que lá tem, um outro jacarandá em flor:




Continuei tranquilamente pedalando avenida abaixo, observando os jardins das casas particulares, e fui até Foz - e até acabei agora mesmo de me lembrar que me esqueci de colocar essas fotografias, dos metrosideros, no post sobre os mesmos - e continuei ao longo da marginal e resolvi depois, cortar para o centro da cidade e decidi passar pelo Jardim Botânico, e entrei por lá adentro de bicicleta e tudo. Nesse dia, curiosamente, até decorria lá um evento qualquer sobre orquídeas.

E de cima da bicicleta, avistei, lá ao longe, perto da estufa e dos catos, as flores de um jacarandá.




E do Jardim Botânico regressei à Praça da República para deixar a bicicleta no carro e regressar a casa, apesar de ainda ter feito uma última paragem. A bicicleta será, sem dúvida, o melhor meio de transporte para conhecermos as cidades. A pé é excelente, mas demora-se muito tempo. Na bicicleta, ao nosso ritmo, vamos sempre redescobrindo novos recantos. Foi dos meus últimos passeios aquele em que me senti mais feliz. Talvez tenha sido da companhia das flores e dos ares do mar.


2 comentários:

  1. Excelente post......
    Podemos apreciar como as coisas se vão alterando com o passar do tempo....
    Continue o bom trabalho

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    1. Boa noite,

      Obrigado pelas palavras. É sempre reconfortante saber que alguém lê e aprecia o que vamos publicando.

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